Na verdade, é através desse costume aparentemente banal que Deus nos manda mensagens e de alguma forma testa nossa disposição para receber aquilo que queremos ou julgamos ter direito a receber. Ao negar ou receber com desdém algo simples e de pouco valor podemos estar demonstrando falta de humildade e fechando as portas para a chegada de tudo aquilo que tanto almejamos.
Mais do que isso, dar e receber são dois lados da mesma moeda; ninguém é rico demais que não possa receber, nem tão pobre que não possa doar. Todos estão no mesmo barco, apesar de todas as vantagens que acreditamos (e talvez não se possa negar, principalmente levados pelo nossa maneira rasa de ver a vida) que a riqueza tem sobre a pobreza.
Dar de presente algo como um carro e receber uma flor pode não ser tão desigual quanto parece. Tudo depende de quem dá e de quem recebe. Nesse momento o que vale é o que vai na alma de quem dá e de quem recebe. É nessa hora que fica claro qual a real posição de cada um: qual a necessidade de cada um dar ou receber,
O que cada um tem para dar e para receber não o torna melhor nem pior que ninguém. Pelo contrário, torna todos iguais. O dar não existe sem o receber, assim como não faz caridade apenas aquele que doa, o que recebe também faz caridade, pois uma coisa não acontece sem a outra. O necessitado ao receber permite ao abastado cumprir seu papel e vice-versa, ou seja, a vida é uma via de mão dupla.
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