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novembro 24, 2020

Compromisso de dizer a verdade.



Parece que há um consenso de que ser sincero é, antes de qualquer coisa, falta de educação, falta de jeito, de compaixão, grosseria mesmo. Por esse motivo, se tornou comum as pessoas, quase nunca, dizerem a verdade. Passamos a maior parte do tempo dizendo exatamente o contrário daquilo que pensamos; dizemos que gostamos do que não gostamos, chamamos o feio de bonito, o ruim de bom, enfim, somos falsos e hipócritas apenas para não correr o risco de desagradar.

Agora, cá pra nós, você acha que essa é a melhor forma de agir? É justo assumirmos uma postura falsa, dizer coisa que não pensamos somente para ficarmos bem com todo mundo, pagando o alto preço de ficarmos mal consigo mesmos? Creio que não. É bem verdade que ninguém deve sair por aí bancando o "eu sou sincero". Não vale a pena magoar as pessoas gratuitamente. Porém precisamos deixar claro que, embora não tenhamos o direito de nos meter na vida de ninguém, pensamos e agimos de forma diferente. 

O que não se pode é fazer cara de paisagem para tudo. A todo momento vemos que bastaria uma palavra nossa para que alguém deixasse de se envolver em alguma enrascada. No fundo, acabamos sendo cúmplices de muita coisa que acontece ao nosso redor simplesmente porque optamos por não nos meter, pois não é da nossa conta. É da nossa contas sim. Tudo o que acontece no mundo é da nossa conta. Não há nada que aconteça que não acabe nos afetando de um jeito ou de outro.

Portanto, se queremos que o mundo seja um lugar melhor para viver, devemos começar tornando-o mais verdadeiro. Manter a paz a custa de mentiras e falsidades será sempre algo temerário; a paz do mundo começa nos nossos convívios pessoais, e devemos, sim, fazer de tudo para que isso aconteça, mas sem colocar em risco nossa compromisso com a verdade.

novembro 22, 2020

Dia da consciência.


A comemoração do dia da "Consciência negra" este ano - não bastassem as inúmeras críticas que a data normalmente enfrenta, principalmente daqueles que insistem em dizer que no Brasil não tem racismo - foi manchada pela brutal morte de João Alberto, um cidadão negro, espancado após um mal explicado desentendimento com a caixa enquanto fazia compras com a esposa numa loja (supermercado) da franquia Carrefour. 

O episódio, bastante similar ao que ocorreu com um cidadão negro americano e gerou uma onda de protestos que varreu aquele país, foi filmado (esse é o lado bom da tecnologia, pois tornou-se nosso eficiente terceiro olho) pela câmera de um celular e ganhou a mídia. A cena é forte e é difícil que alguém, em sã consciência, não se escandalize (para dizer o mínimo) ao ver aquele homem ser espancado por indivíduos que se autodenominam "seguranças". Na verdade, animais irracionais incapazes de resolver um desentendimento pontual com diálogo.

Seria mais um acontecimento sem maiores gravidades se, cansada de sofrer sucessivos abusos, a população negra, a exemplo dos irmãos americanos, não resolvesse entender que a melhor forma de comemorar o dia 20 de novembro seria protestando para que outros "João Alberto" não continuem sendo assassinados simplesmente porque têm a pele escura, pois um cidadão branco, pobre ou rico, com certeza, não receberia o mesmo tratamento.

Precisamos, sem  demora, estabelecer que todo dia é dia de ter consciência de que somos todos iguais e merecemos o mesmo tratamento, independente de nossas diferenças, sejam elas raciais, opção sexual, religiosa ou simples opinião pessoal.


Bom domingo.

novembro 17, 2020

Promessas que não se cumprem.

Mais uma vez estamos diante dos políticos e suas promessas de campanha. Para obter nosso voto são capazes de prometer coisas que sabem que não vão cumprir. Mas o que importa se o objetivo é apenas conseguir um cargo público e através dele "se fazerem", não é mesmo? Em vez de se sentirem devedores ou mesmo comprometidos com seus eleitores, os políticos eleitos parecem fazer questão de enganá-los descaradamente; tudo é feito de maneira tosca e sem pouca ou nenhuma intenção de ocultar os malfeitos.

