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junho 02, 2013

Só a vida ensina - Capítulo 15 - último capítulo.


Neste último capítulo, Joel se vê diante das grandes surpresas que a vida lhe reserva. Terá ele aprendido a lição. Leia  esse útlimo capítulo e fique sabendo.

SÓ A VIDA ENSINA

Capítlulo 15


CENA 1 – EXTERNA/DIA – TERRENO BALDIO.
JOEL, NESTOR E OS OUTROS MORADORES DO ACAMPAMENTO. ZELÃO À FRENTE DELES.
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 11 DO CAPÍTULO 14.

ZELÃO – Eu fiz uma pergunta.

NESTOR – O Joel descobriu um lugar onde tem muito garimpo bom, não é, Joel?

JOEL – É isso mesmo. Só coisa boa.

ZELÃO – E eu posso ir junto para conhecer esse lugar?

JOEL – É muito longe daqui, Zelão. (TEMPO) Mas pode deixar que eu te levo lá depois.

ZELÃO FICA DESCONFIADO, MAS OS DEIXA SAIR. JOEL SEGUE COM OS MORADORES A PASSOS LARGOS. SUZI SE APROXIMA DE ZELÃO.

SUZI – O que foi?

ZELÃO – O Joel apareceu com uma conversa de que descobriu um lugar cheio de garimpo. Acho que ele está variando. Eu furei a barriga dele e ele ficou com o juízo alterado. Vai entender.

CORTA PARA:

CENA 2 – EXTERNA/DIA – UMA PRAÇA
RAMIRO ESTÁ PARADO NA PRAÇA. JOEL CHEGA COM NESTOR E OS HOMENS.

JOEL – Aqui estão os homens que eu consegui.

RAMIRO – Muito bem, Joel.

NESTOR – Cadê o garimpo, Joel? Não estou vendo nada.

JOEL – Calma, homem. Seu Ramiro vai levar a gente ate lá.

NESTOR – Estou achando isso tudo muito esquisito. O Zelão não vai gostar disso.

RAMIRO – Vamos deixar de conversa. Não temos tempo a perder.

RAMIRO FAZ UM SINAL E TODOS O SEGUEM.

CORTA PARA:

CENA 3 – INTERNA/DIA – UM GRANDE GALPÃO
RAMIRO ENTRA NO GALPÃO ACOMPANHADO DE JOEL, NESTOR E DOS OUTROS HOMENS. É UM LOCAL LIMPO, CHEIO DE CAIXAS E GENTE TRABALHANDO.

RAMIRO – Esse é o local onde vocês vão trabalhar.

NESTOR – Trabalhar? Nós saímos para garimpar e não para trabalhar.

JOEL – Calma, Nestor. Deixa o seu Ramiro falar.

RAMIRO – Quem preferir continuar sendo explorado pelo Zelão, esteja à vontade. Aqui vocês vão trabalhar e vão receber pelo seu trabalho. Ninguém vai explorar ninguém. Isso aqui é uma cooperativa de catadores de lixo. Uns vão trabalhar na coleta, outros na separação, outros na embalagem.

NESTOR – Vamos trabalhar para quem?

JOEL – Vamos trabalhar para nós mesmos

NESTOR – E quem é o responsável por isso aqui?

RAMIRO – Eu e o meu amigo Fábio.

FÁBIO APARECE.

FÁBIO – Bom dia para todos vocês. Eu sou o administrador dessa cooperativa de catadores, junto com o senhor Ramiro, e gostaria muito que vocês viessem trabalhar com a gente.

JOEL – (TOM) Fábio!? É você?

FÁBIO – Sou eu, Joel. Acho que temos muito que conversar.

CORTA PARA:

CENA 4 – INTERNA/NOITE – UM BAR
JOEL E FÁBIO.

FÁBIO – O que você vai beber, Joel?

JOEL – Um refrigerante.

FÁBIO – Não estou te reconhecendo.

JOEL – Eu não bebo mais, Fábio. O senhor Ramiro me levou até uma reunião do AA. Agora eu faço parte dos alcoólatras anônimos.

