Desde criança, provavelmente por causa da excessiva timidez, nunca tive muita facilidade para fazer amigos, quase sempre vivi apartado dos grandes grupos. As redes sociais surgiram como uma espécie de tábua de salvação para pessoais que, como eu, se viam de certa forma excluídas das benesses de um convívio social mais estreito.
Durante algum tempo, se acreditou que através das redes sociais se podia mesmo, se não acabar de uma vez, pelo menos diminuir a solidão de pessoas 'sem muito talento' para se enturmarem de forma natural. Dessa forma, as redes se difundiram da noite para o dia, mesmo entre aqueles que, por sorte, não padeciam do grande mal dos tempo modernos, ou seja, a solidão.
Não demorou para, sobretudo os verdadeiros solitários, perceberem que o fato de estarem cercados de amigos virtuais (muitas vezes, aos milhares, ou milhões) sua solidão e isolamento permaneciam os mesmos, pois continuavam 'falando sozinhos', sem quem as ouvissem, sem contato físico, sem uma troca de experiências verdadeiramente efetiva.
Ou seja, a solidão continuava a lhes sufocar, talvez de forma até mais forte que antes de se engajarem nas redes. E o que é pior, ficou mais solitário do que era, uma vez que acreditou que não precisava mais interagir com as pessoas de 'carne e osso', que as amizades virtuais bastavam.
A realidade bateu à porta com a seguinte mensagem: "Nada substitui a interação entre as pessoas, ao vivo e em cores, como se dizia há algum tempo, pois a presença, o contato físico, o calor humano, a troca de olhares, de impressões, carinhos ou até mesmo os estranhamentos que possam, por ventura, ocorrer são vitais para aplacar a nossa solidão nos tornar mais vivos, participantes, integrantes.
Nada se ganha se afastando daqueles que nos rodeiam, ainda que eles nos incomodem com suas peculiaridades, com a maneira diferente com que encaram a vida. Nascemos para viver em sociedade, não podemos esquecer disso, principalmente pelo fato de o mundo estar a cada momento mais virtual e exclusivo.
Bom domingo e excelente semana.
Esperança, fé, amor, caridade e GRATIDÃO.