Desde sempre a humanidade não faz outra coisa que não seja criar problemas. Parece que essa é a nossa maior distração. Não ficamos felizes se estamos concordando com tudo, precisamos discordar de alguma coisa para nos sentir bem. Por esse motivo que existem as guerras e todos os tipos de desavenças.
Não conseguimos conviver respeitando as diferenças e as necessidades dos outros. Por uma razão inexplicável acreditamos que estamos sempre com razão e que o outro deve curvar-se a nossa vontade. Como o outro também pensa o mesmo em relação a nós, a coisa costuma ficar feia. Parte-se, geralmente, para briga. Primeiro ficamos no âmbito das provocações e xingamentos, depois partimos para o confronto corporal que, não raro, assume proporções violentas com final imprevisível.
No entanto, há muito as pessoas aprenderam os caminhos dos tribunais. Parece mais civilizado dar o poder de decisão que deveria ser nosso, uma vez que somos razoavelmente capazes disso, para uma terceira pessoa. Apenas parece, porque assim assumimos publicamente que não somos capazes de resolver os problemas que criamos. Somos incapazes de sentar com os nossos oponentes para tentar encontrar civilizadamente uma solução para as nossas diferenças.
A humanidade caminha cada vez mais, ao contrário do que se poderia esperar, para a total indigência acreditando estar a cada dia mais adiantada e civilizada. Como isso é possível se não conseguimos mais decidir nem as coisas mais triviais. Precisamos sempre de uma terceira pessoa para decidir por nós , para nos dizer o que certo e o que é errado.
Por isso vivemos a era das decisões judiciais, das liminares. Um casal depois de viver anos juntos e constituir família, não consegue decidir qual dos dois ficará com guarda dos filhos. É preciso que um juiz faça isso pelo casal. Isso é ser civilização? Na minha opinião isso é ser incapaz. Tão incapaz quanto é a criança cujo destino será decido por um desconhecido que ela nunca viu e que nada sabe da sua vida a não ser o que consta no processo.
Se a vida fosse uma novela, o título dela seria , sem dívida, "Sua vida não te pertence". Pois esse é o enredo da nossa da humanidade vive. A todo momento, juízes e juízas estão decidindo como as pessoas devem viver suas vidas, o que está certo ou errado, o que deve ou não deve ser feito. Juízes que nem de longe têm a sabedoria de um rei Salomão. Ainda bem, não é? Porque se algum deles propusesse a divisão de um filho ao meio, muito pais e mães de hoje em dia acabariam aceitando.
Bom domingo
Bom domingo