Acredito que nunca se falou tanto religião como nos últimos tempos. E isso seria uma boa notícia, não fosse o motivo que tem levado a se tocar no tema com uma assiduidade quase acima do normal. O motivo tem sido, quase sempre, o ódio, a intolerância àqueles que professam uma fé diferente, aqueles que acreditam ou vivem de maneira diversa da que se convencionou ser a certa.
Em nome de Deus, entidade máxima das religiões, pessoas e grupos têm espalhado ódio e discriminação de uma forma assustadora. Os episódios envolvendo os muçulmanos na França não deixam dúvidas de que em nome da fé se promove barbáries.
Que fé é essa que não hesita em destruir o outro, que pratica atentados, que dissemina o ódio? Que fé é essa que prega a intolerância como caminho para chegar até Deus?
Antes, acreditávamos que esse era um problema dos outros, mas agora, com a visibilidade que algumas minorias vêm ganhando ( com justiça, diga-se de passagem) a coisa tem tomado outro curso. No Brasil, em nome de Jesus (não o Alá dos muçulmanos), tem-se levantado vozes contra tudo e contra todos que pensam de forma contrária à ordem vigente.
Fala-se em nome da família, em nome do povo. São pastores travestidos de políticos interessados somente nos votos que vão ganhar aparecendo na mídia dizendo absurdos. Um simples anúncio de perfume é motivo de polêmica. Parece que perdemos mesmo o senso ao falarmos em nome de um Jesus que veio ao mundo exatamente para acabar com as diferenças, que veio para nos fazer todos irmãos, filhos do mesmo Pai.
Se um homem vai dar presente no dia dos namorados para um outro homem, isso é problema deles. Independente da opinião de quem quer que seja, as pessoas trocam presente, tem relacionamentos homo ou héteros. É perda de tempo ficarem discutindo o que não lhes diz respeito.
O que diz respeito a um pastor é pregar a palavra de Jesus, e essa palavra é de amor e tolerância. Ao político cabe representar a vontade do povo. Somente isso. E não creio que o povo queira discriminar e disseminar ódio. O povo quer e precisa viver em paz. Que os nossos religiosos preguem o amor incondicional que Jesus ensinou e que os políticos, governem. O resto, é gente querendo ditar regras e suscitar diferenças. E disso, com certeza, não precisamos.
Bom domingo.
Bom domingo.