Não há a menor dúvida de que passados tantos anos do desbravamento do mundo com a "descoberta" das Américas e da Oceania, os últimos lugares a serem colonizados pelos europeus, o ser humano ainda não consegue aceitar que, embora habitemos o mesmo planeta, sejamos potencialmente diferentes.
Cada povo vê o mundo a partir da sua ótica. O que é estranho para uns, é perfeitamente natural para outros e assim caminha a humanidade. Ou melhor, assim deveria caminhar a humanidade, pois não conseguimos aceitar o outro como ele é e, o que é pior, tentamos desesperadamente fazer com esse outro tão diferente de nós esqueça a sua maneira de viver e assuma, sem pestanejar, a nossa.
É isso que chamam de colonização e sabemos qual é o resultado. Os índios das Américas que o digam. Povos inteiros foram dizimados sob a alegação de que eram bárbaros, ímpios, incivilizados e mais um sem número de coisas, só porque tinham maneira de viver diferente ou não aceitavam a "colonização" do "homem branco".
Passados tantos anos, essa colonização continua acontecendo. Ainda insistimos em querer "mudar" o outro. Parece que queremos um mundo de iguais onde todos pensem da mesma forma, tenham a mesma cultura, os mesmos costumes. E eu pergunto: para quê isso? Com que objetivo queremos todos virar uma única tribo?
Talvez seja para fazer valer tal da igualdade. Mas o grande barato do mundo é exatamente essa pluralidade de povos, essa diversidade de costumes. Ninguém pode negar que algumas particularidades de certos povos assustam, causam perplexidade. No entanto, para eles, os estranhos somos nós. Também nós somos vistos como bizarros e estranhos.
Já é chegada a hora de aprendermos definitivamente a respeitar as diferenças. A partir daí, muita coisa vai ser resolvida no mundo. Além de que podemos todos aprender uns com os outros, pois toda cultura traz em si não apenas bizarrices, trazem ensinamentos que servem para todos.
Bom domingo.
Bom domingo.