 As pessoas costumam dizer que adorariam ter
 vida de personagem de novela. Acreditam que a vida deles é bem mais 
interessante e que, além de  tudo acontecer mais rápido que na chamada 
“vida real”, tem o tal último capítulo. O que, em muitos casos apressa 
ainda mais a solução dos problemas. A solução dos problemas leva ao 
ansiado final feliz.
As pessoas costumam dizer que adorariam ter
 vida de personagem de novela. Acreditam que a vida deles é bem mais 
interessante e que, além de  tudo acontecer mais rápido que na chamada 
“vida real”, tem o tal último capítulo. O que, em muitos casos apressa 
ainda mais a solução dos problemas. A solução dos problemas leva ao 
ansiado final feliz.
Que bom, não é? Último capítulo 
devidamente  apresentado, nunca é demais lembrar, os bons, somente eles,
 serão felizes para sempre. Nunca mais preocupações, nunca mais qualquer
 tipo de problema, felicidade eterna.
Até aí é fácil de entender esse desejo. 
Tudo mundo quer ser feliz para sempre. Mas fica uma inoportuna pergunta:
 como é a vida depois do último capítulo? Aliás, eu vou além: será que 
existe vida depois do último capítulo?
A impressão que eu tenho é que ninguém se 
dá conta que o último capítulo é como se fosse a morte. Depois dele vem o
 vazio. Os personagens simplesmente apagam como lâmpadas queimadas, 
desaparecem na fumaça.
Isso significa que ser feliz implica em 
deixar de existir, ficar congelado como numa pose de fotografia. Aquele 
sorriso, aquela expressão ficam ali para sempre, mas você não está mais 
lá.
Desculpa qualquer coisa. Não estou querendo
 botar caraminhola na cabeça de ninguém. É só uma ideia que ocorreu: o 
último capítulo é uma grande farsa, uma mentira deslavada e a prova de 
que felicidade para sempre não existe. Não existe vida depois do último 
capítulo.
Bom domingo.