A um primeiro olhar, essa afirmação pode até ser verdadeira; ninguém pode, em sã consciência, dizer o contrário. Somos, sem dúvida, um povo de índole pacifica. Não fossem as disputas pelo controle do tráfico de drogas e os embates dos traficantes com a polícia poderíamos mesmo dizer que vivemos na terra da paz e da boa convivência.
Porém, essa aparente "boa convivência" entre povos e raças tem lá as suas exceções. Principalmente, quando o assunto é cor de pele. Em particular, a cor preta. No fundo, e muitos chegam a afirmar que é essa a grande razão, veem o negro como o escravo que foi trazido no laço da África para ser escravizado nesta terra.
É como se a Lei Áurea ainda não tivesse sido assinada e os negros continuassem a viver as agruras do cativeiro. O que acaba sendo verdade, pois cabe a eles os trabalhos mais humildes (isso para não dizer humilhantes) e, por sua vez, os salários menores, mesmo quando, meritoriamente, exercem funções dignas dos chamados "brancos".
O preconceito mostra sua cara quando um negro tenta fazer valer seus direitos. Nesse momento sempre aparece alguém para dizer que ele é um cidadão de segunda categoria e que, portanto, não tem os mesmos direitos dos não-negros. Diante do "atrevimento", geralmente, partem para ofensa usando sua cor e mesmo o passado escravo da sua gente.
Alguns se exacerbam e comparam os negros com macacos, primatas dos quais, segundo Darwin, toda a raça humana descende. O que mais espanta é que essa "implicância" não ocorre com outras "cores"; não se vê amarelos (os orientais, em geral), indígenas, árabes ou judeus sejam, aqui no Brasil, humilhados por sua origem. O problema é, sem dúvida, com o negro e sua cor.
Isso me leva a crer que o preconceito não é de raça, mas de cor: definitivamente, alguns brasileiros não gostam de preto.
Boa semana.