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junho 22, 2025

O que queremos ver refletido no espelho?

Não posso afirmar com absoluta certeza, mas acredito que desde o início dos tempos o ser humano sempre foi vaidoso. A maior prova dessa vaidade é que normalmente paramos diante de um espelho para verificar como está nossa aparência. Isso acontece principalmente por estarmos o tempo todo preocupados em saber como estamos sendo vistos pelo outro, se estamos ou não sendo agradáveis ao olhar alheio.

A vaidade não é mal vista, muito pelo contrário, é bastante estimulada. Haja vista, o grande número de produtos de beleza que são oferecidos pelo mercado e a alta valorização do que é considerado belo em depreciação do que considerado feio, pelas regras da nossa sociedade. O que leva, em muitos casos, a uma busca quase obsessiva pela beleza (através de intervenções  cirúrgicas e outros tratamentos, muitas vezes invasivos e inócuos), na busca pelas formas perfeitas, ainda que sejam completamente artificiais.

Não raramente os cultuadores da beleza e perfeição a todo custo acabam frustrados e aqueles que encontram sucesso em suas empreitadas talvez se esqueçam que tão importante quanto cuidar da nossa beleza física (exterior) é cuidar de nossa beleza espiritual, ou seja, a nossa beleza interior. Quando olhamos no espelho, por mais que não nos demos conta disso, a nossa beleza interior também é refletida nele.

Sem a beleza interior, a exterior simplesmente se torna sem sentido. Não vivemos somente de nossa aparência física. Ainda que sejamos horrorosos fisicamente, verdadeiros monstros, se nosso interior transmite coisas boas, com certeza, é assim que somos vistos. A beleza exterior sozinha pode até atrair olhares, porém bastará que nos reparem mais atentamente para perceber que se trata apenas de mera aparência, sem profundidade, sem substância.

Portanto, temos que estar muito conscientes daquilo que queremos ver refletido, não somente quando nos miramos no espelho, mas quando somos vistos pelo olhar (o verdadeiro espelho) daqueles com os quais convivemos diariamente.

Bom domingo e excelente semana.

Esperança, fé, amor, caridade e GRATIDÃO.

junho 19, 2025

Como me tornei amigo dos livros.

Alguém quis saber o motivo de eu estar sempre com um livro na mão? Bem, eu poderia ter usado um monte de chavões para responder. Como, por sempre, dizer que através deles (os livros) viajo sem sair do lugar, que são excelentes companhias, que me ensinam muitas coisas e nos faz ficar mais informado e, por que não dizer, mais sabido. Tudo isso não deixaria de ser verdade, porque os livros fazem tudo isso mesmo. Poderia até dizer que são meio mágicos, meio bruxos, pois podem nos enfeitiçar. Mas, na verdade, o que leitura faz é muito mais que isso. 

Pra começo de conversa devo dizer que minha relação com os livros não era das melhores. Antes, quando eu pegava um livro para ler, geralmente para fazer algum trabalho de escola, ficava simplesmente apavorado. Entrava em pânico mesmo. Mal lia a primeira página, já ia direto para a última. Não tinha paciência de ler página por página, capítulo por capítulo, queria acabar logo, me livrar daquilo, que parecia queimar minhas mãos. Não acreditava que alguém aguentasse ler um  livro do início ao fim. 

Além da primeira e a última página,  eu folheava, lia trechos aqui e ali, sem muita ordem. Resultado: na hora da prova não sabia nada, mal lembrava o título da obra e o nome do autor. Mais tarde, passei a ler os resumos do enredo do livro, que algum colega descolava não sei onde. Isso facilitava um pouco. Foi a partir daí que aguçou minha vontade de ler um livro do início ao fim, pois algumas histórias pareciam serem mesmo interessantes. 

Entretanto, confesso que foi difícil tomar gosto, pois ainda lia só por obrigação. Quando os professores indicavam com algum livro que tivesse mais de cem páginas era um desespero. Ficava cansado só de pensar na trabalheira que daria ler tudo aquilo. Além do mais, era José de Alencar, Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Bernardo Guimarães, Joaquim Manuel de Macedo, poetas como Gonçalves Dias e Castro Alves, os famosos clássicos da literatura brasileira. Ou seja, nada atraentes para um adolescente. 

O tempo passou, o tempo sempre passa, e, com muito esforço e persistência, me tornei um leitor regular. Hoje, acabo um livro e já começo outro. Isso quando não leio dois ou três ao mesmo tempo. A maior lição que os livros me trouxeram? Somado a  todo o conhecimento, foi a paciência. 

Agora, quando pego um livro de quatrocentas, quinhentas, oitocentas ou mais páginas consigo ler do início ao fim, sem pressa, sem querer adiantar páginas ou capítulos. Consigo saborear cada palavra, cada frase, cada período, página ou capítulo sem ansiedade, sem pressa. Tomei gosto mesmo. 


Descubra você também o prazer da leitura. 


Bom feriado. 

junho 15, 2025

Nada substitui o contato entres as pessoas.

Desde criança, provavelmente por causa da excessiva timidez, nunca tive muita facilidade para fazer amigos, quase sempre vivi apartado dos grandes grupos. As redes sociais surgiram como uma espécie de tábua de salvação para pessoais que, como eu, se viam de certa forma excluídas das benesses de um convívio social mais estreito.

