Os dois se conheceram nos primeiros anos do curso fundamental e permaneceram na mesma escola e, quase sempre, na mesma classe até o segundo ano do ensino médio, quando o pai de Maurício, que era funcionário do Banco do Brasil,foi transferido de cidade.
Eles se separaram com promessas de que se veriam sempre e que a amizade nunca acabaria. Nos primeiros anos, eles se comunicaram através de cartas, algumas poucas vezes falaram por telefone e, com a passagem do tempo, as cartas e os telefonemas foram se espaçando até que deixaram de existir.
Eles se separaram com promessas de que se veriam sempre e que a amizade nunca acabaria. Nos primeiros anos, eles se comunicaram através de cartas, algumas poucas vezes falaram por telefone e, com a passagem do tempo, as cartas e os telefonemas foram se espaçando até que deixaram de existir.
Marcos e Maurício ficaram alguns anos sem se falarem. Um não sabia do outro. Marcos tentou contato com o amigo, mas foi em vão. Suas cartas voltaram e o número de telefone mudou de dono. O jeito foi esquecer o amigo e seguir a sua vida.
Novas amizades surgiram, a vida seguiu o seu curso. Mas aquela amizade, aquela sintonia que existia entre ele e Maurício nunca mais aconteceu. Por isso, Marcos queria tanto reencontrar o amigo. Em sua imaginação, a amizade continuava intacta, o tempo não tinha feito nenhuma diferença. Bastaria que eles se encontrassem para que tudo voltasse a ser como antes.
E foi com esse pensamento que Marcos caminhou para aquele encontro que só estava sendo possível pelo milagre da internet. Foi através do Facebook que os dois voltaram a se encontrar. Marcos viu a foto do amigo e não teve dúvida, era ele. Sem demora, mandou um pedido de amizade e, para sua sorte, Maurício aceitou imediatamente.
Desde então, os dois mantêm contato. Marcos, sempre muito falante e cheio de saudades, e Maurício, bastante reservado, com respostas monossilábicas às muitas indagações do amigo de infância e adolescência.
A caminho do encontro, marcado num bar na orla de Copacabana, Marcos vai fazendo planos. Não vê a hora de dar um forte abraço no amigo e matar a saudade. Ele chega ao bar e avista um homem gordo sentado numa mesa a um canto, acompanhado por duas mulheres. O homem levanta e vem ao seu encontro. Ele não tem dúvida, é Maurício. Quanta diferença! Ele era tão magro e agora...
- O tempo passou, Marquinho. - grita Maurício, diante da surpresa do amigo.
E ali, de pé, eles trocam as primeiras impressões. Marcos pensa dizer que a foto no Facebook não denotava tanta diferença, mas prefere ficar calado. O amigo apressa em apresentar as duas amigas que estão na mesa. São suas convidadas. Ele as conheceu na praia e as convidou para animar o encontro dos dois:
- Não me leve a mal, mas eu não sou de ficar de encontrinho com homem. Meu negócio é mulher. E espero que você também goste da fruta. Ou eu tô enganado?
Marcos não consegue esconder o constrangimento. Diante do silêncio que se estabelece, Maurício continua:
- No nosso tempo de criança você costumava desmunhecar um pouco...
Maurício solta uma sonora gargalhada e é acompanhado pelas duas mulheres. Marcos tem vontade de sair correndo do bar. A decepção é muito grande. Ele foi até ali ao encontro de um amigo que não via há muitos anos e não de um bêbado desagradável.
Novo silêncio. Marcos tem que decidir: ele vai para a mesa com o amigo bêbado e as duas mulheres ou volta para a rua e esquece aquele reencontro infeliz? Ele decide tomar o caminho da rua.
Lá fora, um sol de fim de tarde não desmente a estação. É horário de verão e o calor está forte. Marcos caminha um pouco. Está desnorteado. Aquele homem no bar não era seu amigo de infância e adolescência, era apenas um estranho. O Maurício, amigo inesquecível, ficou lá atrás na bruma do tempo protegido pela memória e lá que ele deve permanecer.
Bom domingo.
A caminho do encontro, marcado num bar na orla de Copacabana, Marcos vai fazendo planos. Não vê a hora de dar um forte abraço no amigo e matar a saudade. Ele chega ao bar e avista um homem gordo sentado numa mesa a um canto, acompanhado por duas mulheres. O homem levanta e vem ao seu encontro. Ele não tem dúvida, é Maurício. Quanta diferença! Ele era tão magro e agora...
- O tempo passou, Marquinho. - grita Maurício, diante da surpresa do amigo.
E ali, de pé, eles trocam as primeiras impressões. Marcos pensa dizer que a foto no Facebook não denotava tanta diferença, mas prefere ficar calado. O amigo apressa em apresentar as duas amigas que estão na mesa. São suas convidadas. Ele as conheceu na praia e as convidou para animar o encontro dos dois:
- Não me leve a mal, mas eu não sou de ficar de encontrinho com homem. Meu negócio é mulher. E espero que você também goste da fruta. Ou eu tô enganado?
Marcos não consegue esconder o constrangimento. Diante do silêncio que se estabelece, Maurício continua:
- No nosso tempo de criança você costumava desmunhecar um pouco...
Maurício solta uma sonora gargalhada e é acompanhado pelas duas mulheres. Marcos tem vontade de sair correndo do bar. A decepção é muito grande. Ele foi até ali ao encontro de um amigo que não via há muitos anos e não de um bêbado desagradável.
Novo silêncio. Marcos tem que decidir: ele vai para a mesa com o amigo bêbado e as duas mulheres ou volta para a rua e esquece aquele reencontro infeliz? Ele decide tomar o caminho da rua.
Lá fora, um sol de fim de tarde não desmente a estação. É horário de verão e o calor está forte. Marcos caminha um pouco. Está desnorteado. Aquele homem no bar não era seu amigo de infância e adolescência, era apenas um estranho. O Maurício, amigo inesquecível, ficou lá atrás na bruma do tempo protegido pela memória e lá que ele deve permanecer.
Bom domingo.