Existem pessoas que sentem tanta felicidade quando veem a gente se dar mal que são capazes até de dar uma festa para comemorar a ocasião.
Eu achava isso impossível, achava que as pessoas não perdiam tempo com esse tipo de coisa. Para minha tristeza descobri que estava enganado.
Eu achava isso impossível, achava que as pessoas não perdiam tempo com esse tipo de coisa. Para minha tristeza descobri que estava enganado.
A minha sorte é que tudo não passou de algo banal e sem a menor importância. Mas ver aqueles olhinhos brilhando de felicidade diante do meu provável fracasso me deixou bastante espantado e perguntando o que leva alguém a agir dessa forma. O que alguém pode ganhar diante da desventura de uma outra pessoa?
É chato chegar a conclusão de que muita gente vai além da simples gargalhada quando vê você levar aquele tombo no meio da rua ou falhar em alguma atividade que muitos fariam com o pé nas costas. Há maldade, prazer, torcida para que você se estrepe todo.
O que fazer diante disso? Tirar a pessoa pra briga? Ficar torcendo para que surja uma oportunidade em que você possa devolver na mesma moeda? Nada disso. Peça a Deus que tenha compaixão dessa triste pessoa. Com certeza, ela é doente e precisa de ajuda. Porque ninguém em sã consciência pode ficar feliz com as desgraças dos outros.
No meu caso, além de feliz com o meu mau sucesso, que graças a Deus, não chegou a acontecer, a pessoa ainda armou tudo e sentou-se confortavelmente para assistir. Para minha sorte, encarei tudo com bastante naturalidade e a deixei completamente decepcionada, pois ela esqueceu-se de um pequeno mas importantíssimo detalhe: para quem alguém realmente nos faça mal, quase sempre, depende da nossa cooperação.
É isso mesmo. Sem essa cooperação, nada feito. E é com isso, ou seja, nosso destempero, que a pessoa conta. Como, geralmente, somos condicionados a reagir de maneira impensada diante dos acontecimentos até provar que focinho de porco não é tomada a confusão já se formou.
No final, acabei me sentindo feliz e recompensado por descobrir que é possível impedir que algo ruim aconteça simplesmente pela não reação. E pensar que Gandhi passou a vida pregando isso. Ele tinha toda razão.