Sei que esse assunto dá pano pra manga, como diria uma costureira de antigamente. Normalmente, as pessoas se posicionam, ou deixam de fazê-lo, por questões religiosas. Na minha modesta opinião, isso só faz com que a questão acabe sendo ignorada e só seja lembrada quando acontecem alguma tragédia, como as que temos tido notícia nos últimos tempos.
O noticiário nos dá conta de que duas (quantas mais a gente não toma conhecimentos?) teriam morrido ao se submeterem a procedimentos abortivos. Tomamos conhecimento da maneira rudimentar com que isso é feito e a total falta de humanidade a que mulheres são expostas para se livrarem de uma gravidez indesejada.
O problema não é novo. Provavelmente exista desde sempre e está longe, infelizmente, de ser resolvido. Seja através da conscientização das mulheres (e homens também, por que não?), dos profissionais de saúde, (mais particularmente aqueles que tentam viver desse expediente), das religiões ( precisamos deixar a hipocrisia de lado e estudar a questão de forma mais adulta) e da sociedade como um todo.
E talvez esteja na sociedade atual o grande entrave para que a questão seja discutida e se chegue a um consenso onde a vida como um todo seja respeitada acima das vontades de quem quer que seja.
Difícil saber o que leva uma mulher (ou um casal) a pensar em desfazer-se de um filho que está sendo gestado como se ele fosse algo de que se pudesse ser descartado. Parece algo como: fiz, arrependi e que quero me livrar dele.
Difícil saber o que leva uma mulher (ou um casal) a pensar em desfazer-se de um filho que está sendo gestado como se ele fosse algo de que se pudesse ser descartado. Parece algo como: fiz, arrependi e que quero me livrar dele.
Sei que essa visão é dura e simplista. Provavelmente a coisa não aconteça assim. Mas talvez não seja muito diferente. Os dois casos apresentados pela imprensa seguem esse roteiro. Ambos não pretendiam ter mais filhos ( a chamada gravidez indesejada) e o aborto foi a solução encontrada.
Só que, também pela imprensa, fica-se sabendo que o procedimento custa por volta de cinco mil reais. Espera aí: como um casal que não terá, no futuro, condições de criar um filho tem, no presente, cinco mil reais para desfazer-se dele? Essa foi a pergunta que me fiz.
Só que, também pela imprensa, fica-se sabendo que o procedimento custa por volta de cinco mil reais. Espera aí: como um casal que não terá, no futuro, condições de criar um filho tem, no presente, cinco mil reais para desfazer-se dele? Essa foi a pergunta que me fiz.
Como já disse, não quero e nem posso julgar ninguém. Apenas pretendo salientar que em nossa atual sociedade estamos muito esquecidos das nossas responsabilidades como agentes das nossas ações.
Existem as clínicas ( nem sei se podem ser chamadas assim) aborteiras e elas precisam ser combatidas. O aborto é crime no Brasil. As pessoas vão até esses lugares, creio, caminhando com suas próprias pernas. Se o procedimento tivesse dado certo, nada se diria e a roda continuaria girando. Como deu no que deu, vemos famílias chorosas pedindo justiça, exigindo ação do poder público.
O poder público precisa agir, a justiça precisa fazer o seu papel. Mas nós também precisamos fazer o nosso. Ou será que somos tão incapazes que vamos a uma clínica de aborto sem saber o que acontece lá dentro?
Justiça devemos pedir para os bebês que perdem o direito à vida e nada podem fazer diante da brutalidade que sofrem.Não se trata apenas de se posicionar religiosa ou politicamente . A questão principal é o direito à vida.