Sei que a pergunta do título é comummente encontrada em testes de conhecimento em que uma afirmação é apresentada com o intuito de descobrir se candidato está ou não inteirado sobre o assunto em questão. Aqui o objetivo não é esse e sim falar sobre um fato que ocorre quase sempre que conhecemos alguém: será que somos verdadeiros ou falsos naquilo que falamos de nós, na maneira como nos apresentamos? Você já parou para pensar nisso?
É comum, ao sermos apresentados a alguém, tentarmos vender uma versão um pouco melhorada de nós mesmos. Nessa versão, geralmente, nos apresentamos como alguém que possui inúmeros talentos, age assim e assado, gosta disso, não gosta daquilo, já fez isso, jamais faria isso ou aquilo enfim pintamos um quadro belíssimo sobre a nossa pessoa. Chegamos a exagerar tanto na pintura que ficamos, nós mesmos, morrendo de vontade de nos conhecer.
Que quadro lindo! Pena que a pintura é falsa. Nós mesmos não nos reconhecemos nela. A pessoa que apresentamos não é a pessoa que somos e sim aquela que gostaríamos de ser. Uma pessoa culta, bonita, inteligente, compreensiva, generosa, boa, educada ao extremo, ou seja, uma idealização. Vá lá que não tenha nada demais em querer ser melhor do que se é, talvez seja até saudável, mas também não precisamos exagerar. Devagar com o andor...
Sem querer pintamos uma figura totalmente fora da realidade, muito distante de alguém humano, de carne e osso. Pessoas de carne e osso costumam ter defeitos, medos, dúvidas e serem ignorantes num ponto ou noutro. E isso não é vergonha nenhuma. O que não se pode é criar uma imagem totalmente falsa de nós mesmos e sair por aí fazendo com que as pessoas acreditem ser verdadeira. Será que você acredita nessa versão?
Essa é a pergunta que devemos fazer a nós mesmos. Muitas vezes a resposta é negativa. A pessoa que apresentamos na sociedade que frequentamos ( trabalho, igreja, grupo de amigos) é muito diferente daquela que somos verdadeiramente e isso é algo muito perigoso. Sei de caso de pessoas que ficam até sem sair de casa, afastam-se de seu grupo social porque criaram expectativas falsas em torno de si e ficaram desacreditadas. Outras têm medo de serem pegas em suas mentiras ou são obrigadas a desmentir suas histórias quando levadas a sério.
Geralmente quem faz isso não tem nenhum outro objetivo que não seja ser aceito, gostado, amado pelas pessoas e isso pode até não ser algo assim tão tenebroso. Claro que não é. Todos queremos ser amados, não é? Só que não vale a pena criar um mundo falso em torno de nós. Isso significa que não nos aceitamos como realmente somos. Talvez, no fundo, queríamos ser outra pessoa, melhor do que somos. Mas daí a mentir... Não. Não vale a pena. O que vale é tentarmos ser melhores a cada dia, buscar mais entendimento, mas sabedoria, mais amor. Tudo isso baseado na verdade. Aquela verdade que, segundo o mestre Jesus Cristo, liberta.