A voz do silêncio

Pessoas que têm o hábito de falar demais geralmente não são muito bem-vindas nos meios socais altos ou baixos da sociedade em que transitam, pois são vistas como desagregadoras e espalhadoras de cizânia por onde passam. Acredito que todo mundo conhece alguém assim ou já foi vítima de algum falador maldoso que atravessou o seu caminho.

Por outro lado, as pessoas mais caladas, contidas, que pensam duas vezes antes de falar ou se esquivam de emitir a mais prosaica das opiniões, por medo de ofender, são vistas como agradáveis companhias para uma vida inteira;  com elas fazemos confidências, abrimos o nosso coração, enfim, temos uma convivência considerada pacífica,

No entanto, o silêncio também fala; de boca fechada falamos muito mais que quando nos manifestamos verbalmente. O silêncio não somente fala, mas grita. Sua voz é ensurdecedora. É através dele que nos posicionamos de forma mais contundente, pois quando ouvimos calados e não manifestamos ganhamos tempo para analisar a situação.

Portanto, calar nem sempre significa concordância. O ditado "quem cala consente" pode não estar totalmente correto. Muitas vezes, quem cala evita atritos desnecessários, tomar decisões precipitadas e mesmo correr o risco de arrependimentos tardios. A voz do silêncio é a voz da sabedoria, do discernimento.

Ao mesmo tempo, é sempre importante não se esconder atrás do silêncio para fugir da responsabilidade de tomar posições e manifestar a nossa opinião. Calar diante de injustiças e desrespeito é acovardar-se.

Bom domingo e excelente semana.

Vampiros existem..

A literatura mundial é farta em obras que falam de seres imortais que atravessam séculos se alimentando do sangue de vítimas incautas, ou seja, os vampiros. Para muitos, tudo não passa de lenda, invenção das mentes criativas e fantasiosas dos escritores e contadores de história.

Se você pensa assim, melhor ficar mais atento(a). É verdade que os vampiros que existem aos montes por aí pouco têm a ver com os vampiros encontrados em nossa literatura, mas nem por isso são menos perigosos e até mesmo menos letais.

Os vampiros do mundo real não sugam o sangue das vítimas propriamente falando. Eles sugam a nossa energia. E são aquelas pessoas que insistem em nos convencer de que a vida não vale a pena se vivida, que nada presta e que tudo está perdido. 

Você pode estar nesse momento sendo vítima de um desses sugadores de energia, pois eles estão sempre por perto e, muitas vezes, passam despercebidos.

A diferença entre os vampiros real e os vampiros imaginários é que não precisamos necessariamente enfrentá-los usando crucifixos, colar de alho, bala de prata ou qualquer coisa do gênero. Basta saber identificá-los e, sempre que possível, manter distância deles. 

Quando a convivência for mesmo necessária combata-os valendo-se de sua força interior, de seu pensamento firme e positivo, e nunca se deixe contaminar pelo baixo-astral e pelo negativismo que eles espalham por onde passam.

Bom domingo e excelente semana para todos.

Dois anos transplantado.

O dia já está quase no fim, mas ainda dá tempo de falar de sua importância em minha vida, pois foi exatamente em 12 de julho de 2019, portanto há dois anos, que eu fui submetido a um transplante de rim, depois de passar alguns anos fazendo hemodiálise como única forma de sobrevivência.

Somente quem passa, já passou  ou conhece alguém que passou ou passa por isso sabe do que eu estou falando. A vida de um doente renal é bastante limitada. Quando os rins param de funcionar ou funcionam mal todo o nosso organismo é afetado de maneira drástica e a solução são sessões semanais (no meu caso, eram sessões de quatro horas, três vezes por semana) de hemodiálise.

Para os renais crônicos, como era o meu caso, a única solução é o transplante, que pode ser de vivos (através de parentes ou amigos compatíveis) ou de cadáveres (pessoas que expressam desejo em vida de doar seus órgãos). No meu caso, por questões pessoais, decidi que não queria doação de vivos (parentes ou amigos), me restou a fila do SUS, que  controla as doações de órgãos. 

Existe uma fila de espera e para ter acesso a ele é preciso se inscrever em um dos hospitais credenciados. Aqui no Rio de Janeiro, os hospitais são: São Francisco e o Adventista Silvestre. 

