Esse é um assunto que sempre desperta curiosidade em todo mundo. Basta alguém dizer que é médium ou que tem mediunidade para ser olhado com espanto, como se fosse portador de alguma anomalia, chegam até a achar que se trata de algo contagioso, ou mesmo ser visto como uma espécie de oráculo que tudo vê e tudo sabe, sobretudo as coisas do futuro. Exageros à parte, é o que quase sempre acontece. As pessoas, talvez pela nossa (brasileiros) formação religiosa voltada quase sempre para o catolicismo que nos chegou via Europa, mais precisamente via Portugal, têm sempre a sensação que mediunidade está ligada a atos demoníacos, feitiçaria, bruxaria e por aí vai. Não é nada disso. Mediunidade nada mais é do que uma sensibilidade a mais que todos possuem, mas poucos desenvolvem, de manter contato com outras dimensões, outros mundos. O espiritismo costuma colocar a mediunidade como um compromisso que assumimos antes de nos encarnarmos nesta vida de trabalhar para a facilitação desses contatos entre os mundos, compromisso de ser um elo, não de pura curiosidade, mas como prova de que a vida não termina com a morte do corpo. A vida é muito mais que isso. Como disse Shakespeare em uma de suas peças: "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que explica nossa vã filosofia". A verdade é que ainda não sabemos muito a respeito desse fenômeno e tudo que nos cabe é continuar estudando e pesquisando. E se você tem essa tal sensabilidade chamada mediunidade mais desenvolvida, não fique assustado (a) e antes de tomar qualquer atitude procure pessoas sérias, casas ou grupos espíritas que se dediquem ao estudo da doutrina e tente entender o que está acontecendo. Outro caminho é a leitura. Os livros de Alan Kardec ( o Livro dos médiuns, o Livro dos espíritos, O evangelho segundo o espiritismo, dentre outros) são os mais importantes e embora careçam muitas vezes que serem explicados e até comentados por alguém com mais experiência podem ser lidos por qualquer um. A literatura espírita é muito grande, mas é preciso saber separar o "joio do trigo". De todos que conheço os que mais me ajudaram foram os do médium mineiro Chico Xavier, principalmente os livros ditados pelo espírito André Luiz. São livros bastante instrutivos e dão uma boa visão de como é o mundo espiritual. O livro Nosso Lar é leitura obrigatória para quem está começando. Vale dizer que a autora de novelas Ivani Ribeiro se baseou nele para escrever sua novela A viagem. Porém, o principal é lembrar que mediunidade não poder. Ninguém é mais importante por ser médium. Muito pelo contrário: ser médium é estar pronto a ser o mais humilde de todos e ter no mestre Jesus como seu modelo, pois Ele foi o maior médium que já passou pela terra.