Pesquisar este blog

abril 12, 2013

OBRIGADO!

     Mais do que um simples sinal de educação, agradecer é um gesto cheio de significados. Tem gente que não agradece nunca. Pode receber a gentileza que for que continua agindo como se todo mundo só existisse para servi-la.
      Adentra-se à uma porta aberta como se a porta fosse automática ou se abrisse com a força do pensamento. Simplesmente não se digna a olhar para o lado e ver a mão que prontamente a abriu.    
     Isso só para dar um único exemplo das muitas gentilezas que recebemos (e ofertamos) no nosso dia a dia e que, muitas vezes, passam desapercebidas ou que, dado o costume (bom costume, é preciso que se diga) fazemos sem nos dar conta da sua grandeza.  
     Pessoas que agem assim, não esperam recompensas, é verdade. Agem assim porque assim é o seu natural. São pessoas que sabem que o mundo é habitado por outras pessoas além delas e sabem como é agradável receber uma gentileza por mais simples que seja e até por mais desnecessária que seja.
     Porque muitas vezes aquela ajuda que recebemos ou que oferecemos não é mesmo assim tão necessária. O que vale é o gesto feito, a intenção de ser útil, a beleza da mão estendida em nossa na nossa direção ou a vontade de amparar o outro. Nesses momentos, é como se um dissesse para o outro:
- Você não está sozinho. Eu estou aqui com você.
Verdade seja dita, muitas vezes, a ajuda oferecida nem resolve e nem nós temos certeza se podemos realmente ajudar. O que vale é a intenção, o desejo de que o outro se sinta melhor.
     Já tem outras pessoas que agradecem o tempo todo. Até por aquilo que não receberam. Estão sempre dizendo obrigado. Que bela palavra é "obrigado". Ela tem uma capacidade tão grande de mudar uma situação, de criar um clima de tranquilidade ao que a diz e àquele que a ouve.
     Meu Deus. Que vontade de sair dizendo, obrigado!, a todos que eu encontrar pelo caminho. Obrigado você que acessa o meu blog e lê o que eu escrevo. OBRIGADO! OBRIGADO POR TUDO E PARA SEMPRE!
     Sobretudo, OBRIGADO DEUS!, por tudo o que faz por mim.

OBRIGADO!

abril 07, 2013

Só a vida ensina - Capítulo 7

No capítulo 7, mais da vida errante de Joel.

SÓ A VIDA ENSINA
Capítulo 7


CENA 1 - INTERIOR/NOITE - CASA DE VERINHA - QUARTO
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 10 DO CAPÍTULO 6
JOEL E VERINHA AINDA ESTÃO NA CAMA. VERINHA PERMANECE CALADA.

JOEL – Eu lhe fiz uma pergunta.

VERINHA – Preferia não falar sobre isso, Joel.

JOEL – Por quê?... (TOM) A gente está junto há tanto tempo... E depois, você sempre quis casar, não quis?

VERINHA – Sempre quis, Joel. (TEMPO) Mas não desse jeito.

JOEL – Desse jeito, como?

VERINHA – Assim, correndo. Parece que está tirando o pai forca. Assim, eu não quero. (SONHADORA) Casamento, pra mim, é com igreja, padre, convidados, festa. (TOM) Você só quer casar agora porque está sem lugar para morar.

JOEL – O quê?

VERINHA – É isso mesmo, Joel. Você vem com esse jeitinho de apaixonado, mas o que você quer é um lugar para morar. Pensa que eu não sei? (TOM) Vê se te orienta, Joel. Não sou mulher de sustentar homem.

CORTA PARA:

CENA 2 - EXTERIOR/DIA - BANCO DE PRAÇA
JOEL E FÁBIO ESTÃO SENTADOS.

JOEL – Ela disse que não quer se casar comigo, Fábio.

FÁBIO – Ela falou assim, na lata?

JOEL – Com todas as letras. Só faltou me chamar de vagabundo. Disse que eu só quero me casar com ela porque estou sem ter onde morar. Vê se pode?

FÁBIO – Vamos ser sinceros, Joel. No fundo é isso mesmo, não é? Fala a verdade. Depois de enrolar a pobre da Verinha por tanto tempo, você aparece com essa história de casamento e justo no momento em que você tá... (TOM) Ela percebeu, Joel. A Verinha é apaixonada, mas não é burra.

JOEL – É...  Acho que você tem razão. Eu sempre abusei da boa vontade dela. Ela sempre ali, apaixonada, perdoando cada deslize meu. E eu sempre aprontando.

FÁBIO – Foi por isso que eu tratei de me sossegar com a Marluce. Vida de solteiro é boa, mas de casado pode ser melhor. (TOM) Marluce é uma companheira e tanto.

JOEL  – Falou, o apaixonado.

FÁBIO – E tô mesmo. (TOM) E você devia fazer o mesmo com a Verinha.

