Para os que não lembram ou não conhecem, trata-se de três simpáticos macaquinhos. Tem o que cobre os olhos ( mizaru), o que tapa os ouvidos (kikazaru), e o que tapa a boca (iwazaru). A tradução seria algo como não veja o mal, não ouça o mal e não fale o mal.
Acredita-se que assim a vida em comunidade seria muito melhor. Pois o mal quase sempre está em nossos olhos, nos nossos ouvidos e em nossa boca. É através desses três sentidos que ele (o mal) se dissemina e torna mais difícil a vida em sociedade.
Agindo como os três macaquinhos evitaríamos de pré-julgamentos, acusações, leviandades e de ver maldade em tudo que é lado. Seríamos mais justos, mais humanos e estaríamos mais propensos a perdoar e entender o nosso semelhante com seus defeitos e virtudes.
Bela história, cheia de sabedoria como é comum entre os orientais. Ninguém é capaz de duvidar disso, não é? Só que, para nós os chamados ocidentais essa história é, muitas vezes, interpretada de maneira equivocada. Parece que entendemos a atitude deles como um gesto de alienação, de falta de interesse pelo que acontece à nossa volta. É como se disséssemos: "Não tô nem aí pra nada. Isso não me diz respeito."
É isso mesmo. A mensagem fica completamente distorcida. Muito distante da intenção inicial. na verdade, o que as três figuras querem dizer é que não devemos ver, ouvir ou falar o mal. Aquela maldade que tudo estraga e tudo corrói, atravancando a nossa vida e a vida de todos os que nos cercam.
Contudo, que o mal existe ninguém duvida, mas não podemos ficar alheios e fingindo que nada acontece. Pelo contrário. Nossa atitude deve ser de profundo entendimento de que o mal que chega aos nossos olhos, ouvidos e boca precisa ser transformado em algo melhor. Cabe a nós transformar essa energia negativa chamada mal e não apenas ser veículo por onde ela passa, segue caminho e se espalha.