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setembro 27, 2012

Corpo: morada do espirito.

      Basta dar umas voltas pelas ruas para se notar o quanto as pessoas tem uma noção errada delas mesmas. Gordos que se acham magérrimos, magros que se acham gordíssimos, entre outras coisas. Até ai você diria que não há nada de mais nisso. Realmente não há. Cada um tem o direito de se ver da maneira que quiser. Afinal de contas, somos livres para fazer as nossas escolhas, não é mesmo?
      Mas aí mora um probleminha muito comum em quase todos nós: não nos conhecemos o suficiente. Parece que todos os espelhos externos e internos se quebraram e estamos andando sem ter muita noção do que estamos representando. Será que estamos mesmo nos enxergando como realmente somos? Se a resposta é sim, pelo jeito não estamos nada satisfeitos com o que vemos. Pois o que há de gente tentando transformar-se em algo que não é, não está escrito.
      Estamos vivendo uma era em que todos querem mudar alguma (em alguns casos, estão mudando praticamente tudo ) coisa em seus corpos. O magrinho quer ficar fortão, a cheiinha quer virar uma tábua, a que não tem bunda quer botar bunda, os seios precisam de volume, os lábios de enchimento. A coisa parece não ter fim.
      Houve um tempo em que se tirava ruga, corrigia lábios, nariz adunco, mas agora a turma não se conforma em apenas consertar o que precisa de conserto. Querem  reformar tudo: botar abaixo paredes, trocar piso, rebaixar teto.
      Sei que a comparação com  reforma de casas soa estranha, mas é isso que fica subentendido. O corpo virou algo passível de reformas: a cada estação um corpo novo para exibir na praia, nas festas. E no lado espiritual, nada? Desse jeito fica desequilibrado. Vá lá que precisamos dar atenção ao nosso corpo. E isso é bastante saudável. Sem exagero, não?
     Fora as reformas mostradas com orgulho, pompa e circunstância, temos ainda os  "corpos murais". Há muito as tatuagens deixaram de ser meros sinais, enfeites aqui e ali. Agora elas tomam conta de corpos inteiros. Algumas chegam a ser assustadoras. Desculpa a ignorância, mas não sei como alguém pode suportar algo colocado no seu corpo para sempre. Já pensou se um dia o cara acorda com vontade de se  livrar daquilo? Me dá agonia só de pensar.
     Radicalismo à parte, nunca é demais lembrar que nosso corpo é  a morada do nosso espírito e tal e coisa e que ele precisa mais do que ser bem cuidado, precisa ser preservado. Do contrário, passamos a ser outra pessoa. Passamos a atrair outro de tipo de energia. Será que e isso que estamos buscando? Deixar a nossa essência e buscar uma outra. Temos que pensar bem.