Pesquisar este blog

dezembro 27, 2020

A viagem, novela de Ivani Ribeiro: muito além do espiritismo.





A volta ao ar da novela A viagem, de Ivani Ribeiro, pelo canal Viva, mostra a força que a obra da autora tem desde que foi lançada pela primeira vez, no já longínquo ano de 1975, pela Rede Tupi de Televisão. O sucesso que a trama, assumidamente de temática espiritualista, faz desde então é incontestável; o público não se cansa de acompanhar a história escrita com base no livro "Nosso Lar", psicografado pelo médium Chico Xavier

A novela, que arrasta multidões de fãs, foi reprisada em 1980, pela própria Rede Tupi, pouco antes de seu, até hoje lamentado, fechamento. Em 1994,  Ivani teve a feliz ideia de reescrever a trama para a Rede Globo, com pequenas alterações, principalmente nos nomes de alguns personagens, repetindo o mesmo sucesso da versão original.

A versão apresentada pela Globo já teve várias reprises, e arrasta uma legião de fãs, porém não pense que são formados apenas por espíritas ou simpatizantes da doutrina; a maioria é composta por pessoas que não professam, nem mesmo aceitam, a possibilidade da vida após a morte, há mesmo aqueles que sequer para pensar no assunto, o que só aumenta sua mística.

Isso faz pensar que a novela tem encantos que extrapolam o espiritismo ou qualquer ideia de proselitismo. A verdade é que Ivani Ribeiro, como não me canso de dizer, era uma novelista incomparável, a maior que jamais se viu. Mulher culta e espiritualizada, ela não era apenas uma novelista que se preocupava em entreter os telespectadores ou conseguir altos índices de audiência; acima de tudo, queria informar e fazer pensar. Quem, após ver a novela não parou para pensar na "vida após a morte" ou se interessou em conhecer, mesmo que por mera curiosidade, a doutrina espírita?

Em sua estreia, em 1975, na Tupi, a novela enfrentou forte resistência da igreja católica, que a considerava contrária aos seus ensinamentos, mas não impediu que os fiéis a acompanhassem. Por outro lado, se analisarmos mais detidamente sua trama veremos que a trama vai além do espiritismo, principalmente de levarmos em conta o ano de sua primeira versão. Falar de separação de casal (Téo e Diná), vida marginal (Alexandre), diferença de idade entre casais (Téo e Diná), emancipação da mulher (Diná, Estela, Carmem, Fátima, para citar algumas), e vários outros assuntos espinhosos, mostram o quanto a autoria tinha preocupação de fugir da alienação normal das novelas da época.

Se você, por acaso, ainda não viu, corra para ver; se já viu, o que é bem mais provável, tem a chance de assistir mais uma vez e absorver todos os seus ensinamentos e se deliciar com os encantos da trama.


Boa semana.

dezembro 25, 2020

Natal: festa da esperança.



Aprendemos desde pequenos que o natal é o dia de ganhar presentes. Por isso, passamos o ano inteiro esperando que chegue logo para recebermos tudo o que tanto desejamos. Para as crianças, os brinquedos cada vez mais sofisticados e que pouco diferem da parafernália que todos usamos no nosso dia; para os adultos, o carro, a casa, a viagem dos sonhos e tudo mais que se possa imaginar.

O "Papai Noel" tem cada vez mais trabalho para atender os mais diferentes, e até mirabolantes, desejos de pequenos e grandes pedintes; na hora de pedir ninguém faz por menos: quer sempre o que há de mais caro e difícil de ser encontrado.

Não são poucos os que julgam que isso desvirtua o verdadeiro sentido da data, pois a transforma apenas num momento de gastança, que faz a alegria dos comerciantes. Afinal, o natal é a festa do nascimento de Jesus e toda a simbologia que sua chegada ao mundo  representou e continua representando para todos nós.

No entanto, em meio a essa corrida comercial para ver quem conquista mais consumidores existe todo um propósito embutido, que não é tão mundano quanto parece; através dessa "farra consumista" as pessoas se dão mais umas às outras, se aproximam mais, se perdoam mais mesmo que seja pelo breve período de uma noite ou um dia.

Seja como for, o Natal  sempre será a festa da esperança, o dia em que paramos, embora muitas vezes sem ter muita consciência disso, para comemorar, pois um menino nos foi dado para acender em nossos corações uma luz que não se apaga: a luz da esperança.


FELIZ NATAL!

dezembro 20, 2020

Surpresas da vida


Sabe aquele momento em que você descobre que sempre esteve da margem oposta da vida, pois o tempo todo caminhou exatamente pelos caminhos que procurou evitar? Casou a pessoa com a qual sequer imaginou ter algo mais sério que um simples flerte, e com ela tem vivido há anos numa integração que jamais poderia imaginar; é próximo das pessoas que de certa forma despreza, mas são elas que têm se mostrado leais e companheiras nos momentos que você mais precisa, e aquelas que admira ou mesmo ama do fundo de seu coração estão o tempo distantes e ocupadas quando as procura. E aquele emprego que tanto almejou, mas que revelou um atraso de vida? Triste, não é? Você fez tantos planos. O salário, o ambiente de trabalho, as chances de crescer... Tudo mera falácia. Conto do vigário. No entanto, aquele outro pelo qual não dava nada se revelou promissor. Faz quanto tempo que você está trabalhando nele? Nem pensa em sair, não é? O casamento que você só topou para não ficar sozinho...  Está comemorando bodas de quê mesmo? Aquele filho, ou filha, que você teve tanta dúvida se deveria ou não deixar vir ao mundo, porque não estava preparado financeira e psicologicamente, virou uma pessoa de bem e não para de te surpreender positivamente desde que nasceu. 

Muitas coisas surpreendentes acontecem o tempo todo, não é mesmo? Não se espante, nem se preocupe; a vida é assim mesmo. O tempo o todo está nos mostrando o quanto estamos enganados, o quanto não temos noção do que é realmente é  bom para nós.  Nosso olhar embotado e  extremamente humano, muitas vezes, nos impede de entender que nossa passagem pela terra faz parte de um plano maior, em que a nossa vontade, ou desejo, nem sempre nos leva para os caminhos que devemos seguir. É nesse momento que algo acontece nos arrastando para o lado que vai fazer nossa vida ter sentido. Podemos chamar isso de destino, acaso, ou qualquer outra nome à nossa escolha. O importante é que o balanço que fazemos, no final das contas, é quase sempre positivo, pois nos sentimos gratificados por ter chegado aonde chegamos. Isso é o que muitos costumam chamar de felicidade. Respire aliviado e siga vivendo; as surpresas não param nunca.


Boa semana para todos.


dezembro 13, 2020

Pelé e Maradona no céu.



Toda vez que morre um artista ou esportista ouvimos alguém dizer que aquela pessoa está no céu fazendo isso aquilo: se for cantor ou cantora, passará a eternidade dando canja; esportista, praticando sua modalidade de esporte, ator ou atriz atuando, bailarinos, dançando; e vai por aí. Uma frase muito usada nessas ocasiões ´´e: "O céu está em festa.", geralmente sacada quando morre um sambista ou comediante.

Porém, dessa vez, o jogador de futebol Pelé resolveu inovar afirmando em suas redes sociais, diante da noticia da morte do também jogador de futebol Maradona, que pretende se encontrar com o colega no céu para juntos jogarem bola. Olha, a afirmação passa, no mínimo, que alguém que morre nas condições em que morreu o craque argentino estaria apto para sair correndo por gramados tão logo chegasse ao "céu". Como se jogadores de futebol, atristas, etc. se ascendessem às altas esferas celestes simplesmente porque exerceram aqui na terra esses ofícios, em detrimento de simples mortais como nós.

