A cada dia a vida está mais e mais automatizada. Muitas coisas que dependíamos de ajuda ou mesmo do serviços de outras pessoas para fazer já fazemos sozinhos. Exemplos dessa automatização da vida não faltam. Houve dia, não faz muito tempo, que para fazer uma ligação telefônica você precisava da ajuda de uma telefonista e hoje muitos nem lembram que um dia essa profissão foi tão importante. Outro exemplo é a nossa relação com os bancos: a figura do bancário está cada dia sendo substituída pelo autoatendimento.
Se por um lado estamos cada vez mais independentes, e isso é muito bom, apesar do fato de vermos as máquinas ocuparem o lugar dos trabalhadores causando o aumento do desemprego, por outro tem está surgindo uma visão de que as pessoas nada devem fazer. Tem sempre alguém (no caso, as empresas) se oferecendo para fazer as tarefas no seu lugar.
A impressão que se tem é que o ser humano veio ao mundo para descansar e, qualquer tarefa, por mais banal que seja, é vista como um trabalho hercúleo e deve ser feita por outra pessoa para que você fique livre daquele "transtorno". O estranho de tudo isso é que se oferecem para fazer tudo por você, desde que você continue trabalhando ou tenha o dinheiro para pagar pelo serviço. Vale lembrar que, apesar de todo esse oferecimento e essa boa vontade em te proporcionar descanso, ninguém faz nada de graça. Pelo contrário. Essas "facilidades" não costumam sair baratas. Ou seja, você vai ter que continuar trabalhando. Até porque facilidade também tem limite, não é?
Por isso, se levarmos em conta a automatização da vida nos nossos dias, isso parece um contrassenso. Se estamos caminhando para cada dia ficarmos mais e mais independentes eletronicamente falando, temos que estender essa independência a outros seguimentos de nossas vidas, não é mesmo?
Isso acaba refletindo em nossa vida espiritual. Embora vivamos em comunidade, devemos trilhar o nosso caminho com nossos próprios pés. Não podemos delegar a outra pessoa o nosso desenvolvimento e crescimento espiritual. Ele é de nossa responsabilidade. Não há como terceirizar essa tarefa. Não adianta pagar para alguém orar por nós ou mesmo jogar a nossa responsabilidade pelo que nos acontece nas mãos dos santos, guias religiosos ou mesmo de Deus.
Portanto, deixe de lado a preguiça e cuide você mesmo de sua vida espiritual. Basta seguir a sua intuição. Ela é o seu guia.
Bom final de semana.