Pessoas que têm o hábito de falar demais geralmente não são muito bem-vindas nos meios socais altos ou baixos da sociedade em que transitam, pois são vistas como desagregadoras e espalhadoras de cizânia por onde passam. Acredito que todo mundo conhece alguém assim ou já foi vítima de algum falador maldoso que atravessou o seu caminho.
Por outro lado, as pessoas mais caladas, contidas, que pensam duas vezes antes de falar ou se esquivam de emitir a mais prosaica das opiniões, por medo de ofender, são vistas como agradáveis companhias para uma vida inteira; com elas fazemos confidências, abrimos o nosso coração, enfim, temos uma convivência considerada pacífica,
No entanto, o silêncio também fala; de boca fechada falamos muito mais que quando nos manifestamos verbalmente. O silêncio não somente fala, mas grita. Sua voz é ensurdecedora. É através dele que nos posicionamos de forma mais contundente, pois quando ouvimos calados e não manifestamos ganhamos tempo para analisar a situação.
Portanto, calar nem sempre significa concordância. O ditado "quem cala consente" pode não estar totalmente correto. Muitas vezes, quem cala evita atritos desnecessários, tomar decisões precipitadas e mesmo correr o risco de arrependimentos tardios. A voz do silêncio é a voz da sabedoria, do discernimento.
Ao mesmo tempo, é sempre importante não se esconder atrás do silêncio para fugir da responsabilidade de tomar posições e manifestar a nossa opinião. Calar diante de injustiças e desrespeito é acovardar-se.
Bom domingo e excelente semana.
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