Grande equívoco ou simples pretensão, difícil julgar. O que se pode afirmar é que ninguém, famoso ou anônimo, sai da terra diretamente para "céu". Ainda mais em se tratando de pessoas que tendo nascido com dons especiais fizeram disso o seu motivo de queda e não de ascensão espiritual. Aprendemos que àqueles aos quais muito foi dado muito será exigido. Improvável que pessoas como os dois ídolos do futebol por terem alegrado as torcidas dos times pelos quais jogaram estivessem aptos para tal, despeito de suas vidas errantes; futebol e fama não são passaportes para o paraíso.

Bem verdade que Pelé apenas reproduziu uma crença que muitos têm de que quando morrerem vão direito para um lugar especial por que tiveram uma vida de destaque aqui na terra. Ouso dizer que é exatamente por esse motivo que dificilmente esse desejo se concretizará. Temos um longo caminho a percorrer antes de ir para o "céu". Primeiro teremos de nos despir de todas as nossas vaidades, vícios e arrogância.


Boa semana

dezembro 06, 2020

Mandando indiretas.

Muita gente ao se ver impossibilitado de dizer o que está pensando opta por falar sem falar, ou seja, através de indiretas, que nada mais são do que aquelas frases, aparentemente sem sentido, que dizemos como se não quiséssemos dizer nada, mas que dizem muito. 

No entanto, na maioria das vezes, a pessoa a qual se está tentando mandar o recado não entende, ou finge que não entende, fazendo com que o falante seja visto como louco ou lunático.

Falar por meio de indiretas sempre foi bastante usado por aqueles que querem ser sincero sem ferir suscetibilidades; diz-se o que se pensa sem se comprometer, cabendo ao ouvinte "vestir a carapuça" ou não. O problema é que quase  nunca a pessoa veste a carapuça e o dito fica pelo não dito. Ou seja, falar por meio de indiretas é perda de tempo.

Em tempos do "politicamente correto" ficou impossível ser sincero e dizer a verdade um risco incalculável; basta uma palavra dita fora do contesto para que o mundo vire as costas e te julgue como um pária. Tempos difíceis para os amantes da verdade, para aqueles que insistem em acreditar que a sinceridade deve estar acima de qualquer coisa. Devo confessar que faço parte dessa turma e sofro toda vez que tenho de me fazer de surdo para  não correr riscos.

Muitos dizem que o mundo ficou mais chato depois do "politicamente correto". Digo mais: estamos vivendo tempos de retrocesso; quando tínhamos tudo para nos tornarmos mais adultos retornamos à infância. Não aquela infância da qual todos sentimos saudade, mas a infância da humanidade, no tempo em que nada podia ser dito e tudo era proibido.   

O ideal seria se pudéssemos, sem hipocrisia, dizer exatamente o que estamos pensando. Verdade que ninguém pode sair por aí falando o que bem entende, mas um pouco de sinceridade evitaria muito mal-entendido; muitos tomam nosso silêncio ou nossa "mentirinha" como algo nossa verdadeira opinião.

Boa semana.


novembro 29, 2020

O que é ser uma pessoa boa?




O que você diria se alguém, de repente, te perguntasse o que considera uma pessoa realmente boa? Muitos respondem que é aquela pessoa que vive sua vida sem prejudicar ninguém. Bastante vago, não é mesmo? Afinal, podemos muito bem viver sem prejudicar aqueles que nos rodeiam, mas sem nos importar com eles, nem mesmo nos interessar se são felizes ou tristes, se têm fome, se estão desabrigados, ou, simplesmente, necessitam de algum tipo de atenção. 

Talvez pessoas que vivam assim não possam ser chamadas de boas, pois bondade é o ato de fazer para os outros aquilo que gostaríamos que fizessem por nós; é nos colocar no lugar do outro, sentindo suas alegrias e tristezas; é amparar o caído, mas também partilhar da mesa farta daqueles que estão numa posição mais alta e favorecida que a nossa; não somos bons apenas quando descemos para nos nivelar ao que está abaixo de nós, também quando nos confraternizamos com aqueles que chegaram aonde almejamos chegar um dia.

Ser bom, sobretudo, é amar a si mesmo, é se querer bem, é cuidar de si; pois cuidando de nós ficamos aptos para cuidar do mundo à nossa volta, e daqueles a quem amamos e tanto queremos ver bem. Nesse momento que estamos vivendo, por exemplo, ser bom é usar máscara, lavar  as mãos sempre que tivermos conato com objetos compartilhados por outras pessoas, é evitar aglomerações; assim estamos ajudando a nós mesmos e a todos ao nosso redor. 


Boa semana.

novembro 24, 2020

Compromisso de dizer a verdade.



Parece que há um consenso de que ser sincero é, antes de qualquer coisa, falta de educação, falta de jeito, de compaixão, grosseria mesmo. Por esse motivo, se tornou comum as pessoas, quase nunca, dizerem a verdade. Passamos a maior parte do tempo dizendo exatamente o contrário daquilo que pensamos; dizemos que gostamos do que não gostamos, chamamos o feio de bonito, o ruim de bom, enfim, somos falsos e hipócritas apenas para não correr o risco de desagradar.

Agora, cá pra nós, você acha que essa é a melhor forma de agir? É justo assumirmos uma postura falsa, dizer coisa que não pensamos somente para ficarmos bem com todo mundo, pagando o alto preço de ficarmos mal consigo mesmos? Creio que não. É bem verdade que ninguém deve sair por aí bancando o "eu sou sincero". Não vale a pena magoar as pessoas gratuitamente. Porém precisamos deixar claro que, embora não tenhamos o direito de nos meter na vida de ninguém, pensamos e agimos de forma diferente. 

O que não se pode é fazer cara de paisagem para tudo. A todo momento vemos que bastaria uma palavra nossa para que alguém deixasse de se envolver em alguma enrascada. No fundo, acabamos sendo cúmplices de muita coisa que acontece ao nosso redor simplesmente porque optamos por não nos meter, pois não é da nossa conta. É da nossa contas sim. Tudo o que acontece no mundo é da nossa conta. Não há nada que aconteça que não acabe nos afetando de um jeito ou de outro.

Portanto, se queremos que o mundo seja um lugar melhor para viver, devemos começar tornando-o mais verdadeiro. Manter a paz a custa de mentiras e falsidades será sempre algo temerário; a paz do mundo começa nos nossos convívios pessoais, e devemos, sim, fazer de tudo para que isso aconteça, mas sem colocar em risco nossa compromisso com a verdade.

novembro 22, 2020

Dia da consciência.


A comemoração do dia da "Consciência negra" este ano - não bastassem as inúmeras críticas que a data normalmente enfrenta, principalmente daqueles que insistem em dizer que no Brasil não tem racismo - foi manchada pela brutal morte de João Alberto, um cidadão negro, espancado após um mal explicado desentendimento com a caixa enquanto fazia compras com a esposa numa loja (supermercado) da franquia Carrefour. 

O episódio, bastante similar ao que ocorreu com um cidadão negro americano e gerou uma onda de protestos que varreu aquele país, foi filmado (esse é o lado bom da tecnologia, pois tornou-se nosso eficiente terceiro olho) pela câmera de um celular e ganhou a mídia. A cena é forte e é difícil que alguém, em sã consciência, não se escandalize (para dizer o mínimo) ao ver aquele homem ser espancado por indivíduos que se autodenominam "seguranças". Na verdade, animais irracionais incapazes de resolver um desentendimento pontual com diálogo.