JOEL – Mas ela não me quer.

FÁBIO – Quer sim, homem. A Verinha é louca por você. Conversa com ela direito. Prova pra ela que você tá mudado.

JOEL – (RESOLVIDO) É isso mesmo que eu vou fazer.

CORTA PARA:

CENA 3 - EXTERNA/NOITE. - PORTA DA CASA DE VERINHA
JOEL ESTÁ PARADO NA PORTA, VERINHA CHEGA VINDO DO TRABALHO.

VERINHA – O que você está fazendo aqui, Joel? Não disse que não quero saber de você aqui? Minha casa não é nem pensão, nem hotel. Pode dar o fora.

JOEL – Não fala assim, Verinha. Vamos conversar. (TOM) Eu sei que sempre aprontei com você, que fui um canalha. Mas eu mudei, meu amor. Só agora caí em mim e vi a mulher maravilhosa que você é. Me dá uma chance, umazinha só.

VERINHA – (NERVOSA) Para com essa conversa, Joel. Daqui a pouco os vizinhos vão reclamar.

JOEL – Então, vamos conversar lá dentro.

VERINHA – Já disse que não. Vai embora, Joel. (TOM) Cansei de fazer papel de trouxa. Vai enrolar outra, tá?

VERINHA ENTRA E BATE A PORTA NA CARA DE JOEL. ELE FICA ALÍ UM TEMPO E DEPOIS VAI EMBORA.

CORTA PARA:

CENA 4 - EXTERNA/DIA - PORTA DO SALÃO DE BELEZA ONDE VERINHA TRABALHA
JOEL ESTÁ COMPLETAMENTE BÊBADO.

JOEL – (GRITANDO) Verinha, meu amor. Casa comigo. Eu te amo, Verinha. Você é o amor da minha vida. Sem você eu não posso viver. Sem você, eu prefiro morrer. Eu vou morrer, Verinha. Eu estou morrendo de amor por você. Vem me salvar, Verinha.

VERINHA – (APARECENDO NA PORTA DO SALÃO) Que escândalo é esse, Joel? Está querendo que eu perca o meu emprego? Dona Damares não gosta desse tipo de coisa. Vai embora daqui.

JOEL – Só se você aceitar se casar com comigo. (TEMPO) Promete que casa comigo?

VERINHA – Você está bêbado, Joel.

JOEL – Promete?

VERINHA – Vai embora, Joel. Eu vou acabar perdendo o meu emprego.

JOEL – Promete que casa comigo. Promete que vai me dar uma chance de provar o meu amor por você.

VERINHA – (PERDENDO A PACIÊNCIA) Vai procurar sua turma, Joel.

VERINHA ENTRA NO SALÃO E JOEL FICA POR ALI, SOB OLHARES DE CURIOSOS.

CORTA PARA:

CENA 5 - INTERNA/NOITE.  - CASA DE VERINHA - QUARTO
VERINHA ENTRA NO QUATRO, ACENDE A LUZ E LEVA UM SUSTO. JOEL ESTÁ DORMINDO EM SUA CAMA.

VERINHA – (ACORDANDO JOEL) O que significa isso?

JOEL – Me deixa dormir.

VERINHA – Acorda, Joel.

JOEL – (ACORDANDO) Oi, amor. Você chegou?

VERINHA – Como foi que você entrou aqui, Joel?

JOEL – Esqueceu que você me deu uma chave?

VERINHA – Nem me lembrava mais disso. (TOM) Me devolve essa chave, Joel. Eu não quero a chave da minha casa com você.

JOEL – Entenda de uma vez por todas, Verinha: nós nascemos um para o outro.

VERINHA – Entenda de uma vez por todas, você. (GRITA) Eu não te quaro na minha casa, nem na minha vida. Some de uma vez por todas, coisa ruim.

JOEL – (VENDO O ESTADO DE VERINHA) Está bem. (LEVANTANDO PARA SAIR) Eu saio.

VERINHA – (COM A MÃO ESTENDIDA) A chave.

JOEL TIRA DO BOLSO DA CALÇA UMA CHAVE E ENTREGA-A A VERINHA E SAI. VERINHA SENTA NA CAMA E CHORA.

CORTA PARA:

CENA 6 - EXTERNA/NOITE - UMA RUA QUALQUER
JOEL ANDA MEIO SEM RUMO, DE REPENTE DÁ UM ESBARRÃO EM ALGUÉM. É FÁBIO.

JOEL – Não presta atenção por onde anda?

FÁBIO – Qual é, meu? Você é que não olha.

OS DOIS SE RECONHECEM.

FÁBIO – Joel?

JOEL – Só podia ser você.

FÁBIO – O que você está fazendo por aqui?

JOEL – Andando sem rumo.

FÁBIO – O quê?

