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outubro 23, 2020

Preconceito de cor.

Desde sempre se ouviu dizer que no Brasil não existe preconceito de raça, que somos um país miscigenado,  e que, por esse motivo, todos os povos e  raças vivem em perfeita harmonia: brancos, negros, amarelos,  indígenas, enfim toda a diversidade humana que habita este solo.  

A um primeiro olhar, essa afirmação pode até ser verdadeira; ninguém pode, em sã consciência, dizer o contrário. Somos, sem dúvida, um povo de índole pacifica. Não fossem as disputas pelo controle do tráfico de drogas e os embates dos traficantes com a polícia poderíamos mesmo dizer que vivemos na terra da paz e da boa convivência.

Porém, essa aparente "boa convivência" entre povos e raças tem lá as suas exceções. Principalmente, quando o assunto é cor de pele. Em particular, a cor preta. No fundo, e muitos chegam a afirmar que é essa a grande razão, veem o negro como o escravo que foi trazido no laço da África para ser escravizado nesta terra. 

É como se a Lei Áurea ainda não tivesse sido assinada e os negros continuassem a viver as agruras do cativeiro. O que acaba sendo verdade, pois cabe a eles os trabalhos mais humildes (isso para não dizer humilhantes) e, por sua vez, os salários menores, mesmo quando, meritoriamente, exercem funções dignas dos chamados "brancos".

O preconceito mostra sua cara quando um negro tenta fazer valer seus direitos. Nesse momento sempre aparece alguém para dizer que ele é um cidadão de segunda categoria e que, portanto, não tem os mesmos direitos dos não-negros. Diante do "atrevimento", geralmente, partem para ofensa usando sua cor e mesmo o passado escravo da sua gente. 

Alguns se exacerbam e comparam os negros com macacos, primatas dos quais, segundo Darwin, toda a raça humana descende. O que mais espanta é que essa "implicância" não ocorre com outras "cores"; não se vê amarelos (os orientais, em geral), indígenas, árabes ou judeus sejam, aqui no Brasil, humilhados por sua origem. O problema é, sem dúvida, com o negro e sua cor. 

Isso me leva a crer que o preconceito não é de raça, mas de cor: definitivamente, alguns brasileiros não gostam de preto.

Boa semana.