Seria mais um acontecimento sem maiores gravidades se, cansada de sofrer sucessivos abusos, a população negra, a exemplo dos irmãos americanos, não resolvesse entender que a melhor forma de comemorar o dia 20 de novembro seria protestando para que outros "João Alberto" não continuem sendo assassinados simplesmente porque têm a pele escura, pois um cidadão branco, pobre ou rico, com certeza, não receberia o mesmo tratamento.

Precisamos, sem  demora, estabelecer que todo dia é dia de ter consciência de que somos todos iguais e merecemos o mesmo tratamento, independente de nossas diferenças, sejam elas raciais, opção sexual, religiosa ou simples opinião pessoal.


Bom domingo.

novembro 17, 2020

Promessas que não se cumprem.

Mais uma vez estamos diante dos políticos e suas promessas de campanha. Para obter nosso voto são capazes de prometer coisas que sabem que não vão cumprir. Mas o que importa se o objetivo é apenas conseguir um cargo público e através dele "se fazerem", não é mesmo? Em vez de se sentirem devedores ou mesmo comprometidos com seus eleitores, os políticos eleitos parecem fazer questão de enganá-los descaradamente; tudo é feito de maneira tosca e sem pouca ou nenhuma intenção de ocultar os malfeitos.

Sem falar da total falta de preparo para o cargo ao qual se candidatam e o desinteresse com qual desempenham o mandato. Não bastasse, muitos fazem questão de deixar claro que governam para seus apoiadores - alguns chegam a falar claramente que governam para a família e os amigos - e não para o povo em geral. Iludida, uma parcela da população aplaude esse tipo de atitude, sem saber que está aplaudindo a própria desgraça.

Lamentável que tenha de ser assim, que, enquanto eleitores, não tenhamos discernimento o bastante para detectar quando exatamente estamos diante de um verdadeiro governante de quando se trata de apenas de embuste. Infelizmente, o que temos visto nos últimos anos são indivíduos cínicos se locupletarem de seus cargos, para os quais foram eleitos democraticamente, para exporem ideias superadas que colocam em risco a democracia, a liberdade e mesmo o futuro da nação.

A religião, e aqui chegamos ao assunto que realmente nos interessa, está cada vez mais sendo usada como fachada por seres mesquinhos que, em nome de Deus (repetem sempre bordões como:  "Deus e a família", "Deus acima de tudo" exaustivamente), quando na verdade demonstram não acreditar em nada que não seja no poder pelo poder, na chance  de impor ideias obscurantista e excludentes. Este é o momento de decidirmos se queremos uma democracia de verdade ou viver num mundo de pensamento único.

Boa semana.

outubro 28, 2020

Corpo & Espírito: Preconceito de cor.

Corpo & Espírito: Preconceito de cor.: Desde sempre se ouviu dizer que no Brasil não existe preconceito de raça, que somos um país miscigenado,  e que, por esse motivo, todos os p...

outubro 26, 2020

Tempos de calmaria ou de tempestade?

Houve tempo em que se lutava por igualdade de direitos. Muitas eram as bandeiras que se levantavam em prol dos menos favorecidos, também conhecidos como os excluídos. Essa parecia ser a voz corrente; poucos eram os que se colocavam contra. Muitos políticos se fizeram em cima da plataforma da igualdade. Vote em mim e eu serei a sua voz na câmara dos vereadores, na prefeitura, na câmara dos deputados estaduais/federais, no governo do estado, no senado, na presidência da república prometiam os que disputavam a nossa preferência nas urnas. 

O tempo passou e a luta pela igualdade de direitos, a igualdade entre os sexos, o direito às liberdades, em geral, virou nome feito, sinônimo de esquerdismo, comunismo, socialismo e tudo o que passou a ser visto como "coisa ruim". A nova onda agora é ser retrogrado, é negar o direito ao cidadão de escolher sua religião, opção sexual, tendência política, tudo o que vá contra à chamada ala "conservadora".

A impressão que se tem é que os que não se definem como conservadores, e acredito que seja a maioria da população, devem ser banidos da sociedade. O lema é: "quem não pensa como nós é contra nós" E não ficam só na retórica, pois partem para as vias de fato atacando todos os que ousam dizer o que pensa e tomar posição contrária. Os ataques mais comuns são feitos através da internet , essa arma que tanto pode levar a humildade à iluminação quanto às trevas, ou seja, ao caos e à destruição.

Todos sabemos o quão devastadores pensamentos obscurantistas podem ser; o mundo tem muitos exemplos de que esse tipo de ideias nos levam a guerras, ao aniquilamento de povos, à segregação de minorias, à fome, ao êxodo, violência, ao medo, sobretudo, à intolerância, esse mal que a cada dia se espelha mais e mais.

Sem dúvida, vivemos um tempo estranho. É como se estivéssemos caminhando de volta a tempos que todos (até mesmo os que parecem querer trazê-los de volta) não gostariam de reviver. É preciso refletir que tempos queremos viver: tempos de calmaria ou tempos tempestuosos?

Boa semana.

outubro 23, 2020

Preconceito de cor.

Desde sempre se ouviu dizer que no Brasil não existe preconceito de raça, que somos um país miscigenado,  e que, por esse motivo, todos os povos e  raças vivem em perfeita harmonia: brancos, negros, amarelos,  indígenas, enfim toda a diversidade humana que habita este solo.  

A um primeiro olhar, essa afirmação pode até ser verdadeira; ninguém pode, em sã consciência, dizer o contrário. Somos, sem dúvida, um povo de índole pacifica. Não fossem as disputas pelo controle do tráfico de drogas e os embates dos traficantes com a polícia poderíamos mesmo dizer que vivemos na terra da paz e da boa convivência.

Porém, essa aparente "boa convivência" entre povos e raças tem lá as suas exceções. Principalmente, quando o assunto é cor de pele. Em particular, a cor preta. No fundo, e muitos chegam a afirmar que é essa a grande razão, veem o negro como o escravo que foi trazido no laço da África para ser escravizado nesta terra. 

É como se a Lei Áurea ainda não tivesse sido assinada e os negros continuassem a viver as agruras do cativeiro. O que acaba sendo verdade, pois cabe a eles os trabalhos mais humildes (isso para não dizer humilhantes) e, por sua vez, os salários menores, mesmo quando, meritoriamente, exercem funções dignas dos chamados "brancos".

O preconceito mostra sua cara quando um negro tenta fazer valer seus direitos. Nesse momento sempre aparece alguém para dizer que ele é um cidadão de segunda categoria e que, portanto, não tem os mesmos direitos dos não-negros. Diante do "atrevimento", geralmente, partem para ofensa usando sua cor e mesmo o passado escravo da sua gente. 

Alguns se exacerbam e comparam os negros com macacos, primatas dos quais, segundo Darwin, toda a raça humana descende. O que mais espanta é que essa "implicância" não ocorre com outras "cores"; não se vê amarelos (os orientais, em geral), indígenas, árabes ou judeus sejam, aqui no Brasil, humilhados por sua origem. O problema é, sem dúvida, com o negro e sua cor. 

Isso me leva a crer que o preconceito não é de raça, mas de cor: definitivamente, alguns brasileiros não gostam de preto.

Boa semana.

outubro 19, 2020

Nossos relacionamentos mais difíceis têm muito a nos ensinar.


Se perguntado com que tipo de pessoa (ou pessoas) gosta de conviver ninguém hesita responder que é com as boas, as generosas, as que são verdadeiramente amigas e companheiras, aquelas que nos ajudam nos momentos em que mais necessitamos, não é mesmo? Afinal de contas, queremos sempre o que há de melhor ao nosso lado, e não poderia ser para menos; ninguém, em sã consciência, escolheria viver ao lado do que não presta, causa dor ou do que é prejudicial.

