Em tempos de olimpíadas é comum ver os atletas às voltas com a questão do limite. Até onde somos capazes de chegar? Quanto de esforço é necessário para que possamos vencer os obstáculos e barreiras que se apresentam no nosso caminho? Estas são perguntas que a gente nunca sabe a resposta exata. Nunca sabemos se nos esforçamos o bastante ou se desistimos antes da hora. Sempre fica a dúvida: será que aquele era o momento certo de parar? Estamos sempre achando que podíamos ir mais longe, tentar um pouco mais, resistir mais.
Porém, nosso corpo é dotado de limites. Chega uma hora que não dá mais, que temos mesmo que dizer: chega. Atravessar essa linha tênue que separa o que é esforço pessoal do que é simplesmente loucura é muito difícil. Só depois, com a cabeça fria, é que conseguimos analisar se paramos na hora certa ou se fomos além da nossa capacidade. No caso de ter ido além, nosso corpo vai estar lá para nos avisar, só ele pode responder a essa pergunta.
No entanto, é preciso frisar que sempre podemos ir além desde que respeitemos nossos limites, sem fazer deles um motivo para "jogar o boné". Antes, devemos estar sempre buscando superá-los. E é isso que os atletas nos ensinam: temos que ser nossos próprios incentivadores, conhecedores das nossas capacidades e estar sempre querendo mais. Sempre tentando vencer as dores, o cansaço, a preguiça, a falta de ânimo e a falta de fé em si mesmo.
E´ isso. Temos que acreditar na nossa força. Mais do que isso, temos que fazer com que essa força aumente a cada dia. Do contrário, corremos o risco de ficar sentados á beira do caminho à espera de sermos bafejados pela sorte, de que alguém passe e nos estenda a mão. E´ preciso, mesmo quando caímos, levantar e por-se a caminho, certos de que o objetivo está sempre bem mais à frente e que caminhando firmes nos nosso propósito de vencer a nossa paralisia vamos chegar lá.
Muitas são as dificuldades, os impecílios, mas nossa força interior, nossa fé que o amanhã será melhor do que hoje deve estar sempre na ordem do dia. Podemos cair, podemos nos sentir impossibilitados por algum tempo, mas sempre se consegue levantar e seguir adiante, ainda que esse levantar seja apenas metaforicamente. O que vale é a atitude que temos diante da vida, diante de nós mesmos. Sem nunca esquecer que não estamos sozinhos: existe algo maior que nos guia e nos ampara e que nos chama a dar o passo seguinte.