FÁBIO – Que bom, Joel. (TEMPO) Sabia que a Verinha está te volta ao Rio?

JOEL – Eu vi vocês dois juntos. (TEMPO) Não esperava isso de vocês.

FÁBIO – O que é isso, Joel? Eu e a Verinha somos bons amigos. Meu casamento com a Marluce continua firme.  A única coisa que mudou o foi o emprego. Pedi demissão do escritório do seu Olavo para trabalhar com o meu amigo Ramiro. Como essa vida é engraçada, não?

JOEL – Como assim?

FÁBIO – Lembra daquele mendigo ao qual eu costumava oferecer uma quentinha de vez em quando?

JOEL – É claro que me lembro. A imagem daquele homem nunca saiu da minha cabeça.
Me lembro até hoje das besteiras que falei.

FÁBIO – A vida dá voltas, Joel. Aquele mendigo é hoje o dono da cooperativa de catadores de lixo onde eu estou trabalhando e você também vai trabalhar.

JOEL – Você está querendo dizer que o seu Ramiro...?

FÁBIO – Ele mesmo, Joel. Ele sumiu lá da rua e apareceu um tempo depois e me convidou para conhecer o trabalho que ele estava desenvolvendo. Resolvi fazer parte e desde então trabalhamos juntos.

O GARÇOM SERVE OS REFRIGENTES.

FÁBIO – Vamos brindar a esse nosso reencontro.

OS DOIS BRINDAM E JOEL SE LEVANTA PARA SAIR.

JOEL – Preciso ir, Fábio.

JOEL SAI.

FÁBIO – E o que eu digo para a sua mãe e para a Verinha?

JOEL JÁ ESTÁ LONGE. NÃO PODE MAIS RESPONDER.

CORTA PARA:

CENA 5 – EXTERNA/NOITE – TERRENO BALDIO.
JOEL, NESTOR E OS OUTROS HOMENS CHEGAM NO ACAMAPAMENTO TRAZENDO ALGUMAS COISAS. ZELÃO E SUZI ESPERAM POR ELES.

ZELÃO – Pensei que não fossem mais voltar.

JOEL – O lugar era longe.

TODOS ENTREGAM OS SEUS SACOS. E VÃO SAINDO.

ZELÃO – Ninguém vai querer comida, uma pedra? Não vai uma cachaça, Joel?

JOEL – Obrigado, Zelão. Eu vou descansar um pouco. Trabalhei muito.

TODOS SAEM PARA OS FUNDOS DO TERRENO.

ZELÃO – O que deu nessa gente, Suzi?

SUZI – Sei lá, Zelão. Acho que eles andaram muito para garimpar essas coisas e estão cansados.

ZELÃO – Será isso mesmo?

CORTA PARA:

CENA 6 – EXTERNA/DIA – TERRENO BALDIO
O DIA AMANHECE NO ACAMPAMENTO. O ACAMPAMENTO ESTÁ VAZIO. SUZI É A ÚNICA QUE DORME NUM CANTO. ELA DESPERTA E VÊ QUE ESTÁ SOZINHA. CAMINHA PELO ACAMPAMENTO E SE MOSTRA ALARMADA.

SUZI – Onde está todo mundo? Para onde foi essa gente? O Zelão precisa saber disso. (PEGA O TELEFONE CELULAR E FAZ UMA LIGAÇÃO) Zelão? O povo sumiu, Zelão. Não tem ninguém aqui no terreno.

CORTA PARA:

CENA 7 – EXTERNA/DIA – TERRENO BALDIO
ZELÃO ESTÁ DIANTE DE SUZI.

ZELÃO – Como você deixou isso acontecer, Suzi?

SUZI – Quando eu acordei não tinha mais ninguém aqui?

ZELÃO – Nem o Joel?

SUZI – Ninguém mesmo.

ZELÃO – O Joel deve ter levado todo mundo para o tal lugar onde tem muita coisa para garimpar. Deve ser isso.

DOIS POLICIAIS SE APROXIMAM.

POLÍCIAL – Senhor Zelão?

