Antigamente, no tempo em que as religiões, sobretudo o cristianismo, imperavam, o povo vivia sobre marcação cerrada. Quase nada era permitido ao homem comum. Principalmente extravasar a sua alegria, uma vez que o simples ato de sorrir ou dar uma boa gargalhada não era visto com bons olhos pelos representantes das religiões.
No entanto, havia um período em que as religiões davam uma trégua e permitiam, por um curto espaço de tempo antes de entrar na tenebrosa época da quaresma, que o sofrido povo se extravasasse um pouco esquecendo as suas dores e angustias e caísse na folia. É esse o período que hoje conhecemos como carnaval.
O povo entregava-se à esbórnia durante quatro dias e na quarta-feira de cinzas tudo voltava ao normal, ou seja, o cabresto era colocado de volta na cabeça e aí para ter uma folguinha só no próximo carnaval.
É bem verdade que estamos muito longe desse tempo. Hoje em dia, as religiões, com algumas exceções, já não têm tanto poder assim sobre as pessoas e a coisa está mais liberada. No entanto, a ideia do carnaval como tempo em que tudo é permitido e que a alegria parece mais presente nos corpos e mentes das pessoas ainda persiste. Basta sair às ruas para tirar a prova. Lá estão as pessoas, homens, mulheres, crianças e quem mais chegar, vivendo como se tivessem saído de uma gaiola e que ganharam a liberdade por uns dias. Ninguém pode perder tempo e divertir é a única lei que todos querem seguir.
Sem dúvida isso é muito bom. Afinal não estamos mais na idade média, o fogo do inferno, ou das fogueiras da inquisição, não mais assusta ninguém. O que assusta hoje em dia é a violência, o desrespeito às individualidades, as doenças sexualmente transmissíveis e todos os tipos de drogas que nessa época, mais que em qualquer outra, circulam por aí..
Por isso, é preciso estar sempre alerta. Carnaval tem todo ano: é preciso entrar e sair da folia sem perdas e danos.. No mais, sorria, é carnaval.
Bom carnaval.
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