Desde que o homem (leia-se a humanidade) saiu da "caverna" que tem se deparado com situações cada vez mais desafiadoras. Não foram poucas as vezes em que nesses milhares de anos temos sido sacudidos por acontecimentos que nos deixam sem chão e nos levam a crer que estamos num beco sem saída.
Não há dúvida de que estamos vivendo um momento desses; a pandemia da COVID-19 está aí provocando, além de mortes (no Brasil, neste exato momento, estamos contabilizando mais de 330 mil), uma mudança em nossos costumes e modo de encarar a vida que, muita acertadamente, muitos veem como definitiva; dificilmente voltaremos a viver da mesma forma que antes.
Talvez seja isso que está realmente faltando no enfrentamento à pandemia, essa noção de que estamos atravessando um marco divisório; haverá o antes e o despois da pandemia, ou seja, o AP e o PP. A vida era uma (tínhamos a "inocência" de que podíamos ir e vir, ter contato com as pessoas e o ambiente sem preocupação nenhuma) e está se transformando em outra, onde os cuidados nos relacionamentos serão primordiais para nos manter vivos e saudáveis. Pode estar aí o prenúncio de um fim sempre tão temido.
Parece mórbido falar assim, mas não temos outra saída senão nos conscientizar de que o pior pode mesmo acontecer. Estamos vivendo um momento delicado de nossas existências, não podemos negar isso. No entanto, muitos têm preferido seguir aqueles que acreditam que se trata apenas de uma "gripezinha" sem grandes consequências. Chegamos a esse número absurdo de vítimas e sabemos que a coisa não para por aí.
Até quando vamos caminhar como gado indo para o matadouro? Chegou a hora de entender que só depende de nós atravessar esse "mar vermelho" e chegar do outro lado "a pé enxuto". Basta que cada um faça sua parte.
Feliz páscoa!