De uma forma ou de outra, desde que nos entendemos por gente, costumamos a acreditar que tudo aquilo que nos acontece de bom é uma espécie de obrigação da vida para conosco, e que aquilo que, pelo outro lado, nos acontecesse de ruim é uma maldição, um castigo que nos é imputando, despeito da nossa vontade e de qualquer ação de nossa parte.
Tanto acreditar que o nos acontece de bom seja um direito que adquirimos ao nascer, a partir da crença de que não pedimos para vir ao mundo, quanto pensar que tudo o que nos ocorre de ruim é simples castigo que não merecemos é negar a nossa responsabilidade sobre nossas ações, as decisões que tomamos e as escolhas que fazemos a cada momento, a cada passo que damos.
Cada acontecimento de nossa vida nasce do nosso desejo, da nossa decisão. Não nascemos ao acaso, nem somos marionetes, sem vontade própria e sempre à mercê de algo completamente fora de nós. Alguém, com muita felicidade, cunhou a expressão: sua cabeça, o seu guia. É exatamente assim, somos nossos próprios guias, os responsáveis por estarmos aqui nesse momento, nesse corpo, e na situação em que nos encontramos.
Não viemos parar aqui à nossa revelia. Pelo contrário, pedimos para vir na raça, na família, no corpo, no sexo e no lugar em que nos encontramos neste momento. Não estamos aqui obrigados, mas por vontade própria. Muitos de nós, embora ainda não estivéssemos preparados, pedimos insistentemente para que nos deixassem vir, mesmo após exaustivos conselhos para que adiássemos a nossa vinda, que deixássemos para um momento que fossemos capazes de encarar as provas a que nos dispúnhamos enfrentar.
Agimos como crianças birrentas e agora aqui estamos reclamando e maldizendo cada coisa que nos acontece ou deixa de acontecer. Somente no momento em que nos conscientizarmos de nossa responsabilidade sobre nossas próprias, poderemos nos reconciliarmos com as nossas vidas e entender que tudo foi escolha nossa. Em suma, pedimos para nascer.
Esperança. fé, amor e GRATIDÃO.