A amizade é algo que todos buscamos. Quem não se orgulha dos amigos que faz pela vida afora. Principalmente daqueles que nos acompanham anos seguidos e que estão sempre presentes em nossos melhores e piores momentos. Temos certeza de que se eles não estivessem ao nosso lado não suportaríamos as passagens difíceis do nosso caminho. Mas por outro lado, sabemos que as nossas melhores realizações, nossos triunfos só são o que são porque eles estão ali do lado vibrando com a gente.
Porém, a amizade tem o seu contrário: a inimizade. Inimigos são aquelas pessoas que, em determinado momento, muitas vezes sem nenhuma explicação plausível, deixam de ser nossos amigos, de fazer parte da nossa história e passam a nos querer mal, a bem da palavra, passam a nos amaldiçoar. Nossos feitos que antes para elas eram motivo de alegria e festa, agora passam a ser motivo de raiva e rancor.
Triste situação de se viver. No entanto, não podemos negar que desentendimentos fazem parte da vida. E. com muita sorte, esses momentos acabam passando e a amizade sendo plenamente restabelecida, não é? Quantos casos conhecemos e até vivemos em que isso deu, não é mesmo? Uma relação muito próxima não está livre de sofrer percalços. De repente, uma palavra mal falada, um mal entendido acaba por azedar uma relação de anos ou da vida inteira.
E´ preciso lembrar também que não existe a possíbilidade, pelo menos eu penso assim, de uma inimizade nascer sem que antes tenha existido a amizade. Inimizade é o oposto da amizade. Por isso, vem sempre depois. Para alguém ser nosso inimigo tem que ter sido nosso amigo antes ou coisa muito parecida com o calor humano e as afinidades de uma amizade. Sem querer ser filósofo de esquina, mas essa é uma grande verdade. Ninguém pode ser inicialmente nosso inimigo. Isso é praticamente impossível. E´ o mesmo com o ódio em relação ao amor. Um vem depois do outro.
Estou falando disso para chegar à uma descoberta que fiz há algum tempo e que ultimamente tenho notado com mais frequência. Acontece que tenho percebido que algumas pessoas das quais eu nunca fui nem próximo tem se revelado, sem nenhuma razão aparente, minhas verdadeiras inimigas. Achei isso muito estranho e me pus a pensar no assunto e cheguei a uma conclusão: elas não são realmente minhas inimigas, elas são minhas adversárias.
E´ isso mesmo. Essa é a terceira porta. Nem amigo, nem inimigo, mas adversário. E´ como se estivéssemos numa olimpíada, num campeonato onde queremos sair sagrados campeões e por isso temos que vencer os adversários que surgem no nosso caminho. Sem isso, nada de pódium, nada de levantar o caneco.
Brincadeiras à parte, não temos mais que temer os inimigos e sim ficar atentos aos adversários que encontramos em nosso dia a dia. Eles são piores que os inimigos. Pois se alguém tem raiva de nós ou quer nos prejudicar é por alguma razão, justa ou injusta, mas uma razão. Já os adversários querem apenas levantar a taça e para isso não pensam duas vezes em quebrar-nos as duas pernas.