Muito tem se falado nas últimas semanas a respeito dos direitos da mulher em relação ao aborto. O assunto é extremamente polêmico, ninguém tem dúvida disso, não é mesmo? Porém, o que temos visto é uma guerra entre aqueles, os terrivelmente religiosos, que deixam de lado questões fundamentais no tocante à saúde da mulher e os direitos conquistados, para simplesmente julgá-las como criminosas impiedosas, e aqueles, os chamados esquerdistas, que defendem que as mulheres têm direitos sobre seu corpo.
A polêmica se arrasta e ninguém se entende. Por um lado, na minha opinião, não se deveria mexer naquilo que tem funcionado até hoje, ou seja, a permissão do aborto somente em casos de estupro, aqueles em que a mulher corre risco de morrer e quando é diagnosticada a anencefalia. Punir as mulheres para manter uma falsa impressão de que estamos preocupados com a preservação da vida é cruel e atenta igualmente contra a vida.
Ser contra o aborto não pode fazer de nós pessoas insensíveis e desumanas. As mulheres que passam pelo terror de ser estupradas e, em caso de gravidez, decidem não levar adiante o resultado de seu martírio não podem ser taxadas simplesmente de criminosas e encerradas numa cadeia por mais tempo que seus algozes. Não sei a quem isso pode ser benéfico, pois não vai impedir que as mulheres sejam estupradas, antes me parece que vai incentivar.
Aos biblistas (confesso que sou assíduo leitor e estudioso das escrituras) e aos religiosos em geral peço que não se esqueçam de um detalhe: a vida sempre se impõe. Como espiritualista que sou sei muito bem que se uma espírito tem que encarnar, nada é capaz de impedir. Não vai ser com leis oportunistas e eleitoreiras, que visam apenas angariar votos, que vamos proteger o sagrado direito à vida.
Bom domingo e excelente semana.
Esperança, fé, amor e GRATIDÃO.