Sem falar da total falta de preparo para o cargo ao qual se candidatam e o desinteresse com qual desempenham o mandato. Não bastasse, muitos fazem questão de deixar claro que governam para seus apoiadores - alguns chegam a falar claramente que governam para a família e os amigos - e não para o povo em geral. Iludida, uma parcela da população aplaude esse tipo de atitude, sem saber que está aplaudindo a própria desgraça.

Lamentável que tenha de ser assim, que, enquanto eleitores, não tenhamos discernimento o bastante para detectar quando exatamente estamos diante de um verdadeiro governante de quando se trata de apenas de embuste. Infelizmente, o que temos visto nos últimos anos são indivíduos cínicos se locupletarem de seus cargos, para os quais foram eleitos democraticamente, para exporem ideias superadas que colocam em risco a democracia, a liberdade e mesmo o futuro da nação.

A religião, e aqui chegamos ao assunto que realmente nos interessa, está cada vez mais sendo usada como fachada por seres mesquinhos que, em nome de Deus (repetem sempre bordões como:  "Deus e a família", "Deus acima de tudo" exaustivamente), quando na verdade demonstram não acreditar em nada que não seja no poder pelo poder, na chance  de impor ideias obscurantista e excludentes. Este é o momento de decidirmos se queremos uma democracia de verdade ou viver num mundo de pensamento único.

Boa semana.

outubro 28, 2020

Corpo & Espírito: Preconceito de cor.

Corpo & Espírito: Preconceito de cor.: Desde sempre se ouviu dizer que no Brasil não existe preconceito de raça, que somos um país miscigenado,  e que, por esse motivo, todos os p...

outubro 26, 2020

Tempos de calmaria ou de tempestade?

Houve tempo em que se lutava por igualdade de direitos. Muitas eram as bandeiras que se levantavam em prol dos menos favorecidos, também conhecidos como os excluídos. Essa parecia ser a voz corrente; poucos eram os que se colocavam contra. Muitos políticos se fizeram em cima da plataforma da igualdade. Vote em mim e eu serei a sua voz na câmara dos vereadores, na prefeitura, na câmara dos deputados estaduais/federais, no governo do estado, no senado, na presidência da república prometiam os que disputavam a nossa preferência nas urnas. 

O tempo passou e a luta pela igualdade de direitos, a igualdade entre os sexos, o direito às liberdades, em geral, virou nome feito, sinônimo de esquerdismo, comunismo, socialismo e tudo o que passou a ser visto como "coisa ruim". A nova onda agora é ser retrogrado, é negar o direito ao cidadão de escolher sua religião, opção sexual, tendência política, tudo o que vá contra à chamada ala "conservadora".

A impressão que se tem é que os que não se definem como conservadores, e acredito que seja a maioria da população, devem ser banidos da sociedade. O lema é: "quem não pensa como nós é contra nós" E não ficam só na retórica, pois partem para as vias de fato atacando todos os que ousam dizer o que pensa e tomar posição contrária. Os ataques mais comuns são feitos através da internet , essa arma que tanto pode levar a humildade à iluminação quanto às trevas, ou seja, ao caos e à destruição.

Todos sabemos o quão devastadores pensamentos obscurantistas podem ser; o mundo tem muitos exemplos de que esse tipo de ideias nos levam a guerras, ao aniquilamento de povos, à segregação de minorias, à fome, ao êxodo, violência, ao medo, sobretudo, à intolerância, esse mal que a cada dia se espelha mais e mais.

Sem dúvida, vivemos um tempo estranho. É como se estivéssemos caminhando de volta a tempos que todos (até mesmo os que parecem querer trazê-los de volta) não gostariam de reviver. É preciso refletir que tempos queremos viver: tempos de calmaria ou tempos tempestuosos?

Boa semana.

outubro 23, 2020

Preconceito de cor.

Desde sempre se ouviu dizer que no Brasil não existe preconceito de raça, que somos um país miscigenado,  e que, por esse motivo, todos os povos e  raças vivem em perfeita harmonia: brancos, negros, amarelos,  indígenas, enfim toda a diversidade humana que habita este solo.  