No entanto, nem só de facilidades é feita a vida; nem, como alguém já disse, viemos ao mundo a passeio; definitivamente, a terra não é um playground. Nossa passagem por aqui é para aprimoramento; precisamos aprender, aparar arestas, vencer as barreiras que estão impedindo nosso crescimento espiritual, nossa caminhada rumo a evolução. 

Infelizmente, esse aprendizado não se dá através dos nossos relacionamentos mais fáceis e cordiais, mas, sim, daqueles onde as dificuldades de entendimento, as diferenças de pensamento, pontos de vista e até mesmo de caráter são, em muitos casos, quase insustentáveis. Geralmente, optamos por nos afastar dessas pessoas acreditando que assim o problema está resolvido. É aí que nos enganos, pois afastar-se das pessoas que nos causam problemas, aquelas com as quais não nos damos, significa apenas fugir, deixar passar a chance de resolver a situação de uma vez por todas.

Portanto, toda vez que nos deparamos com aqueles que se convenciona chamar de "inimigos" devemos agradecer, porque na verdade estamos tendo uma oportunidade de nos livrar de uma problema que, na maioria das vezes, se arrasta por várias encarnações. Ainda tem o agravante de que, caso a questão não seja resolvida, ela volta mais cedo ou mais tarde e de forma muito mais grave, causando um estrago muito maior.

Ninguém é santo a ponto de amar o seus inimigos, mas podemos, pelo menos, tentar encará-los como aqueles que vêm para nos ajudar crescer, olhar para dentro de nós mesmos, vencer nossos medos, preconceitos, superar nossas raivas, transformar nosso ódio em amor.

Pense nisso.

Boa semana.

outubro 12, 2020

A árvore que queria ser grande.

 Uma Pequena árvore De Peles Que Foi Morta Pelo Calor De Um Incêndio  Florestal Está Com Agulhas Vermelhas Acesas Pelo Sol Da Tarde Através Das  árvores Queimadas Ao Redor. Fotos, Retratos, Imágenes

Como normalmente acontece com todas as árvores, ela nasceu por acaso, ou seja, uma pequena semente caiu sobre o solo e não demorou muito um lindo brotinho deu o ar de sua graça. Porém, era pequena demais para ter uma visão geral de tudo que existia à sua volta. Por isso, sonhava com o dia em que se transformaria numa árvore frondosa e do alto de sua copa pudesse contemplar o mundo. 

O tempo foi passando e nada de ela crescer atingindo as alturas. Não era falta de sol e chuva, pois o astro-rei brilhava no céu quase todos os dias e as chuvas também eram constantes. Além, como mais tarde ela veio a descobrir, a espécie da qual fazia parte costumava atingir vários metros de altura. O problema de nossa amiga foi sua semente ter caído, como bem diz aquela parábola da Bíblia, em terreno pedregoso.

Na verdade, o terreno não era exatamente pedregoso. Pelo contrário. Tratava-se de uma terra macia e fértil. No entanto, era usado como passagem para aqueles apressadinhos que gostam de "cortar caminho" para chegar mais rápido aos seus compromissos. Apesar disso, entre uma pisadela e outra, ela conseguia sobreviver. Algumas vezes, chegou a ganhar muitos galhos e folhas  e seu tronco ficou bastante forte. Isso fez com que ela pensasse que seu dia de virar árvore de verdade, fazer sombra, dar frutos para alimentar os pássaros, que não só pousariam em seus galhos, mas também fariam ali os seus ninhos, tinha finalmente chegado.  

Tanto que, no seu  íntimo, ela já se imaginava habitada por muitos pássaros e outros animais, bem como via-se fazendo sombra para algum andarilho cansado ou  abrigando sob seus galhos lindos casais de apaixonados namorados. Infelizmente, um desatento motorista ou um mero destruidor da natureza, sempre aparecia para por fim nos seus sonhos. Mesmo assim, ela não desanimava. Novamente, se nutria da esperança de realizar o sonho de ser uma bela e útil árvore. E foi assim até o dia em que a prefeitura resolveu criar  ali uma área de lazer e a colocou abaixo, sem levar em conta  que estava matando não só uma árvore, mas todos os seus sonhos.

Da mesma forma que essa árvore, muitas vezes lutamos para realizar nossos sonhos e projetos, mas sempre surge algum impedimento. O importante é nunca desistir, renovando todos os seus dias a esperança de que um dia chegaremos lá.

 

BOA SEMANA.

outubro 10, 2020

A esperança está no ar.

Não se pode negar que o Coronavirus (COVID-19) causou uma verdadeira revolução na vida de todo mundo; nada mais foi o mesmo desde que este vírus começou a se espalhar pelos quatro cantos do planeta ceifando vidas e fazendo com que tivéssemos de mudar não só nossa maneira de cuidar de nossa saúde, mas a forma como relacionamos com as pessoas do nosso convívio. 

De repente, abraçar, beijar, ou mesmo um simples aperto de mão, reuniões, festas, e aglomerações, passaram a ser atitudes temerárias, e até mesmo proibidas. O medo de ser infectado por esse vírus mortal fez com todos fossem enclausurados em suas casas na tentativa de evitar uma tragédia maior do que a que estamos encarando. 

Durante meses, colocar o pé na rua, fazer contacto com estranhos (qualquer um virou estranho, até mesmo os amigos e conhecidos de antes) tornou-se impensável, pois nunca se sabia (e ainda não se sabe) quem pode estar carregando consigo o terrível coronavírus.

Convencionou-se ( a imprensa à frente, como sempre) a chamar isso de o "novo normal", uma vez que, pelo que tudo indica, ainda vai levar muito tempo para que possamos voltar ao "antigo normal". Muitos arriscam dizer que jamais voltaremos a viver como antes. Seja como for, não há dúvida de que temos uma grande lição a tirar de tudo isso. Definitivamente, não podemos sair disso como se nada tivesse acontecido; não foi ( nem é) uma simples "gripezinha".

No entanto, também se pode negar que vivemos um momento de expectativa boa; podemos sair deste "período de trevas" muito melhores do que entramos, essa é a grande esperança que está no ar. Quando tudo isso passar, poderemos viver num mundo menos individualista, onde, para o bem e para o mal, o que acontece com um acontece com todos.

Bom fim de semana.

setembro 23, 2020

O que pode haver por trás de um simples presente.

Muita gente vira a cara quando recebe pequenas lembranças Há quem simplesmente se recuse a recebê-las ou, quando as aceita, não dá a menor importância. Afinal de contas, aprendemos desde crianças a somente valorizar o que é grandioso pensando apenas em seu valor monetário. Esquecemos que, muitas vezes, o valor do presente está muito além da questão financeira.

Na verdade, é através desse costume aparentemente banal que Deus nos manda mensagens e de alguma forma testa nossa disposição para receber aquilo que queremos ou julgamos ter direito a receber. Ao negar ou receber com desdém algo simples e de pouco valor podemos estar demonstrando falta de humildade e fechando as portas para a chegada de tudo aquilo que tanto almejamos.

Mais do que isso, dar e receber são dois lados da mesma moeda; ninguém é rico demais que não possa receber, nem tão pobre que não possa doar. Todos estão no mesmo barco, apesar de todas as vantagens que acreditamos (e talvez não se possa negar, principalmente levados pelo nossa maneira rasa de ver a vida) que a riqueza tem sobre a pobreza.