CORTA PARA:

CENA 7 - INTERNA/NOITE. - UM BAR QUALQUER
JOEL E FÁBIO CHEGAM E SENTAM.

FÁBIO – Fala aí. O que está acontecendo?

JOEL – A Verinha... (TOM) Ela não quer nada comigo. Me expulsou da casa dela.

FÁBIO – O que você andou aprontando?

JOEL – Nada. Apenas pedi que ela se casasse comigo.

FÁBIO – Ainda essa história? (TEMPO) Você precisa tomar jeito, Joel. Arrumar um emprego. Mostrar que está disposto a viver como um homem sério. Só assim a Verinha vai acreditar em você. Não se esqueça que você aprontou muito com ela.

JOEL – (TRISTE) Eu perdi a única mulher que podia me fazer feliz. A Verinha é tudo pra mim. (TOM) Mas vamos beber uma que assim a vida melhora.

FÁBIO – Para com essa bebedeira, Joel. Sei de muita gente que começou assim como você, bebendo para afogar as mágoas e virou mendigo.

JOEL – Vira essa boa pra lá, agourento.

CORTA PARA:

CENA 8 - EXTERNA/DIA - PORTA DE UMA HOSPEDARIA NO CENTRO DA CIDADE
JOEL VEM CAMBALEANDO PELA RUA E ENTRA NUMA
HOSPEDARIA. É UMA HOSPEDARIA BEM SIMPLES E POBRE.

DETALHE DA PLACA NA PORTA DA HOSPEDARIA:

- “ALUGAM-SE QUARTOS PARA RAPAZES SOLTEIROS”.

CORTA PARA:

CENA 9 - EXTERNA/DIA - PORTA DO SALÃO ONDE VERINHA TRABALHA
VERINHA E FÁBIO CONVERSAM.

FÁBIO – Desculpa ter vindo te procurar no seu emprego. (TOM) Eu ando muito preocupado com o Joel. Desde que você disse não ao pedido de casamento dele, ele não faz outra coisa senão beber.

VERINHA – O Joel sempre bebeu e vai continuar bebendo. (TEMPO) Eu não posso me casar com ele só pra resolver os problemas dele. E eu?

FÁBIO – Eu entendo o seu lado, mas dá uma chance pra ele. Quem sabe o que ele precisa é de um apoio. Antes tinha a mãe dele, dona Margarida. Ela controlava um pouco. Mas ela foi morar com a outra filha.

VERINHA – E tudo, por quê? (TOM) Por causa da irresponsabilidade dele. (TEMPO) Ele só quer ficar comigo agora, por que não tem onde morar. Tudo o que ele quer é um canto para morar e comida na mesa. (TOM) Eu tomei uma decisão...

FÁBIO – O quê?

VERINHA – Decidi voltar pra minha terra, lá no nordeste.

CORTA PARA:

CENA 10 - INTERNA/DIA - QUARTO DE HOSPEDARIA
QUARTO PEQUENO E ESCURO.
FÁBIO ENTRA NO QUATRO ACOMPANHADO DE UM HOMEM.

HOMEM – O homem que você está procurando é esse aí?

FÁBIO VÊ JOEL CAÍDO NUMA CAMA SUJA, DORMINDO, COMPLETAMENTE BÊBEDO.

FÁBIO – (HORRORIZADO) Meu Deus!

CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO




abril 05, 2013

Selvageria e intolerância.

      Estamos vivendo um tempo em que ficou muito difícil pensar, viver e agir diferente dos outros. Por mais que se fale em liberdade, sobretudo de expressão, os exemplos de intolerância com aqueles que pensam ou vivem de forma diferente têm sido flagrantes. Em nome da defesa de seus pontos de vista, muitos tomam atitudes que podem ser claramente classificadas como intolerantes.
     Um exemplo disso foram os ataques sofridos, em sua vinda ao Brasil, pela blogueira cubana, Yoani Sánchez. Muitos partidários de Fidel Castro e que não concordam com a luta por liberdade da blogueira acharam por bem atrapalhar a vida da moça, tentando impedir que ela participasse de alguns eventos.
     Que nome se dar a isso que não seja intolerância, cerceamento da liberdade? Essa foi uma demonstração de que essas pessoas não respeitam a opinião do outro, não respeitam a luta do outro. Ninguém é obrigado a concordar com tudo. Essa é uma grande verdade e um direito de todos.
     O que não se pode é acreditar que a luta de uma pessoa é sem valor porque vai contra aquilo que pensamos ou defendemos. É desse tipo de atitude que nascem os ódios e as guerras que tanto destroem vidas mundo afora.
     Parece que as pessoas acreditam que o  vale é o que elas pensam e fazem em detrimento do o outro faz ou pensa. Vivemos numa democracia, mas parece que pensar diferente é proibido. Querem todos pensando da mesma maneira, agindo do mesmo jeito. E a pluralidade? E a diversidade tão importante para a manutenção da vida nesse planeta?
     Passados tantos anos, vencidas tantas lutas, depois de tantos avanços será que estamos voltando no tempo? Ou será que não estamos sabendo usar a liberdade que tanto almejamos e que conquistamos a duras penas?
     Nesse mundo globalizado e integrado que pretendemos não podia haver espaço para tantas manifestações de selvageria e intolerância. O fato de não concordarmos uns com os outros não significa que sejamos inimigos ou adversários.

março 31, 2013

Só a vida ensina - Capítulo 6

A saga de Joel continua.