A um primeiro olhar, essa afirmação pode até ser verdadeira; ninguém pode, em sã consciência, dizer o contrário. Somos, sem dúvida, um povo de índole pacifica. Não fossem as disputas pelo controle do tráfico de drogas e os embates dos traficantes com a polícia poderíamos mesmo dizer que vivemos na terra da paz e da boa convivência.

Porém, essa aparente "boa convivência" entre povos e raças tem lá as suas exceções. Principalmente, quando o assunto é cor de pele. Em particular, a cor preta. No fundo, e muitos chegam a afirmar que é essa a grande razão, veem o negro como o escravo que foi trazido no laço da África para ser escravizado nesta terra. 

É como se a Lei Áurea ainda não tivesse sido assinada e os negros continuassem a viver as agruras do cativeiro. O que acaba sendo verdade, pois cabe a eles os trabalhos mais humildes (isso para não dizer humilhantes) e, por sua vez, os salários menores, mesmo quando, meritoriamente, exercem funções dignas dos chamados "brancos".

O preconceito mostra sua cara quando um negro tenta fazer valer seus direitos. Nesse momento sempre aparece alguém para dizer que ele é um cidadão de segunda categoria e que, portanto, não tem os mesmos direitos dos não-negros. Diante do "atrevimento", geralmente, partem para ofensa usando sua cor e mesmo o passado escravo da sua gente. 

Alguns se exacerbam e comparam os negros com macacos, primatas dos quais, segundo Darwin, toda a raça humana descende. O que mais espanta é que essa "implicância" não ocorre com outras "cores"; não se vê amarelos (os orientais, em geral), indígenas, árabes ou judeus sejam, aqui no Brasil, humilhados por sua origem. O problema é, sem dúvida, com o negro e sua cor. 

Isso me leva a crer que o preconceito não é de raça, mas de cor: definitivamente, alguns brasileiros não gostam de preto.

Boa semana.

outubro 19, 2020

Nossos relacionamentos mais difíceis têm muito a nos ensinar.


Se perguntado com que tipo de pessoa (ou pessoas) gosta de conviver ninguém hesita responder que é com as boas, as generosas, as que são verdadeiramente amigas e companheiras, aquelas que nos ajudam nos momentos em que mais necessitamos, não é mesmo? Afinal de contas, queremos sempre o que há de melhor ao nosso lado, e não poderia ser para menos; ninguém, em sã consciência, escolheria viver ao lado do que não presta, causa dor ou do que é prejudicial.

No entanto, nem só de facilidades é feita a vida; nem, como alguém já disse, viemos ao mundo a passeio; definitivamente, a terra não é um playground. Nossa passagem por aqui é para aprimoramento; precisamos aprender, aparar arestas, vencer as barreiras que estão impedindo nosso crescimento espiritual, nossa caminhada rumo a evolução. 

Infelizmente, esse aprendizado não se dá através dos nossos relacionamentos mais fáceis e cordiais, mas, sim, daqueles onde as dificuldades de entendimento, as diferenças de pensamento, pontos de vista e até mesmo de caráter são, em muitos casos, quase insustentáveis. Geralmente, optamos por nos afastar dessas pessoas acreditando que assim o problema está resolvido. É aí que nos enganos, pois afastar-se das pessoas que nos causam problemas, aquelas com as quais não nos damos, significa apenas fugir, deixar passar a chance de resolver a situação de uma vez por todas.

Portanto, toda vez que nos deparamos com aqueles que se convenciona chamar de "inimigos" devemos agradecer, porque na verdade estamos tendo uma oportunidade de nos livrar de uma problema que, na maioria das vezes, se arrasta por várias encarnações. Ainda tem o agravante de que, caso a questão não seja resolvida, ela volta mais cedo ou mais tarde e de forma muito mais grave, causando um estrago muito maior.

Ninguém é santo a ponto de amar o seus inimigos, mas podemos, pelo menos, tentar encará-los como aqueles que vêm para nos ajudar crescer, olhar para dentro de nós mesmos, vencer nossos medos, preconceitos, superar nossas raivas, transformar nosso ódio em amor.

Pense nisso.

Boa semana.