Tive a sorte de ser chamado rápido, pois entrei no programa em 28/02/2019 e recebi o chamado em 12/07/2019, ou seja, pouco mais de quatro meses depois. Graças a Deus, deu tudo certo e, hoje, passados dois anos estou aqui para comemorar esses dois anos em que a minha vida voltou a ser como era antes do diagnóstico que a mudou completamente..

Obrigado a Deus, GRATIDÃO PARA SEMPRE ao meu doador(a) - não sei o sexo - por acreditar que a vida continuaria após a sua partida e obrigado á vida por me  receber de braços abertos. 

Que eu possa comemorar muitos dias 12 de julho.

SEJA DOADOR (A) DE ORGÃOS

O conhecimento liberta.

Sempre ouvi dizer que quando cometemos erros por desconhecimentos da forma correta de agir o nosso erro não é tão grave quanto quando agimos com ciência das nossas ações. Baseado nessa forma de pensar, as pessoas clamam pelo perdão por suas faltas. Afinal de contas, a falta ou erro foi cometido por desconhecimento e não intencionalmente, o que é plenamente desculpável, não é mesmo?

O problema é que as pessoas, muitas vezes, seguem pela vida cometendo as mesmas faltas, "caindo nos mesmos buracos", usando a mesma alegação de que nada sabem, de que vivem (coitadas) na eterna escuridão, que o saber e o conhecimento não lhes são permitidos ou facultados.

Felizmente, sabemos que isso não é verdade. A luz do conhecimento é franqueada a todos sem distinção. Pobres e ricos, da mesma forma, têm acesso às mesmas oportunidades de sair da escuridão em que vivem aqueles ainda caminha às cegas pelo mundo, uma vez que ele depende apenas da maneira como cada um encara a vida e isso não se aprende em banco de escola.

O mundo vive um momento em que a negação do saber, do esclarecimento da verdade está dando lugar a atos irracionais em que o desrespeito ao outro parece ganhar a cada dia mais força. A única maneira de sairmos desse pântano onde nos encontramos atolados é todos caminharmos em direção ao conhecimento deixando para trás as trevas que insistem em embotar a nossa visão;

A falta do saber, que, repito, não está necessariamente ligada apenas à escolaridade do indivíduo, não deve ser um meio ou opção de vida. Todos nascemos ignorantes e ao longo da vida vamos adquirindo saber, experiência. Isso nos torna totalmente responsáveis por nossos atos.

Boa semana.

Boa colheita.

Um agricultor que pretenda colher batatas prepara a terra e, em seguida, faz uma boa semeadura, cuida para que nada atrapalhe o desenvolvimento da planta, e espera. No tempo certo, ele volta e colhe exatamente o que plantou, ou seja, batata. Em nenhum momento ele pode desejar voltar à plantação para colher, por exemplo, maçãs, milho, laranja, mandioca ou qualquer outra coisa que não seja batata.

Assim é na nossa vida. Jamais podemos plantar uma coisa buscando colher algo diferente do que plantamos, pois sempre vamos colher aquilo que foi plantado. Não adianta reclamar ou tentar convencer aos outros e a si mesmo dizendo que se enganou na hora da semeadura ou mesmo que está sendo injustiçado. 

Como agricultores responsáveis pela nossa colheita, devemos sempre estar atentos ao que estamos plantando em nossa lavoura. As sementes que vão crescer na terra sempre fértil (para o que quer que plantemos) de nosso coração são os pensamentos que cultivamos a cada momento. Portanto, se costumamos pensar em sucesso, boas realizações, desejamos bem a todos que nos rodeiam, evitamos guardar mágoas e ressentimentos daqueles que porventura tenham nos feito algum mal e perdoamos os nossos próprios erros estamos prontos para fazer uma boa colheita. Entretanto, se fizermos questão de cultivar pensamentos de raiva, ódio, rancor, ressentimento, se de nossa boca nunca sai uma palavra de alento, esperança e amor estaremos diante de uma terra arrasada da qual só colheremos frutos de dor e desesperança.

Todos sabemos que aqueles que cultivam a "terra" estão sempre sujeitos às mudanças de temperatura, aos animais predadores, às pragas que atacam a lavoura a todo momento, à inveja daqueles que em vez de cuidar de sua própria lavoura se ocupa com a lavoura do vizinho, além de todo tipo de intempérie, mas também sabemos que a única saída é estarmos vigilantes o tempo todo, mantendo sempre acesa a chama da fé e da confiança de que quando fazemos um bom plantio a boa colheita está garantida. 

Boa colheita!

Boa semana!