Quantas vezes você já teve que responder a essa pergunta em sua curta (ou longa) vida? Difícil imaginar, não é? Provavelmente uma centena de vezes. E todas elas porque você estava agindo como alguém que esteve ligado a um motor e não estivesse com a mínima noção do que estava fazendo. Corria de um lado para o outro fazendo coisas, tomando decisões, comprando, vendendo, rindo, chorando, chegando, partindo tudo sem pensar nas consequências que cada ato desses, por mais insignifcante que fosse, pudesse ter em sua vida e na vida das pessoas que lhe cercam.
Sei que existe uma grande chance de você não estar dentro do padrão descrito acima, o que, convenhamos, é uma coisa admirável. Que bom que você é uma pessoa calma, capaz de pensar nos seus atos com responsabilidade e, sobretudo, com paciência. Mas, se pelo contrário , você faz parte do grupo que está na outra margem do rio, eu faço um convite a que você comece a desacerelar o seu ritmo e passe a agir de forma menos automática. Alguém já disse, e muito sabiamente, que a vida é muito curta, que passa muito rápido. Por isso deve ser vivida como quem saboreia uma comida gostosa: devagar, de maneira tal que se possa sentir o seu sabor. A comparação pode não ser das melhores, mas é a única que me ocorre no momento. Não podemos viver eternamente como quem quer virar a página do livro para ver o que acontece depois. Pelo contrário, devemos ler cada palavra, cada frase ou período buscando entender o que está escrito, para que ao final do capítulo não tenhamos que voltar ao início.
Portanto, vamos todos parar a nossa corrida com obstáculos e vamos imaginar que não há corrida nenhuma, não somos maratonistas tentando chegar em primeiro lugar e sim pessoas vivendo uma experiência que por mais que se repita (principalmente para aqueles que acreditam na reencarnação), é única, pessoal e intransferível. Cada momento que vivemos é único e não vai se repetir. Por isso, devemos saboreá-lo, vivê-lo como se fosse o último.
E essa visão não pode ser confundida com pressa ou essa ideia de que não podemos perder tempo com inutilidades, muito comum em nossos dias. A ideia de que devemos estar sempre de olho no relógio, no futuro, de que tudo deve ser muito rápido. Desde a comida, os meios de transporte, os avanços tecnológicos, os relacionamentos, tudo.
Esta errada essa crença de que não se pode ficar parado contemplando, vendo as ondas do mar batendo na praia, as águas do rio indo de encontro ao mar, o barulho do vento, a chuva que cai, a nuvem que brinca no céu, o pássaro que voa, a borboleta que colore o dia, a criança que dá o primeiro passo, enfim o movimento natural da vida.
Pelo contrário, vamos parar e respirar fundo para sentir a quietude da vida, o silêncio onde Deus toca fundo em nossos corações e nos pede calma, muita calma. E quando já estivermos prontos, recomeçamos a caminhada, dessa vez tentando perceber as belezas do caminho.
Bom domingo.
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