Dar de presente algo como um carro e receber uma flor pode não ser tão desigual quanto parece. Tudo depende de quem dá e de quem recebe. Nesse momento o que vale é o que vai na alma de quem dá e de quem recebe. É nessa hora que fica claro qual a real posição de cada um: qual a necessidade de cada um dar ou receber,

O que cada um tem para dar e para receber não o torna melhor nem pior que ninguém. Pelo contrário, torna todos iguais. O dar não existe sem o receber, assim como não faz caridade apenas aquele que doa, o que recebe também faz caridade, pois uma coisa não acontece sem a outra. O necessitado ao receber permite ao abastado cumprir seu papel e vice-versa, ou seja, a vida é uma via de  mão dupla.

setembro 19, 2020

O verdadeiro golpe

Aluísio não nasceu em berço de ouro. Muito pelo contrário, teve um infância cheia de privações. Tão  logo chegou à adolescência percebeu que precisaria fazer alguma coisa para mudar seu destino, pois não pretendia viver para sempre mergulhado na miséria e na indigência.

No entanto, engana-se quem pensou que ele seguiu aquele velho conselho que aponta a educação como única forma que uma pessoa tem para sair da pobreza e galgar patamares mais altos da sociedade, de maneira sustentável e duradoura; para ele, esse caminho podia até ser eficaz, mas era muito demorado, demandava muito esforço. Exatamente o oposto daquilo que ele procurava, uma vez que tinha pressa; muita pressa.

A desnutrição da infância e pré-adolescência não impediu que se tornasse um rapaz de boa estatura e notável aparência. Então, ele percebeu que poderia lançar mão desses atributos para sair da pobreza. Dessa maneira,  não foi difícil se aproximar de "pessoas interessantes". Em pouco tempo, ele estava colocando em prática seu plano de ascensão social. Muitas vezes esteve perto do que considerava "subir na vida" e pôde, ainda que por frações de segundos, se sentir distante de seu passado de privações.

Dizem por aí que quem nunca comeu melado quando come se lambuza; Aluísio sempre acabava cometendo pequenos delitos e perdia sua "galinha dos ovos de ouro". Algumas vezes, acabou preso e virou figurinha fácil nas delegacias e tribunais. Nem por isso desanimava; saía atrás de novas vítimas, sempre com o intuito de "se dar bem na vida". Um dia, ele, depois de mais uma detenção pelos crimes de sempre, ouviu o seguinte conselho de um delegado:

- Já deu pra entender que você não é o que se pode chamar de um marginal na verdadeira concepção da palavra. Não passa de um garoto querendo se dar bem usando a única arma que tem, ou seja, o corpo. Vê se toma juízo. Quer sombra e água fresca? Está bem. Ninguém pode te recriminar por isso. Mas tenta se colar em alguém. Para com esse negócio de dar pequenos golpes. Você não é do ramo. Vai por mim. Fica com alguém, homem, mulher, o que seja. Não importa. Dá pelo um tempo antes de praticar seus golpes "pé de chinelo". Quem sabe você  vira um cidadão de respeito e para de tomar o meu tempo?

Aluísio saiu da delegacia levando consigo as palavras do delegado. O homem tinha razão; seus golpes eram sempre muito amadores; nunca davam certo. Quase sempre acabava passando a noite na cadeia por roubar uma joia sem valor, um celular que não conseguia usar ou vender, uma pequena quantia em dinheiro, um objeto sem serventia, enfim, nada que resolvesse sua vida. No outro dia estava na rua com fome, com o bolso e a barriga vazios. 

Na próxima vez que encontrou alguém que julgou poder lhe dar a vida boa que tanto queria, lembrou do conselho do delegado e reprimiu a vontade de aplicar seu costumeiro golpe. Resultado: está com a "pessoa" até hoje e nunca mais encontrou o delegado, pois não teve mais de passar a noite na cadeia.

P.S. - A "pessoa" o convenceu voltar a estudar e isso garantiu-lhe um emprego que o livra de ter de aplicar golpes em corações solitários para sobreviver.


setembro 05, 2020

Bem-vindo de volta, meu amigo!

Resultado de imagem para imagens de pessoas dizendo: bem vindo de volta, meu amigo.


Heleno nunca teve grandes ambições na vida, seu sonho sempre foi conseguir um emprego cujos ganhos lhe proporcionasse uma vida sem muitos atropelos. Algumas vezes esteve perto disso, pois a cada emprego lutava com unhas e dentes para não ser demitido. Por isso, não foram poucas as vezes que teve de engolir sapos, mas isso nunca o esmoreceu. Pelo contrário, encarava tudo como "parte do jogo", uma vez que sua vida nunca foi um mar de rosas; nasceu numa casa pobre onde dividia o pão com muitos irmãos e ouvia os pais dizerem que devia se preparar para enfrentar as agruras do "mundo lá fora".

O tempo passou, alguns empregos vieram e se foram e nosso Heleno saía em busca de um novas colocações. Mais uma vez o sonho de que fosse aquela onde iria encontrar um patrão justo que lhe pagasse um salário que, pelo menos, desse para pagar as contas do mês tomava conta de seus pensamentos, pois já perdera a esperança de conseguir mais que isso: triste realidade que a maioria dos brasileiros enfrenta.

No entanto, o sonho se desfazia já nos primeiros dias de trabalho. Novamente, ele se via diante das mesmas exigências infundadas, as mesmas humilhações, o mesmo salário que mal dava para chegar à metade do mês, a mesma falta de oportunidade de crescer. Isso o fez pensar nos empregos pelos quais passou durante a vida, cerca de três ou quatro, numa espécie de balanço geral. 

A conclusão a que chegou o deixou espantado; embora tivesse trabalhado em empresas de perfis diferentes, teve a sensação de que sempre trabalhou para o mesmo patrão. Não só o mesmo patrão, mas os mesmos colegas, as mesmas situações, tudo praticamente igual. Estendendo um pouco mais, ele chegou à sua vida pessoal e viu que não era diferente: os amigos que iam e vinham pareciam ser sempre os mesmos, nos relacionamentos afetivos as situações se repetiam, com os problemas do dia a dia acontecia o mesmo 

No início, essa constatação o deixou desnorteado, pois sentiu-se vítima de uma grande armadilha do destino, uma maldade sem precedentes. Quer dizer que ele estava condenado a sempre encontrar as mesmas pessoas, a viver as mesmas situações? Isso não era justo. Afinal, apesar de a cada porta que se abria encontrasse pessoas com corpos, rostos e nomes diferentes elas eram as mesmas velhas conhecidas de sempre, com as mesmas picuinhas.

Pensando um pouco melhor entendeu que isso nada tinha de errado, e se sentiu feliz. Tão feliz que agradeceu a Deus pela oportunidade de estar sempre conectado com sua essência, com o objetivo de sua vida e com aqueles que fazem parte de sua história. Desde então passou a compreender melhor cada vez que uma pessoa sai de sua vida e volta em outro corpo, com outro rosto e com outro nome. Em seu pensamento ele diz;

- Bem-vindo de volta, meu amigo!

Bom final de semana a todos. 


 

setembro 03, 2020

A nova "escapadinha" dos católicos.

Resultado de imagem para imagens de sincretismo

Não é de hoje que se sabe que os católicos (abro parenteses para dizer que me considero um deles) têm o hábito de dar algumas "escapadinhas" (vale dizer que não são todos) quando querem resolver algum problema urgente e acha que precisa de uma forcinha extra. Quase sempre, além de outros caminhos, os esotéricos, em especial, os chamados "centros  de macumba" sempre encabeçaram a lista, principalmente levados pelo sincretismo: para fugir da perseguição da polícia, no início do século vinte, as religiões de matriz africanas optaram por dar aos seus orixás os nomes dos santos católicos para assim poderem exercer sua fé sem serem incomodados. 