SÓ A VIDA ENSINA

Capítulo 6

CENA 1 - INTERNA/DIA - CASA DE BERNADETE - SALA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 8 DO CAPÍTULO 5
OZIAS ESTÁ DE PÉ NO CENTRO DA SALA. QUANDO ELE ENTROU TODOS SE LEVANTARAM,. BERNADETE NÃO CONSEGUE DISFARÇAR SUA PREOCUPAÇÃO. ARTUR ENTRA CORRENDO E ABRAÇA O PAI.

JOEL – Que é isso, Ozias? Isso é maneira de receber seu cunhado e sua sogra?

OZIAS – (TRANSTORNADO) Cunhado!? Como você tem coragem de voltar aqui, seu canalha?

BERNADETE – Calma, Ozias. O Joel e a mãe só vieram aqui para nos fazer uma visita. Eles nem pretendem ficar, não é?

A PERGUNTA FICA NO AR UM TEMPO. DONA MARGARIIDA FAZ SINAL PARA JOEL FALAR ALGUMA COISA.

DONA MARGARIDA – Fala, Joel. Se você não fala, falo eu.

JOEL – Pode deixar, mãe. Eu falo.

OZIAS – Vem bomba aí.

BERNADETE – Espera, Ozias. Deixa o Joel falar. (CONCILIADORA) Por que a gente não senta? (SAINDO) Eu vou preparar um café.

OZIAS – Nada disso, Bernadete. Vamos primeiro ouvir o que o seu irmão tem a dizer.

BERNADETE PERMANECE NA SALA. TODOS SENTAM.

OZIAS – E então...

JOEL – Sabe o que é... Eu tive aí uns contratempos. Perdi o emprego e tivemos que entregar o apartamento. A gente, eu e a mãe... A gente tá, temporariamente, sem onde morar. Essa que é a verdade.

BERNADETE – O quê?

OZIAS – Vê se eu entendi... Vocês estão sem ter onde morar e então resolveram se aboletar aqui na minha casa?

JOEL – É só por uns tempos...

OZIAS – Uns tempos!?

JOEL – Vê se dá pra você esquecer as mágoas do passado, cunhado. Eu sei que eu sempre aprontei muito, mas eu tô mudado, não é mãe? (TEMPO) A vida ensina a gente, Ozias. Você tem razão. Tá mais que na hora de eu criar juízo. Tô disposto a correr atrás de emprego. Você vai ver. Em pouco tempo tô empregado de novo e aí é vida nova.

OZIAS – Até isso acontecer, se acontecer, eu é que pago o pato. (SAINDO DA SALA) Era só o que me faltava. (SAI)

CORTA PARA:

CENA 2 - INTERNA/DIA - CASA DE BERNADETE -  SALA
APÓS O JANTAR, TODOS ESTÃO REUNIDOS. OZIAS PUXA BERNADETE PARA UM CANTO.

OZIAS – Você tem que dar um jeito nisso.

BERNADETE – O que você quer que eu faça? É meu irmão, é minha mãe... Não dá para fechar as portas assim. Será que não dá para você entender, Ozias?

OZIAS – Não. Eu não entendo. (TEMPO) Eu não quero esse pilantra aqui em casa misturado com nossos filhos. Eu entendo que é seu irmão, mas você sabe que ele não presta. Se tá nessa situação é porque nunca teve responsabilidade.  Sempre botou fora tudo o que ganha, além de torrar o dinheiro da pensão de dona Margarida.

BERNADETE – É por ela que eu tô preocupada. (TOM) Eu não posso deixar minha mãe na rua.

CORTA PARA:

CENA 3 - INTERNA/DIA. - CASA DE BERNADETE -  SALA.
BERNADETE ESTÁ DIANTE DE JOEL E DONA MARGARIDA. BERNADETE ESTÁ NERVOSA, AFLITA.

DONA MARGARIDA – Senta, Bernadete. Assim você vai passar mal.

JOEL – Parece que a Dete não tem notícia boa pra gente, né, Dete?

BERNADETE – Tenta entender, Joel. (TEMPO) O Ozias não consegue esquecer as vezes que você aprontou com ele.