Durante algum tempo, se acreditou que através das redes sociais se podia mesmo, se não acabar de uma vez, pelo menos diminuir a solidão de pessoas 'sem muito talento' para se enturmarem de forma natural. Dessa forma, as redes se difundiram da noite para o dia, mesmo entre aqueles que, por sorte, não padeciam do grande mal dos tempo modernos, ou seja, a solidão.

Não demorou para, sobretudo os verdadeiros solitários, perceberem que o fato de estarem cercados de amigos virtuais (muitas vezes, aos milhares, ou milhões) sua solidão e isolamento permaneciam os mesmos, pois continuavam 'falando sozinhos', sem quem as ouvissem, sem contato físico, sem uma troca de experiências verdadeiramente efetiva.

Ou seja, a solidão continuava a lhes sufocar, talvez de forma até mais forte que antes de se engajarem nas redes. E o que é pior, ficou mais solitário do que era, uma vez que  acreditou que não precisava mais interagir com as pessoas de 'carne e osso', que as amizades virtuais bastavam. 

A realidade bateu à porta com a seguinte mensagem: "Nada substitui a interação entre as pessoas, ao vivo e em cores, como se dizia há algum tempo, pois a presença, o contato físico, o calor humano, a troca de olhares, de impressões, carinhos ou até mesmo os estranhamentos que possam, por ventura, ocorrer são vitais para aplacar a nossa solidão nos tornar mais vivos, participantes, integrantes. 

Nada se ganha se afastando daqueles que nos rodeiam, ainda que eles nos incomodem com suas peculiaridades, com a maneira diferente com que encaram a vida. Nascemos para viver em sociedade, não podemos esquecer disso, principalmente pelo fato de o mundo estar a cada momento mais virtual e exclusivo.

Bom domingo e excelente semana.

Esperança, fé, amor, caridade e GRATIDÃO.

junho 08, 2025

Não ouço, não vejo, não falo.

 

A figura de três macaquinhos de ouvidos, olhos e boca tapados com as mãos é (ou pelo menos era há algum tempo) bastante conhecida e usada quando alguém queria expressar sua posição de neutralidade diante de algum assunto que suscitasse tomada de posição, quase sempre de maneira jocosa e divertida.

Entretanto, por trás, havia uma deliberada intenção de tapar os ouvidos, os olhos e a boca para não se envolver em polêmica ou ser obrigado a tomar partido, sem o risco de ficar mal com uma das partes envolvidas, pois a aparentemente confortável posição evitava problemas e garantia uma aparente boa convivência com todo mundo.

O tempo passou e pode até ser que a icônica figura dos três macaquinhos não seja mais usada, mas não podemos negar que mais do que nunca as pessoas estão de ouvidos, olhos e bocas fechados para todo tipo de atrocidades que acontecem bem na nossa cara, como se ninguém tivesse nada a ver com nada. Guerras dizimam populações, geralmente minorias indefesas, fome, descuido com a natureza, descaso com a educação,  a infância, a velhice, enfim, com a saúde da população menos favorecida e a vida segue.

Até quando vamos optar por cerrar nossos ouvidos, olhos e bocas fingindo que nada está acontecendo ou, se estiver acontecendo, não nos diz respeito? Será que agimos assim porque nossas vidas vão muito bem, GRAÇAS A DEUS?

Bom domingo e excelente semana.

Esperança, fé, amor, caridade e GRATIDÃO.


junho 01, 2025

Respeito à religião do outro.

Quando ouvimos falar em fundamentalismo religioso (e muito se tem falado disso nos últimos tempos, infelizmente) imediatamente vem à nossa mente a imagem de um adepto do islamismo e suas discutíveis ações, em nome de Deus, não é mesmo? Entretanto, cada vez mais temos visto esse comportamento radical em relação às crenças de outros povos e culturas se tornarem comuns no Brasil.

Religiões de matriz africana têm sido sistematicamente vítimas de ataques de grupos que se sentem donos da verdade, mas até mesmo a sólida igreja católica, com seus dois mil anos de existência, não está sendo poupada dessa selvageria que, lamentavelmente, invadiu nosso país de norte a sul, indiscriminadamente.

Tudo em nome de um conservadorismo tacanho, que vê como certo e justo apenas aquilo em que acredita e professa e trata as crenças do outro como pecaminosas e contrárias à ordem vigente. Aquele que pensa diferente ou professa um credo diverso do meu deve ser banido ou proibido de expressar sua fé.

Os ataques geralmente são feitos de forma verbal, pessoalmente, e através das redes sociais, onde ganha proporções bem mais assustadoras, inclusive com ameaças, que temos visto serem cumpridas através de ações verdadeiramente terroristas, que deixam vítimas e impedem que as pessoas possam expressar livremente a sua fé.

Essa situação não é nova, a perseguição religiosa existe desde o início dos tempos, mas tem se intensificado e virou caso de polícia. Quando é que vamos entender que ninguém obrigado a acreditar no mesmo que acreditamos? Quanto vamos entender que todos têm direito de escolher livremente a fé que quer professar? 

Vivemos num mundo cada vez mais plural e temos que aprender a conviver com o diferente. Inclusive, temos que descobrir a beleza de conviver com as diferenças e o quanto enriquecedor isso pode ser. Pessoas que pensam diferente de nós geralmente têm muito a nos ensinar e, certamente, aprender de nós, numa troca benéfica para todos.

Bom domingo e excelente semana.

Esperança, fé, amor, caridade e GRATIDÃO.