Hoje em dia, o sincretismos já não é tão necessário, apesar de vez ou outra termos notícia de atos violentos contra o direito à liberdade de culto, mas já faz parte da nossa cultura, tanto que acaba gerando certa confusão, como é o caso do veneradíssimo São Jorge; alguns chegam a pensar que o santo da Capadócia é Ogum (ou Oxóssi, dependendo do lugar). Também não podemos esquecer de São Sebastião, Santa Bárbara, São Jerônimo, São Lázaro, Santana e tantos outros que têm seus correspondes na umbanda.

Porém os tempos estão mudando. Os católicos continuam dando "escapadas", mas agora nas igrejas evangélicas. Mais uma vez, cansados de esperar pela prometida felicidade eterna no céu ao lado do Pai muitos vão atrás de cultos imediatistas onde se promete a felicidade, o perdão dos pecados, sejam eles de que gravidade forem, a casa, o carro, a pessoa amada e a tão aclamada prosperidade.

Nada de errado (que os puristas não me leiam) nisso, afinal a igreja católica sempre foi uma grande mãe e nunca fechou as portas para ninguém, ou seja, o fiel pode ir e voltar quando bem entende sem ter de dar maiores explicações. No entanto, se o convívio com as seitas de matriz africanas sempre foi o que se pode chamar de pacifico, com as igrejas evangélicas não é bem assim; o fiel vira as costas para a sua antiga fé e passa a negá-la, inclusive sua mãe, Maria.

agosto 31, 2020

Falsos profetas.

Desde os tempos bíblicos que se pede atenção e cuidado com aqueles que se autodenominam porta vozes de Deus e falam em Seu nome conclamando as pessoas para suas igrejas e seitas onde encontrarão a felicidade na terra.

Esse alerta nunca foi tão importante e necessário como agora. Infelizmente, nos últimos tempos, temos tido notícia de inúmeros casos de pretensos religiosos que se dizendo arautos do Criador usam e abusam da boa-fé de seus seguidores. Por trás de uma falsa aparência de beatitude escondem verdadeiros criminosos que nada ficam a dever aos piores bandidos que frequentam as nossas páginas policiais.

João de Deus, o médium de Abadiana,  Goiás,   acuado de estuprar fiéis, padre Robson, do Divino Pai Eterno, apontado como responsável por desvios milionários em sua comunidade, além de outros desvios, Flordelis, a pastora evangélica e deputada, apontada como mandante do assassinato de seu marido são alguns dos casos escabrosos que estamos tendo que engolir goela abaixo.

Em tempos de tanta descrença, uma doença que apavora a todos, um governo que não governa, tantos escândalos de corrupção ( parece que estamos mesmo predestinados a ser governados por homens (e mulheres) que colocam o dinheiro acima de tudo) não precisávamos passar por mais essa decepção, não é mesmo?

Muitos podem dizer que não temos nada com isso e que esse é um problema que não nos atinge. Peço desculpas para dizer que não concordo. Quando alguém faz algo de bom está nos representando e isso nos atinge para o bem; quando acontece o contrário, ou seja, alguém comete um desatino somos atingidos de forma avassaladora, daí vem a descrença e a sensação de que não se pode acreditar em nada e ninguém. 

É preciso ficar firme para não se deixar dominar por essas "boladas nas costas". Mais do que isso, é preciso estar atento para separar o joio do trigo, saber quando estamos diante de um verdadeiros homens (mulheres) de Deus ou de lobos em pele de cordeiros.

Não é fácil, pois o mau sabe se disfarçar e seduzir. Como bem disse Jesus, é preciso "orar e vigiar".

agosto 30, 2020

Meça as palavras.

É comum ouvir por aí que é preciso medir as palavras e não deixa de ser verdade, principalmente nesses tempos do "politicamente correto" quando é preciso redobrar o cuidado com  o que fala para não ferir suscetibilidades. Não há dúvida que, para o bem e para o mal, ficamos mais sensíveis; o que antes parecia natural e espontâneo passou a ser considerado agressivo, antigos apelidos tidos como "carinhosos" hoje são considerados ofensivos.

Há quem diga que esse movimento veio para fazer com que as pessoas tivessem mais respeito umas pelas outras e que se acabasse de vez com as agressões, acima de tudo as verbais, que eram feitas disfarçadas de formas carinhosas de tratamento. Apelidos que fazem referência a tipo físico, cor da pele, raça, classe social passaram a não ser tolerados, nem vistos como normais como se via antes. No entanto, outras julgam que tudo isso só serviu para criar distanciamento entre as pessoas e que tornou as relações frias e estereotipadas.

Difícil saber quem tem razão, não é mesmo? O fato que não se pode negar que não somos mais os mesmos, as relações estão mudadas e o medo de falar algo que possa ser enquadrado como "politicamente incorreto" passou a ser constantes fazendo com que percamos a nossa espontaneidade.

Como acontece em tudo na vida, ganhamos e perdemos. Se por um lado ficamos mais respeitosos em nossas relacionamentos, de outro estamos mais engessados, sem autenticidade. É preciso que encontremos uma forma de manter nossa expressividade sem lançar mão de palavras chulas que escondem preconceitos, ao mesmo tempo que não podemos esquecer que o importante é sermos autênticos, verdadeiros.

 

agosto 12, 2020

Dicas importantes.


DICAS QUE NUNCA DEVEMOS ESQUECER.

AJUDE O PRÓXIMO

AME MAIS

CONHEÇA PESSOAS

CONSTRUA O FUTURO

FAÇA ELOGIOS

LEIA MAIS

MANTENHA O FOCO

PENSE POSITIVO

REALIZE SONHOS

SEJA OTIMISTA

SEJA PACIENTE

SEJA PERSISTENTE

SEJA SINCERO

SONHE ALTO

SORRIA MAIS

TENHA FÉ

TENHA TOLERÂNCIA

TRABALHE DURO

VIAJE MAIS

VIVA INTENSAMENTE


É CLARO QUE ESSA LISTA PODE SOFRER VÁRIOS ACRÉSCIMOS DEPENDENDO DA VONTADE E NECESSIDADE DE CADA UM.


PAZ E BEM A TODOS.

julho 27, 2020

Já se olhou no espelho?

                           Resultado de imagem para imagem para já se olhou no espelho?

Quem nunca ouviu ou fez essa pergunta para alguém? Muitos de nós, não  é mesmo? Geralmente as pessoas usam esse artifício para dizer que alguém está se querendo ser ou parecer aquilo que na verdade não é, sem necessariamente ofendê-la. Bacana, não é? Afinal ninguém precisa sair por bancando o dono da verdade só porque em determinados momentos extrapolamos e precisamos que alguém nos dê uma espécie de alerta.

Olhar-se no espelho nesse caso é uma forma de voltar-se para nosso interior, o nosso umbigo e ver se a forma que estamos agindo está de acordo com aquilo que realmente somos. Outro equivalente popularmente conhecido é "não se enxerga não?", mas existem muitos outros como o popular: "Tá viajando na maionese".

Agora, se não queremos ouvir esse tipo de insinuação o ideal é ajustar nossa fala às nossas ações e procurar evitar tentar ser aquilo que não é. Como dizem por aí “mentira tem perna curta", ou seja, não conseguimos enganar as pessoas por muito tempo. Um belo momento nossas "mentiras" são desmascaradas e aí temos de nos explicar  e nunca é muito fácil desfazer uma má impressão, não é mesmo?