JOEL – (LEVANTANDO-SE PARA PEGAR AS MALAS QUE AINDA ESTÃO NA SALA) Já entendi tudo. Estamos sendo colocados no meio da rua. (TOM) Vamos embora, mãe.  Sua filha tá fechando a porta na nossa cara.

BERNADETE – Não é nada disso.

JOEL – Então o que é?

BERNADETE – O Ozias disse que a mãe pode ficar. (TEMPO) Você se arranja melhor, Joel. É homem, sabe se virar. A casa é muito pequena pra tanta gente. Os meninos estão crescendo... Olha, você pode fazer as refeições aqui, só não pode ficar morando.

JOEL – Tudo bem, Bernadete. (TOM) E pensar que eu sempre tive a maior consideração por você. (PARA A MÃE) Fica aí, mãe. É só eu conseguir um emprego que eu volto para te buscar.

DONA MARGARIDA – Para onde você vai, filho?

JOEL – Eu me viro. (PEGA UMA MALA, DESPEDE-SE DA MÃE E SAÍ. BERNADETE ABRAÇA A MÃE QUE CHORA AO VER O FILHO PARTIR.)

CORTA PARA:

CENA 4 - INTERNA/NOITE - CORREDOR DE UM PRÉDIO - PORTA DE UM APARTAMENTO
JOEL ESTÁ DE PÉ TOCANDO A CAMPAINHA. A PORTA SE ABRE E SURGE FÁBIO. ESTÁ VESTIDO APENAS DE CALÇÃO.

FÁBIO – (SURPRESO) O que você está fazendo aqui, Joel?

JOEL – O cunhadinho bíblia não me quer na casa dele. Acha que vou desencaminhar os filhos dele.

FÁBIO – E não é para menos, né, Joel? Você sempre aprontou muito com ele.

JOEL – Aquele babaca! Vai ver. É só as coisas melhorarem que eu pego ele de jeito. (TEMPO) E aí, não vai me convidar pra entrar? Acho que sobrou pra você, amigo. Tenho que ficar aí uns dias.

FÁBIO – ( SEM JEITO) Sabe o que é, Joel?...

JOEL – Vai negar ajuda pro seu amigo, vai?

FÁBIO – Não é isso, cara. É que a Marluce...(TEMPO) Acho que eu esqueci de te dizer. A gente tà morando junto.

JOEL – Não vai me dizer que se deixou cair na armadilha?

FÁBIO – Isso aí, Joel. A Marluce é uma garota legal e já estava passando da hora da gente se juntar. (TEMPO) E o apartamento é muito pequeno. Não dá. Você entende?

SEM DAR RESPOSTA, JOEL PEGA SUA MALA E SAI. FÁBIO O OBSERVA SE DISTANCIANDO.

CORTA PARA:

CENA 5 - INTERNA/NOITE - BAR NO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
 SENTADO NO BALCÃO, COM SUA MALA DO LADO, JOEL BEBE UMA CERVEJA.

JOEL – (CONSIGO MESMO) Veja aonde você chegou, Joel. E agora? Até o Fábio, que se dizia ser seu melhor amigo, fechou as portas pra você. E tudo isso por quê? Por causa da Marluce. Fábio se deixou amarrar pela Marluce. Era só o que faltava. Se bem que... (FICA PENSANDO DURANTE UM TEMPO) Eu também... Ora, ora. Por que eu não pensei nisso antes?

TOMADO POR UMA INESPERADA ANIMAÇÃO, JOEL PAGA A CONTA E SAI DO BAR LEVANDO SUA MALA.

CORTA PARA:

CENA 6 - EXTERNA/DIA - PORTA DO SALÃO ONDE VERINHA TRABALHA
JOEL E VERINHA CONVERSAM

VERINHA – Já falei que a minha patroa não gosta que a gente receba visitas aqui?

JOEL – Essa sua patroa é muito chata. (TENTA ABRAÇAR VERINHA) Vem cá, meu amor.

VERINHA – (AFASTANDO-SE DE JOEL) Sai pra lá.

JOEL – (SENTIDO) Pô! Eu aqui cheio de amor pra dar e você me rejeita?

VERINHA – Aqui não é lugar disso. Já falei.

JOEL – Tá bom. (TEMPO) Que tal se a gente saísse hoje à noite?

VERINHA – Você convida, mas sempre me dá o bolo.

JOEL – Hoje vai ser diferente. Pego você às oito, combinado?

VERINHA – Combinado.

ELES SE DESPEDEM E VERINHA ENTRA. JOEL SAIU CAMINHADO TODO ANIMADO.

CORTA PARA:

CENA 7 - INTERNA/NOITE - UM BAR FREQUENTADO POR CASAIS
JOEL E VERINHA ESTÃO NUMA MESA.

VERINHA – Pra que tudo isso, Joel? Você nunca me trouxe num bar desses. Ganhou na loteria, foi?

JOEL – (GALANTE) Que nada! (TOM) Eu tô é apaixonado.

