Todos sabem que você é a musa inspiradora de muitos artistas. Graças à você e, por que não dizer, para embalá-la inúmeras obras primas foram criadas. Lá isso não se pode negar. Mas para quê mais você serve ainda mais quando não se é ( e nem se tem a pretensão de ser) um artista inspirado?
Se você acaba de chegar agora, devo esclarecer que estou falando de ninguém menos que a tristeza. Sim, essa sensação que nos pega meio sem avisar e toma conta da gente. Bobeou e ela vai ficando. Quando a gente se dá conta ela já montou casa e aí é difícil fazer com que ela vá procurar outro rumo.
Portanto, é preciso ser rápido e espantar essa coisa para bem longe antes que ela faça os seus estragos. Xô, tristeza! Vai para bem longe de mim. Não venha com as suas insinuações. Não venha dizer que a vida é uma porcaria, que nada presta, que nada dá certo. Não me venha com esse seu derrotismo, com o seu desânimo. Quero ter pensamentos de alegria, de prazer, de vitória.
Mesmo quando as coisas não saiam do jeito que eu planejei, quero ver nisso motivo de alegria. A alegria de tentar de novo, e de novo e de novo e mais uma vez se for preciso. Tentar quantas vezes forem necessárias. Levantar de todas as quedas que por ventura aconteçam.
Não quero, não vou, não posso dar espaço para você na minha vida . Sinto muito, tristeza. Seu lugar na minha vida acaba de ser ocupado pelo cultivo da alegria. Isso mesmo. Essa plantinha que pretendo regar todos os dias para que ela cresça frondosa no meu jardim.
E sabe o por quê disso, tristeza? Porque descobri que vinha dando muito espaço para você, dando ouvidos aos seus argumentos e você, sorrateira, foi tomando conta de tudo. Agora acabou. Descobri que você é péssima companhia e que não serve para nada. NADA, ouviu bem? NADA mesmo! Nem mesmo se eu fosse um poeta romântico e solitário, ia querer a sua companhia.
Adeus, tristeza.