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maio 07, 2014

O ocaso do espelho

     O espelho, sem dúvida, já teve melhores dias. Se um dia ele inspirou histórias infantis como "A bela Adormecida", onde, por causa de sua sinceridade - ao ser interpelado (sim,  ele podia falar) pela bruxa malvada se existia em todo reino alguém mais bela que ela, ele não hesitou em responder que sim - e quase pôs fim à vida da bela que dá título à história.  
    Noutra ocasião, agora no terreno da realidade, ele teria sido de grande valia na invasão ( a história oficial brasileira registra como descobrimento) do Brasil pela esquadra de Pedro Álvares Cabral. Conta-se que os habitantes aqui encontrados (mais tarde chamados de índios, pois os "descobridores" acreditavam estarem chegando às Índias, o seu verdadeiro destino) ficaram encantados ao receberem pedaços de espelho de presente dos portugueses.
    Ou seja, ele foi importante até para sermos o país que somos hoje. Se fez bem ou não, é bastante discutível. Há quem acredite que isso aqui estaria melhor se tivesse continuado na mãos de seus donos originais. É provável que sim. Pelo menos, a natureza estaria a salvo e isso aqui ainda poderia ser considerado ( como se acreditava) um verdadeiro paraíso.
    Quem vai saber, não é? Porém, não é disso que estávamos falando e sim do espelho. Objeto que ainda continua tendo lá a sua serventia, mas anda ameaçado graças a invenção do telefone celular. O que tem o celular a ver com o espelho? Tudo. É que o celular que já foi usado apenas para fazer ligações, há tempos vem fazendo as vezes de máquina fotográfica ( outra que anda com os dias contados, pobrezinha) e daí ao surgimento das "selfies" foi um pulo. 
    Agora ninguém procura um espelho quando quer ver como está o visual. Arma-se do celular, mira e a foto é feita na hora. Em segundos tem-se a resposta e com a vantagem de que fica gravado e pode-se ver com mais detalhes se ficou bom ou não. Se ficou boa. logo a "selfie", nome que se dá a mais esse fenômeno,  logo é postada numa rede social. Pobre espelho, perdeu a vez.

sorte para todos.