VERINHA – Apaixonado?

JOEL – Não sei como nunca percebi a mulher maravilhosa que você é.

VERINHA (ENCAMBULADA) Para com isso, Joel. Tá todo mundo olhando.

JOEL – Deixa que olhem. Eles estão com inveja do nosso amor.

OS DOIS SE BEIJAM APAIXONADAMENTE.

CORTA PARA:

CENA 8- EXTERNA/DIA - SUBÚRBIO. PORTA DA CASA DE VERINHA.
JOEL E VERINHA ESTÃO NO PORTÃO TROCANDO BEIJOS.

JOEL – Não vai me convidar para entrar?

VERINHA – Está tarde.

JOEL – Para dois apaixonados não existe hora, existe?

OS DOIS TROCAM MAIS ALGUN BEIJOS E ENTRAM NA CASA.

CORTA PARA:

CENA 9- INTERIOR/NOITE - CASA DE VERINHA -  QUARTO
JOEL E VERINHA ESTÃO DEITADOS NA CAMA.  

JOEL – Eu te amo, Verinha.

VERINHA – Eu também te amo, Joel.

JOEL – Você é a mulher da minha vida.

OS DOIS FAZEM AMOR, ARDENTEMENTE.

CORTA PARA:

CENA 10 - INTERIOR/NOITE - CASA DE VERINHA - QUARTO
APÓS FAZEREM AMOR, JOEL E VERINHA PERMANECEM DEITADOS.

VERINHA – Seria tão bom se fosse sempre assim...

JOEL – Nossa felicidade pode durar para sempre.

VERINHA – Como?

JOEL – Quer se casar comigo?

CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO


março 28, 2013

Não dê bola para a tristeza que ela passa.

     Já se perguntou alguma vez o  que você precisa fazer quando está muito feliz? Se você se fez essa pergunta, provavelmente respondeu que simplesmente se deixa levar pelo sentimento de felicidade, que não é necessário mais nada além de disso.
     Agora, se a pergunta for o que você faz quando está triste, vai ficar surpreso ao descobrir que a tristeza, a raiva, o ódio , o rancor diferentes do amor, da felicidade , da paz eles precisam ser alimentados.  Nós só conseguimos ficar, por exemplo,  muito tristes se  a gente der vazão a essa tristeza. A tristeza sozinha não age sobre nós. Você tem que, digamos, dar confiança para ela. Do contrário, ela passa batido.
     Os sentimentos tidos como inferiores não nos vêm de maneira natural. Nós precisamos alimentar a nossa mente com aquilo, através do pensamento e quanto mais mais força dermos ao pensamento de tristeza mais tristes vamos ficar. 
     Experiente fazer essa observação. Você vai descobrir que só está triste porque passou o dia inteiro alimentando um pensamento de tristeza. É claro que a mesma experiência pode ser feita com qualquer outro sentimento que nos deixa "para baixo". Estou usando a tristeza apenas como exemplo.
     Além de ficar claro que esses sentimentos não fazem parte da nossa natureza, da nossa essência, ainda, deixando de alimentá-los, estamos livrando o nosso corpo de suas toxinas. Pois todos sabemos que esses sentimentos são nocivos aos órgãos do nosso corpo.
     Portanto, nada de ficar repetindo que é a pessoa mais infeliz do mundo e que aquele mal que te fizeram merece que você sofra desse ou daquele tanto. Porque seja qual for o mal, a tristeza, a dor que te causaram, alimentar sentimentos negativos é a pior solução, sentir-se mortalmente ofendido, pior ainda.
     Deixe esses sentimentos seguirem o curso deles. Não os exacerbe, não os retenha com você, não os cultive. Deixe que eles sigam com o um rio e vá desaguar em praias distantes onde serão  transformados em coisas melhores. 

março 24, 2013

Só a vida ensina - Capítulo 5


Com vocês mais um capítulo da nossa novelinha.

SÓ A VIDA ENSINA

Capítulo 5


CENA 1 - INTERIOR/DIA – CASA DE JOEL – SALA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 10 DO CAPÍTULO 4
ELMIR CONTINUA PARADO NA PORTA. DONA MARGARIDA ESTÁ À SUA FRENTE.

DONA MARGARIDA – O senhor está me assustando, seu Elmir.

ELMIR – Eu posso entrar? É que um assunto desses não deve ser falado assim no corredor, a senhor entende?

DONA MARGARIDA – Claro. (TOM) Entra, seu Elmir. O senhor aceita um café?

ELMIR – (ENTRANDO) Obrigado, dona Margarida. A conversa vai ser rápida. É que a portaria ficou sozinha... (TEMPO) O assunto que me traz aqui diz respeito ao seu filho, dona Margarida.

DONA MARGARIDA – O que tem o Joel?

ELMIR – Ele me fez um pedido...

