É lugar comum dizer que o mundo (nosso combalido planeta) está sofrendo severas mudanças a cada dia que passa, não é? Tudo está acontecendo bem debaixo de nosso nariz e ninguém pode alegar desconhecimento disso, pois as tragédias se acumulam e muitas têm chegado cada vez mais perto de nós. Quem pode alegar que as altas temperaturas, as chuvas torrenciais que provocam inundações, desabamentos e mortes, os ventos que derrubam tudo o que encontram pela frente, as doenças (a COVID-19, por exemplo) o desemprego, a fome, a falta de habitação e tantos outros transtornos não tenham atingido sua vida?
Em meio a tudo isso, uma outra epidemia vem assolando o mundo: o ser humano está a cada dia mais voltado para os interesses materiais, a cada dia somos mais corpo e menos espírito. Parece que nos convencemos de que a vida é um jogo do qual só interessa sair vencedor, sem importar com os meios que usaremos para chegar à vitória, pouco importando se para isso seja preciso passar por cima das outras pessoas, privando-as de suas necessidades mais primárias.
Na contramão dessa corrente tão individualista, nunca se falou tanto em religião; vivemos uma febre de pessoas de se dizem 'cristãs' e recitam versículos bíblicos a cada vez que abrem a boca. O que realmente entendemos por vida espiritual? Será que basta que a nossa boca, independentemente dos nossos atos, reverbere palavras retiradas de seu contexto histórico para sejamos tidos como pessoas pias e santas?
É bem provável que estejamos enganados, pois tudo está interligado. Corpo e Espírito (palavras e ações) precisam estar afinados para que possamos encontrar o equilíbrio que tanto necessitamos. É chegada a hora de sairmos do simples discurso e passar a agir no sentido de nos conectar física e espiritualmente com o mundo que nos cerca e isso significa entender que não estamos sozinhos, que nossos atos atingem a todos, e que a vida não termina quando deixamos o planeta; não acaba nunca.
Boa semana.