ZELÃO – Pois não.

POLICIAL – Temos ordem para dar uma busca nesse local. (PARA O COLEGA) Pode iniciar, Genésio.

ZELÃO – O que foi que eu fiz?

POLICIAL – Fica quieto.

O POLICIAL SAI E LOGO VOLTA COM UM SACO.

POLICIAL II – A denúncia procede, colega. A droga está aqui. Podemos levar o meliante.

ZELÃO OFERECE ALGUMA RESISTÊNCIA, MAS OS POLÍCIAIS O ALGEMAM E O LEVAM.

ZELÃO – Avisa a minha mulher, Suzi.

OS POLICIAIS SE AFASTAM COM ZELÃO.

SUZI – Pode esperar sentado, Zelão. Quero mais é que você apodreça na cadeia.

CORTA PARA:

CENA 8 – INTERNA/DIA – GALPÃO - PÁTIO
JOEL, RAMIRO E FÁBIO. JOEL ESTÁ BEM VESTIDO E COMANDA JUNTO COM FÁBIO E RAMIRO OS TRABALHOS NA COOPERATIVA. VÁRIOS HOMENS TRABALHAM, NESTOR ESTÁ ENTRE ELES.

FÁBIO – Nossa cooperativa está indo de vento em popa.

JOEL – E todos trabalham felizes. Ninguém explora ninguém.

RAMIRO – Esse é um sonho antigo, Joel. Desde quando eu estava deitado na porta daquele restaurante. Você se lembra?

JOEL – Nunca vou me esquecer.

O PORTÃO SE ABRE E DONA MARGARIDA ENTRA ACOMAPANHADA DE BERNADETE.

FÁBIO – Veja só quem veio nos visitar.

JOEL – Mãe!?

DONA MARGARIDA – Meu filho!

JOEL ABRAÇA DONA MARGARIDA E EM SEGUIDA A IRMÃ. TODOS SE CONFRATERNIZAM. JOEL APRESENTA SEU RAMIRO À SUA MÃE, OS DOIS LOGO SE ENTENDEM.

CORTA PARA:

CENA 9 – EXTERNA/DIA – TERRENO BALDIO
HÁ ALGUMAS PESSOAS NO TERRENO. SUZI ESTÁ ENTRE ELES. PERCEBE-SE QUE ELA TOMOU O LUGAR DE ZELÃO E AGORA ESTÁ EXPLORANDO OS MORADORES DE RUA. JOEL E RAMIRO ASSISTEM A CENA DE LONGE.

SUZI – Pensei que a Suzi...

RAMIRO – O Zelão foi preso e ela ficou no lugar dele. Dizem que da cadeia ele continua sendo o chefão e ela a sua testa de ferro.

JOEL – Pensei que ela fosse diferente.

RAMIRO – Infelizmente, o homem estará sempre explorando o seu semelhante, Joel. O que podemos fazer é tentar mostrar para essa gente que existem outras saídas. Nosso trabalho não termina nunca.

CORTA PARA:

CENA 10 – EXTERNA/NOITE – PORTA DO SALÃO DE BELEZA ONDE VERINHA TRABALHA
JOEL ESTÁ PARADO NA PORTA COM UM BUQUET DE FLORES NA MÃO. A PORTA DO SALÃO SE ABRE E VERINHA SAI. JOEL A SURPREENDE.

JOEL – Flores para a mais bela cabeleireira do mundo.

VERINHA – Joel!?

JOEL –  Recebe essas flores, Verinha. Não daquele Joel que você conheceu e que te fez sofrer tanto. Mas de um Joel que aprendeu com a vida. Por que há coisas que SÓ A VIDA ENSINA. Agora eu estou pronto para te amar do jeito que você merece. Eu te amo, Verinha.

VERINHA ACEITA AS FLORES E OS DOIS SE BEIJAM. LOGO DEPOIS, SAEM DE MÃOS DADAS PELA RUA.

CORTA PARA:

FIM

Para você que acompanhou a saga de Joel, meu muito obrigado.

Outras histórias virão por aí. Aguarde.