DONA MARGARIDA – Ele andou pedindo dinheiro emprestado ao senhor?

ELMIR – Não. (TEMPO) Ele quer que eu minta pra senhora.

DONA MARGARIDA – Mentir? Que história é essa, seu Almir?

ELMIR – É a respeito do apartamento. (TOM) Teve um oficial de justiça aqui. (HESITANTE) É uma ação de despejo. A senhora vai ter que deixar o apartamento dentro de dois dias.

DONA MARGARIDA – O quê? (CAI DESMAIADA.)

ELMIR – (DESESPERADO) Dona Margarida, dona Margarida...

CORTA PARA:

CENA 2 - INTERIOR/DIA -  CASA DE JOEL - SALA
DONA MARGARIDA ESTÁ DEITADA NO SOFÁ TENDO ELMIR AO SEU LADO. JOEL ENTRA CORRENDO.

JOEL – O que foi que aconteceu?

ELMIR – Eu tava conversando com ela, de repente ela caiu desmaiada.

JOEL – O que você andou falando pra ela, seu boca mole?

ELMIR – Eu não podia continuar escondendo dela a verdade, seu Joel.

JOEL – Sai daqui, antes que eu lhe parta a cara, seu Elmir. Porteiro atrevido, filho da mãe.

ELMIR – (SAINDO) Dona Margarida não merece o que o senhor faz com ela. Ela é uma santa mulher.

JOEL – (GRITA) Sai daqui.

ELMIR – (SAI)

DONA MARGARIDA – O quê? (VENDO JOEL) Que situação humilhante, filho. Isso nunca me aconteceu na vida. (TOM) Diz que isso não é verdade, Joel.

JOEL – Tá tudo bem, mãe. Esse porteiro é um intrigante. (SEM CONVICÇÃO) Eu vou dar um jeito, a senhora vai ver.

CORTA PARA:

CENA 3 - EXTERIOR/DIA - BANCO DE UMA PRAÇA
JOEL E FÁBIO ESTÃO SENTADOS.

FÁBIO – Quer dizer que o porteiro deu com a língua nos dentes?

JOEL – O filho da mãe esperou que eu saísse e foi lá encher a cabeça dela com intriga.

FÁBIO – Se bem que ele acabou lhe prestando um favor. Mais cedo ou mais tarde ela teria que ficar sabendo mesmo.

JOEL – É verdade. (TEMPO) Pelo menos agora ela tá sabendo de tudo. Acabou a mentira.

FÁBIO – Qual é a data do despejo?

JOEL – Amanhã.

FÁBIO – O que você pretende fazer?

JOEL – Não faço a menor ideia.

FÁBIO – (TEMPO) E aquela sua irmã, a Bernadete?

JOEL – O que tem ela?

FÁBIO – Será que ela não pode lhe ajudar. Afinal de contas, a mãe dela está no meio disso tudo.

JOEL – (ANIMADO) Sabe que você tem razão. A Bernadete não pode negar ajuda pra sua própria mãe.
CORTA PARA:

CENA 4 - INTERIOR/DIA CASA DE JOEL - SALA
DONA MARGARIDA ESTÁ SENTADA NO SOFÁ. TELEVISÃO ESTÁ DESLIGADA. JOEL CHEGA, VINDO DA RUA. ESTÁ SOBRIO.

JOEL – Que cara triste é essa. mãe?

DONA MARGARIDA – Como queria que eu estivesse? Não dá pra estar feliz com uma ordem de despejo nas costas.  (TEMPO) E pensar que eu colocava todo o dinheiro da minha pensão na sua mão pra você pagar as contas... (TOM) Você me traiu, Joel. Não se faz isso com uma mãe.

JOEL – Calma, mãe. (TEMPO) Eu sei que eu errei... Mas olha, eu já tenho a solução.

DONA MARGARIDA – Solução?! Que solução?

JOEL – A solução é a Bernadete.

DONA MARGARIDA – O quê?

JOEL – Nós vamos pra casa dela!

DONA MARGARIDA – Você ficou maluco? O Ozias nunca vai aceitar a gente lá. Esqueceu que ele não gosta de você?

JOEL – Ele não gosta de mim, mas da senhora.... (TOM) O Ozias tem verdadeira adoração pela senhora. Ele não vai negar ajuda numa hora dessas. E depois tem a Bernadete. A casa é dela também.

DONA MARGARIDA – (DESESPERADA) Era só o que faltava, meu Deus.

CORTA PARA:

CENA 5 - EXTERIOR/DIA - PORTA DO PRÉDIO ONDE JOEL MORA
JOEL, DONA MARGARIDA, ELMIR E ALGUNS VIZINHOS ESTÃO REUNIDOS. É UMA ESPÉCIE DE DESPEDIDA. PRÓXIMO DALI, FÁBIO  ESTÁ ENCOSTADO EM UM CARRO, COMO SE ESPERASSE.

