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julho 10, 2010

Hora de mudança

     Todos nós, em algum momento de nossas vidas, somos ou fomos influenciados por alguém. Em muitos casos essa influência foi tão forte que chegamos a confessar que seríamos iguais àquela pessoa quando crescêssemos. Essa pessoa pode ser o pai, a mãe, a professora, o artista famoso, o padre da paróquia, o músico da praça, ou seja, qualquer pessoa que  tenha despertado em nós algo de mágico, de inexplicável que costumamos chamar de admiração.
     Muitos de nós pautamos nossas vidas nesse algo mágico e passamos a viver em função daquilo. O filho do advogado ou médico que quis ser como o pai quando crescesse tudo fez para seguir os passos do seu modelo e assim aconteceu (ou acontece) com todos os outros. O menino que admirava o padre e quis seguir seus passos foi em busca de seus sonhos. Todos tentamos seguir o nosso modelo.
     Porém, o tempo passou. Muitos sonhos se tornaram realidade e outros não. Meninos que sonhavam com a medicina hoje são médicos, ou quem sabe?, são pacientes. O sacristão pode ser hoje um bispo, mas também pode ter se tornado um ateu convicto que jura que Deus não existe. Tudo pode ter acontecido, tudo pode acontecer. E pode ter chegado a hora de rever o modelo, rever os planos que traçamos para as nossas vidas. Porque, o tempo  passa. Nós mudamos. E como mudamos, não é? Chegamos a ficar irreconhecíveis para nós mesmos. Isso não significa que pioramos. Muito pelo contrário, acredito que sempre melhoramos, mesmo quando não realizamos ou cumprimos os planos que traçamos para o nosso futuro. Planos que muitas vezes nem eram nossos. Eram influências e até uma forma de agradar aqueles que nos eram caros, uma forma de mostrar o quanto os amávamos.
     Só que nós crescemos. Hoje adultos olhamos para traz e tentamos recuperar as pegadas daquele (a) garoto (a) que agora só existe dentro de nós. As pegadas foram apagadas pela ação do tempo e não há como voltar atrás e o que nos resta e criar novas pegadas, criar um novo caminho e por que não mudar o modelo que seguimos até agora? Não importa se deu certo ou não, se fomos até certo ponto, se desistimos no meio do caminho. Ah!, e tiveram aquelas barreiras intransponíveis, aqueles acidentes de percurso. Não importa. Que tal se refizéssemos todos os planos, que reformulássemos as nossas vidas seguindo os ditames do nosso coração evitando qualquer influência externa, ouvindo apenas a voz da nossa alma? Assim poderíamos ver o médico decidir virar carpinteiro; o padre converter-se ao espiritismo, sem deixar de ser padre; o judeu render-se ao catolicismo e aceitar Jesus como o filho de Deus, o Messias; o professor virar um dançarino. Tudo é possível.
     O que não podemos é ficar presos a antigos conceitos e fórmulas que não funcionam mais ou que já deram o que tinham que dar. É claro que também acredito que muitos tiveram a sorte e acertar nas suas escolhas e foram ( e são) felizes para sempre. Felicidade existe. Mas até os felizes também gostam de trilhar novos caminhos, criar novas pegadas.