Portanto, olhemos sempre nosso "espelho" interior para nos certificar de que a imagem que estamos tentando passar condiz com o que está refletido nele. Essa olhadela no espelho sempre se releva surpreende; tanto podemos descobrir que temos qualidades e capacidades que nem imaginávamos ter ou mesmo encontrar pontos negativos que precisamos modificar.

Olhe-se no espelho quantas vezes forem necessárias, pois o autoconhecimento é a chave para uma vida melhor, para nos relacionarmos de forma honesta conosco e com todos aqueles que nos rodeiam. Ninguém é perfeito, nem nós nem os outros, mas todos devemos buscar aquilo que os sábios chamam de iluminação.

 

julho 25, 2020

É preciso entender os sinais.


Resultado de imagem para imagem para é preciso ouvir os sinais dos novos tempos

Não há dúvida de que estamos vivendo um momento bastante conturbado nos últimos tempos. Muitos veem tudo com olhos pessimistas e chegam a acreditar que não temos saída. Não é bem assim. Desde o início dos tempos a humanidade vez por outra a humanidade enfrenta obstáculos que num primeiro olhar parecem intransponíveis, mas logo depois encontra meios para contorná-los e seguir em frente. Desta vez não vai ser diferente, pois, apesar da negação de alguns, esforços estão sendo feitos para que a solução seja encontrada o mais rápido possível e todos possam voltar às suas rotinas.

No entanto, é preciso que não deixemos que esse momento passe sem que tiremos dele uma boa lição para as nossas vidas. Não precisa ser religioso para saber que nada acontece em vão. Toda vez que somos tirados do nosso conforto e expostos a algum tipo de desafio é para que aprendamos alguma coisa e geralmente saímos do outro lado com algo a mais na bagagem; os dois de tormento e insegurança nos preparam para enfrentar novos desafios.

Abramos os olhos, os ouvidos e todos os nossos sentidos. Os sinais são claros: a humanidade precisa mudar sua rota, o velho tem de dar lugar ao novo, uma nova visão sobre a vida precisa ser assumida por todos. Não podemos continuar agindo da maneira egoísta e individualista que agimos até hoje virando as costas para nosso planeta, para as pessoas que estão do nosso lado e para os interesses coletivos. 

De repente fomos alertados para o fato de que o mundo é uma coisa só; o que acontece com um acontece com todos. Acabou aquele tempo de mais forte e mais fraco, ricos e pobres, a pandemia colocou todos do mesmo lado. Essa é grande lição que tiramos de tudo isso. Resta saber se todos estarão dispostos a colocá-la em prática.

 

julho 13, 2020

Entre a certeza e a hesitação.

Resultado de imagem para imagens de pessoas oscilando entre a certeza e hesitação


Acho que todo mundo já passou pela situação de ter de desempenhar determinada tarefa para a qual, por um motivo ou outro, não se preparou satisfatoriamente, mas não outra saída; precisa encarar. Nesse momento, bate aquela dúvida e ficamos completamente hesitantes, o medo de falhar nos paralisa e não conseguimos dar um passo. Geralmente, isso acontece quando temos de fazer um teste, uma prova de concurso, vestibular, uma entrevista de emprego, enfim, motivos e ocasiões não faltam em que nos sentimos, umas vezes com razão outras não passam de temor infundado, ameaçados pelo medo de falhar. Por outro lado, existem aqueles que têm sempre certeza de tudo o que vão fazer e por nem um segundo duvidam de sua capacidade, partem para suas tarefas confiantes do êxito e jamais passa por suas cabeças a possibilidade do malogro, do fracasso. Em princípio, isso parece muito bom, pois nos impulsionam a seguir em frente. Quando, porém, alguma coisa dá errado...

Bem, a questão aqui é falar desses dois tipos de pessoas: os que têm certeza de tudo e os que não confiam no “próprio taco”. Os dois tem vantagens e desvantagens; se aqueles que têm certeza de tudo passam, muitas vezes, arrogantes e pouco humildes, os hesitantes são vistos como fracos e chatos. Não sei em qual tipo você se enquadra, mas sei que qualquer que seja é preciso sempre ter cuidado para não tender demais para um lado nem para o outro: certeza demais quase sempre nos leva a erro e dúvida além da conta nos faz perder tempo e oportunidades.

 

 


julho 08, 2020

"O buraco é mais embaixo"

Resultado de imagem para imagem de bolsonaro com covid

A notícia que o presidente da república, sr. Jair Messias Bolsonaro, testou positivo para o Coronavírus-COVID-19, causou certo frisson em todo o país. E não era para menos, afinal de contas, ele, além de dizer repetidas vezes que a pandemia não era nada mais do que uma "gripezinha", alardeava que, por ser atleta, estaria livre de contrair o vírus. 

No entanto, o próprio veio a público, mais uma vez desrespeitando as regras da OMS e o bom-senso, para dizer que está infectado e que já está, inclusive, sobe cuidados médicos. Se por um lado muitos apressaram em desejar-lhe pronto restabelecimento, por outro, muitos não deixaram de lembrar o quanto ele sempre fez pouco caso desse grave momento pelo qual o Brasil e todo o mundo passam.

É triste saber que a autoridade maior de nosso país não tem um pingo de sensibilidade para com o povo que o elegeu, tratando a saúde de todos como algo trivial e sem valor, não chegando nem mesmo a lamentar os milhares de morte que já contabilizamos.

Novamente, cria-se a expectativa de que uma vez contaminado se ele mudará seu comportamento, se passará a ver a pandemia com um olhar mais humanitário e deixará de pensar apenas na economia do país, mas não é temerário apostar que ele continuará agindo da mesma forma ou até pior. 

Por isso, não dá para acreditar que ao passar pelo mesmo problema que milhões de brasileiros estão passando, ele não "abaixe o facho" e passe a respeitar a dor alheia, entendendo de uma vez por todas que mesmo em política "o buraco é mais embaixo".

 


junho 26, 2020

Usar máscara: uma declaração de amor.

ADUFPEL | HomeUsar máscaras como forma de proteger-se contra infecções respiratórias não é nenhuma novidade no mundo, muito menos na história, pois vez ou outra vemos surgir daqui e dali vírus que em maior ou menor grau ameaçam dizimar a humanidade. Visto por esse ângulo, a atual pandemia do coronavírus (COVID-19) é mais um desses terríveis desafios que somos obrigados a enfrentar, evitando nos expor a ele, evitando o contato com aqueles que já estão contaminados.
O problema é que esse vírus é terrivelmente contagioso e pode estar onde menos se espera; uma pessoa pode estar contaminada, transmitindo para aqueles com os quais convive e não saber disso, ou seja, trata-se do doente assintomático, que está com o vírus, não desenvolveu a doença e mesmo assim é capaz de infectar.
Em outras palavras, ninguém está livre de ser infectado e, segundo as autoridades médicas, a maneira de se prevenir, uma vez que ainda não existe vacina, é o isolamento social, lavar as mãos várias vezes ao dia, evitando sempre tocar a boca e os olhos, e o uso de máscara quando houver necessidade do contato social, mantendo o devido distanciamento.
Portanto, deixemos de lado nossas paixões politicas, "nossos ídolos de pés de barro" e confiemos naqueles que realmente estão empenhados em fazer com que passemos por esse terrível momento de nossas vidas sem perder mais do já perdemos, sem sofrer mais do que já sofremos. Negar-se a se cuidar e sobretudo à usar máscara nos locais públicos e nas ruas é atentar contra a própria vida e a vida dos outros.
Usar máscara pode até não ser muito eficiente ou mesmo confortável, pois mesmo com ela ainda corremos risco, mas acima de qualquer coisa é uma declaração de amor a você, àqueles que você ama e à humanidade como um todo, é dizer o quanto você se importa com o bem-estar o mundo onde vive.