DONA MARGARIDA – (EMOCIONADA) Eu vou sentir muita falta disso tudo aqui. Quantos anos...

ELMIR – Todo mundo aqui vai sentir falta da senhora também, dona Margarida. Moradoras como a senhora existem poucas.

JOEL – Você vai sentir saudades é dos lanches que ela lhe dava, seu Elmir. Fala a verdade.

ELMIR – (SORRINDO) Não posso negar. O lanche de dona Margarida era especial.

JOEL – Agora, vamos. O Fábio tá esperando.

O POVO SE DESPEDE DE DONA MARGARIDA. JOEL E DONA MARGARIDA CAMINHAM PARA O CARRO.  ELES ENTRAM E FÁBIO DÁ PARTIDA. ENQUANTO O CARRO PARTE, ELMIR E OS VIZINHOS ACENAM EM DESPEDIDA.

CORTA PARA:

CENA 6 - EXTERNA/DIA - UMA RUA QUALQUER DE UM BAIRRO DO SUBÚRBIO
UM CARRO ESTACIONA NA PORTA DE UM PRÉDIO. DELE SAEM O MOTORISTA, FÁBIO E O CARONA, JOEL. POR ÚLTIMO, DO BANCO DE TRAZ, SAI DONA MARGARIDA. FÁBIO TIRA ALGUMAS MALAS DO PORTA MALAS E COLOCA NO CHÃO.

FÁBIO – Estão entregues.

JOEL – Não vai entrar para um café?

FÁBIO – Não vai dar. Tenho que voltar. A Marluce está me esperando.

JOEL – Isso vai acabar em casamento. É melhor sair fora enquanto é tempo.

DONA MARGARIDA – Que conversa é essa, Joel? (TEMPO) O Fábio não é como você que vive enrolando a pobre da Verinha. Fábio é rapaz sério.

JOEL – (FINGINDO-SE DE OFENDIDO) E eu não sou?

A PERDUNTA FICA NO AR. FÁBIO SE DESPEDE, ENTRA NO CARRO E DÁ PARTIDA. JOEL E DONA MARGARIDA SE PREPARAM PARA ENTRAR NO PRÉDIO. DONA MARGARIDA PARECE MUITO HISITANTE.

CORTA PARA:

CENA 7 - INTERNA/DIA  - CASA DE BERNADETE - SALA
CASA SIMPLES, MAS BEM ARRUMADA. JOEL E DONA MARGARIDA ESTÃO DIANTE DE BERNADETE. BERNADETE SE MOSTRA MUITO SURPRESA.

BERNADETE – Que novidade é essa? Vocês aqui?

JOEL – (FINGINDO) É que a mãe tava com muita saudade de vocês. Não é, mãe?
DONA MARGARIDA – O quê?

JOEL – A senhora estava com saudade de sua filha desalmada.

DONA MARGARIDA – (DISTRAÍDA) É isso. Eu estava com saudade.

BERNADETE – (DESCONFIADA) Está tudo bem?

JOEL (APRESSANDO-SE EM RESPONDER PARA IMPEDIR QUE DONA MARGARIDA DIGA ALGUMA COISA) Claro que está tudo bem. E por que não haveria de estar?

NINGUÉM FALA MAIS NADA. BERNADETE FICA SEM AÇÃO DIANTE DA MÃE E DO IRMÃO. SÓ CONSEGUE OLHAR PARA AS MALAS, GRANDES DEMAIS PARA UMA SIMPLES VISITA.

CORTA PARA:

CENA  8 - INTERNA/NOITE - CASA DE BERNADETE -  SALA
ESTÃO PRESENTES JOEL, DONA MARGARIDA, BERNADETE, OS DOIS FILHOS DELA (UMA MENINA E UM MENINO DE 8 E 10 ANOS).

JOEL – (TENTANDO SER SIMPÁTICO, SE DIRIGINDO AOS SOBRINHOS) Vocês não estavam com saudades da vovó?

MENINO – Estava.

JOEL – E você Jéssica?

MENINA – Eu também.

MENINO – Quem não tava com saudades é o papai.

SURGE UM GRANDE CONSTRANGIMENTO. BERNADETE REAJE NERVOSA.

BERNADETE – O que é isso, Artur? Que história é essa?

MENINO – É verdade. O papai não gosta do tio Joel. Acha que ele é um malandro, cachaceiro.

BERNADETE – Sai daqui, seu pestinha. Vai lá pra dentro, anda.

MENINO – (SAI EMBURRADO) – Não se pode falar nada.

BERNADETE – Essas crianças...

SONPLASTIA DE PORTA SE ABRINDO. ENTRA OZIAS, O MARIDO DE BERNADETE. AO VER JOEL E DONA MARGARIDA REAGE COM ESPANTO.

OZIAS – O que significa isso?

CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO