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setembro 29, 2022

O dono da fazenda.


Um  homem tinha o costume de passear pelos campos em busca de contato com a natureza, ou seja, o ar puro, os animais, as árvores, a água limpa e cristalina dos riachos, as flores e plantas silvestres. A caminhada, quase sempre sem destino certo, podia durar horas. Muitas vezes, ele se perdia e pernoitava no meio do mato.

Um dia, durante uma dessas caminhadas, ele avistou a sede de uma grande fazenda e, diferentemente das outras vezes, seduzido pelas luzes, decidiu se aproximar. Afinal de contas, estava andando fazia um bom par de horas e o cansaço já se fazia notar. A ideia de uma parada para descanso pareceu apropriada..

Ao chegar perto da casa, ele percebeu que estava acontecendo uma festa, um churrasco, para ser mais exato, uma vez que o cheiro da carne, a fumaça que vinha da churrasqueira, o vozerio e o som de viola e sanfonas não deixavam dúvida. Não demorou para que, levado pela fome de caminhante desprevenido, ele aceitasse um pedacinho de carne para forrar o estômago e um gole de chope para molhar a garganta. 

A partir daí, o caminhante solitário se enturmou com os convidados da festa e, em pouco tempo, se sentiu um deles, mesmo tendo consciência que não passava de um penetra. "Essa fartura toda, ninguém vai notar a minha presença", ele pensou. De repente, uma mão tocou-lhe o ombro. Era um dos empregados da fazenda; viera avisar que o patrão desejava lhe falar. 

Enquanto era conduzido pelo empregado, o caminhante acreditou que fosse engano, pois não conhecia ninguém, chegara ali por acaso. O dono da fazenda, assim que o avistou, saudou educadamente. Em seguida, o convidou a sentar. A atitude fez com que o homem se sentisse relaxado e esquecesse qualquer temor. Após algum tempo de conversa amistosa, o anfitrião levou-o até a parte alta da casa e apontou a vastidão de terras à sua frente.

- Está vendo todas essas terras? - ele perguntou.

-Sim. - respondeu o caminhante.

- É tudo meu. 

O caminhante sentiu vontade de dizer o quão admirado estava, mas não teve tempo; o fazendeiro retomou a palavra:

- Aqui só entra quem eu convido.

Dando a conversa por encerrada, ele ordenou aos empregados que retirassem o caminhante de suas terras.

Boa tarde!

Esperança e fé.