USE MÁSCARA, INDEPENDENTE DE IDADE OU PARTIDO POLÍTICO, FAÇA ESSA DECLARAÇÃO DE AMOR.

junho 22, 2020

Eu me amo, eu me aprovo, eu me perdoo.

 EU ME AMO! EU ME ACEITO! EU ME PERDOO! (7 passos para o autoamor ...
 
A afirmação acima é um dos ensinamentos de Louise L. Hay, a conhecida orientadora espiritual americana, em seu livro "Você pode curar sua vida", que eu tomei para mim e repito diariamente, pode parecer algo sem muita força ou mesmo eficácia, principalmente se você está num daqueles períodos da vida em que acreditamos que tudo e todos estão contra nós, que nada presta e que somos os enjeitados do mundo.
 
Está bem,  não estou aqui para te julgar, além do mais, é bem provável que você tenha mesmo razão e as coisas sejam exatamente do tamanho e do jeito que as vê. No entanto, ainda que assim seja, existe algo que pode fazer para mudar e, tenha certeza, não é sair por aí brigando e exigindo que as pessoas sejam boas e te aceitem como você é. 
 
Você fazer algo bem mais eficiente; em vez de querer, desejar, pedir, implorar, exigir que as pessoas te amem, ame-se. É isso. Aceite-se do jeito que você é, declare seu amor a você mesmo, aceite-se, perdoe-se. Essa é a chave, o "pulo do gato". 
 
Passamos a vida querendo ser amados, aceitos e perdoados quando na verdade não nos amamos, não nos aceitamos, nem nos perdoamos. É por isso que as outras pessoas também não nos amam, nos aceitam ou perdoam, pois quem tem de fazer isso somos nós e não os outros.
 
Portanto, se você deseja ser amado pelo seu marido, esposa, namorado(a), seus familiares, amigo (a), no seu ambiente de trabalho, na vizinhança ou onde quer que seja, ame-se, aprove-se, perdoe-se primeiro. Essa atitude tem de partir primeiramente de você. Ninguém ama alguém que se despreza, que não tem amor próprio  e vive com baixa-estima. 

          Que tal dizer para você mesmo? Eu me amo, eu me aprovo, eu me perdoo. comigo 
          funciona.

junho 03, 2020

Na companhia do SOL.

Como decorar a casa | Blog da Kondor ImóveisBlog da Kondor ImóveisApesar de todos os problemas que enfrentamos em nosso país no que diz respeito à questão habitacional, sempre levamos em conta certos detalhes quando vamos escolher o local onde pretendemos morar: muitos levam em consideração uma boa vista de sua janela; outros preferem morar em locais de fácil acesso de transporte, perto de escolas, comércio, igreja, lazer, familiares, amigos; também há aqueles que fazem questão de que seja próximo ao trabalho para assim evitar de passar muito tempo dentro de uma condução; ou seja, o que não falta é prioridade e cada um tem a sua, não é mesmo?
Pelo meu lado, embora leve em conta quase tudo o que foi dito acima, o que acabou pesando na minha decisão foi um aspecto um tanto quanto diferente: eu morava num apartamento de fundos que vivia às escuras, parecia que ali era sempre noite, pois eu quase nunca podia ficar em casa sem ter uma lâmpada acesa. 
No entanto, como tudo uma hora acaba, inclusive o meu tempo de escuridão, chegou o dia de me mudar e eu saí para procurar um novo local para morar; peguei uma chave na portaria de um prédio e fui ver o apartamento que o porteiro de disse que estava para alugar. Quando abri a porta do imóvel, advinha quem eu encontrei morando lá e se sentindo o dono da casa? Sim, ele, o SOL. Nunca vi tanto luminosidade na minha vida, parecia que eu tinha entrado numa outra dimensão. O local estava vazio e isso dava a impressão de que não havia parte que não fosse banhada pelo astro-rei. Fiquei encantado com aquilo, afinal estava cansado de viver na escuridão, e decidi ali mesmo; "É aqui que eu quero morar: na companhia do sol."
Aqui estou alguns anos depois na companhia do sol. É verdade que o nosso relacionamento às vezes "esquenta"; é comum eu reclamar que ele está deixando o apartamento "um forno" e para acalmá-lo eu tenho de lançar mão de alguns subterfúgios, mas nada que azede a nossa relação de vez. Tanto que quando o mal-tempo aparece e ele tem se afastar por um ou mais dias fico logo cheio de saudades e clamo por sua volta. Afinal, não há como ser acordado todas as manhãs e ver que ele brilha iluminando a minha vida.

maio 14, 2020

13 de maio.

Sei que já passou (13 de maio foi ontem), mas não podia deixar a data passar em branco. Afinal, ela é muito importante, seja para católicos ( foi o dia em que Nossa Senhora, a mãe de Jesus, apareceu para os três pequenos pastores na cidade de Fátima, em Portugal), para os umbandistas (é dia de se prestar homenagem aos Pretos Velhos, entidades que, despeito de todos os percalços enfrentados quando estiveram encarnados, usam essa vestimenta para fazer a caridade) e para a comunidade afro-brasileira, eufemismo para raça negra (pois é o dia em que depois de mais de trezentos anos de uma escravidão cruel, a princesa Isabel, filha do imperador dom Pedro II, assinou a abolição da escravatura).
Tela para Quadro 50x70 - Nossa Senhora de Fátima no Elo7 | Monte ...Os três fatos, fora tantos outros que com certeza não são mencionados, fazem com que esse dia tenha uma importância imensurável. Nossa Senhora de Fátima é símbolo de fé e graça para católicos e não católicos e, por si só, já faz o dia ter uma aura toda especial. Guardo da minha infância uma imagem  (estampa) da santa pairando sobre um arbusto e três crianças ajoelhadas em adoração que minha mãe (católica fervorosa) mantinha na sala de casa. e, diante da qual, rezávamos o terço.







Resultado de imagem para imagem de preto velho na umbanda
Os Pretos Velhos nem se fala; são seres que povoam o imaginário de muita gente. Muitos, incluindo aqueles que visitam suas tendas e têm a graça de ouvir seus conselhos, não conseguem compreendê-los em sua essência. Difícil entender como alguém alquebrado pelo sofrimento do mundo, venha a esse mesmo mundo trazer consolo e esperança. Essa é, sem dúvida, a sua maior mensagem: perdoar sempre.



Após 130 anos da abolição da escravatura do Brasil, Goiás não tem ...










Por último, mas não menos importante, é a comemoração da abolição da escravatura. Talvez seja o dado triste do dia; não há, nem nunca houve, motivo para se comemorar. Primeiro porque a abolição, como todos sabemos, veio atrasada, de forma atrapalhada, sem dar garantia de como os libertos viveriam e acabou criando um mal ainda maior para aqueles que viviam esse jugo terrível. Desde então os "ex-escravos" vivem tentando fazer a verdadeira abolição da escravatura, dar o verdadeiro grito de liberdade e assumir seu protagonismo, pois não possível vivermos eternamente como coadjuvantes na nossa própria história.
Seja como for, 13 de maio é um dia para refletirmos. Principalmente em dias de pandemia quando precisamos das graças de Nossa Senhora de Fátima, dos conselhos certeiros de um Preto Velho e de nos libertarmos dos grilhões da ignorância.

Bom dia!