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agosto 30, 2020

Meça as palavras.

É comum ouvir por aí que é preciso medir as palavras e não deixa de ser verdade, principalmente nesses tempos do "politicamente correto" quando é preciso redobrar o cuidado com  o que fala para não ferir suscetibilidades. Não há dúvida que, para o bem e para o mal, ficamos mais sensíveis; o que antes parecia natural e espontâneo passou a ser considerado agressivo, antigos apelidos tidos como "carinhosos" hoje são considerados ofensivos.

Há quem diga que esse movimento veio para fazer com que as pessoas tivessem mais respeito umas pelas outras e que se acabasse de vez com as agressões, acima de tudo as verbais, que eram feitas disfarçadas de formas carinhosas de tratamento. Apelidos que fazem referência a tipo físico, cor da pele, raça, classe social passaram a não ser tolerados, nem vistos como normais como se via antes. No entanto, outras julgam que tudo isso só serviu para criar distanciamento entre as pessoas e que tornou as relações frias e estereotipadas.

Difícil saber quem tem razão, não é mesmo? O fato que não se pode negar que não somos mais os mesmos, as relações estão mudadas e o medo de falar algo que possa ser enquadrado como "politicamente incorreto" passou a ser constantes fazendo com que percamos a nossa espontaneidade.

Como acontece em tudo na vida, ganhamos e perdemos. Se por um lado ficamos mais respeitosos em nossas relacionamentos, de outro estamos mais engessados, sem autenticidade. É preciso que encontremos uma forma de manter nossa expressividade sem lançar mão de palavras chulas que escondem preconceitos, ao mesmo tempo que não podemos esquecer que o importante é sermos autênticos, verdadeiros.