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novembro 29, 2015
novembro 22, 2015
O filme não acaba.
Não é raro as pessoas mais românticas desejarem que suas vidas fossem como nos filmes. Neles, tudo é possível e de uma cena para outra os sonhos podem se realizar, mesmo aqueles mais difíceis. Sem esquecer que uma vez conquistada a felicidade no final ela é eterna, para sempre.
Deixando de lado as fitas românticas, tenho pensado em outro tipo de filme: os ficção científica e os chamados filme catástrofe. Nesses filmes a humanidade e o planeta estão quase sempre sendo ameaçados por organizações criminosas que querem por um motivo ou outro destruí-los.
Embora sejam na sua maioria assustadores e nos apresentem um desfile de atrocidade, matança e destruição, temos a certeza de que tão logo o filme acabe poderemos conferir, para nossa sorte, que o mundo continua a salvo.
Não sou fã desse tipo de filme, mas bem que gostaria de estar numa sala de cinema ou no conforto de minha casa quando assisto ao noticiário que nos dão conta dos ataques de terroristas pelo mundo e de acidentes (anunciados) como o que aconteceu em Minas Gerais e poder respirar aliviado no final.
Infelizmente, não é filme, é realidade. As pessoas mortas nos dois casos, as sequelas que ficam são todas reais. Esses filmes não chegam ao fim e nós não podemos deixar o cinema. Somos obrigados a permanecer em cena contando os estragos, contando os mortos, temerosos do dia seguinte.
Se em Paris e em outras cidades do mundo há o medo de sair à rua, em Minas e no Espírito Santo o medo não é menor. Talvez seja o medo de permanecer, de dia esperar pela lama que vai chegar e não ter para onde fugir. E como será quando ela passar? O que vai ficar? O rio Doce voltará a ser um rio de vida?
Nossa esperança é de que tudo volte ao normal, que a água volte e correr limpa como sempre e que a vida volte a correr em seu leito e às suas margens.
No entanto, como em Paris ou em qualquer lugar a ameaça vai permanecer com represas podendo estourar a qualquer momento ou ataque surpresa. Mesmo com todos os ingredientes de um roteiro, a história não tem fim.
Bom domingo.
novembro 20, 2015
Vivendo nos "fundos".
Não tenho dúvida de que a intenção de criar um feriado para comemorar o dia da consciência negra foi boa. O negro entrou pela porta dos fundos neste país e muitos ainda acham que ele deve continuar nos "fundos" escondido. A sala, a parte da frente, é dos brancos. Os negros que se contentem com as sobras como foi durante séculos.
Essa triste e injusta realidade ensaia passos tímidos de mudança. Porém, ao contrário de vermos mudanças realmente significativas apresentam-nos um feriado. Como eu já disse, não acho a ideia das piores. Afinal de contas, não deixa de ser um tributo.
No entanto, esse feriado não traz uma conscientização do papel do negro na sociedade brasileira. Basta olhar para o número de negro deputados, ministros ou secretários de governo que temos no congresso, nas novelas ( esse espelho da nossa sociedade, onde o negro é sempre o subalterno e vive nos "fundos") para se ter uma noção de que as coisas não andaram muito.
Esse feriado me faz lembrar o "19 de abril", o dia do índio, que sempre foi a prova de que os indígenas tornaram-se um povo quase estrangeiro na sua própria terra. Como os negros, eles não precisam de um dia. Precisamos, sim, de um país que seja de todos, que nenhum povo precise sentir-se estranho em sua terra natal.
A melhor comemoração seria dar oportunidades iguais a todos. Trabalho para todos, comida para todos, escola para todos, moradia para todos, ruas livres para que todos possam ir e vir sem problemas.
Vivendo assim, não teríamos necessidade de ter um dia para cada povo ou raça. Todos nos sentíramos irmãos nascidos na mesma pátria. Infelizmente, a realidade nos mostra outra coisa. 20 de novembro acaba sendo apenas mais um feriado. Quase ninguém está preocupado com o herói negro Zumbi dos Palmares ou com a consciência do valor do negro.
Bom descanso.
novembro 15, 2015
Mocinhos e vilões na guerra ao terror.
A cada tragédia que acontece em alguma parte do mundo, a humanidade meio que acorda atordoada. Nesse momento, todos colamos a mão na cabeça ou sufocamos um grito de horror. Da boca sai uma pergunta: "quem foi capaz de grande atrocidade?"
A resposta, por mais que tentemos não admitir, é fácil: "nós mesmos". Nós é que somos capazes de tratar a vida humana, a vida dos nossos semelhantes com tanto desprezo. Nós é que somos capazes de abater um avião em pleno voo, de entrar num restaurante, num supermercado, numa casa de shows e metralhar pessoas apenas porque elas pensam diferente.
Não dá mais, tragédia após tragédia, tratamos esses acontecimentos como algo fora de nós, como se fôssemos todos personagens de novela de Gilberto Braga onde, já no primeiro capítulo, sabemos quem é mocinho e quem é bandido; é isso que nos fazem crer a todo momento.
Até quando vamos viver nessa divisão simplista da humanidade? Por que insistimos em pregar essa separação? Enquanto insistirmos na ideia de dominante e dominado vai existir esse tipo de atrocidade. Nossos políticos tomam decisões que atendem aos seus interesses e quem paga são aqueles que não estão implicados diretamente nas decisões tomadas e talvez nem delas tenham notícias.
Fala-se de tudo nesses momentos, menos no fato de que esses ataques são retaliações. Além do mais, essas organizações criminosas, quase sempre, se fortalecem com a ajuda de potências que dizem combatê-las.
Minha indignação por Paris ou qualquer outra cidade atacada é voltada para o fato de que o lado dos !mocinhos" fica contando os estragos, as perdas humanas com se nada tivessem com isso. Há algo de errado nesse combate ao terror e é urgente que se repense a forma como ele é feito.
Toda vez que houver uma baixa do lado dos "vilões", a humanidade inteira pode ser alvo. Os governantes têm sempre seus fortes esquemas de proteção, mas o povo, seja de Paris ou daqui, não. Todos são pegos de surpresa em seus momentos de lazer, na sua vida cotidiana. Contamos todos com a providência divina para nos proteger. Proteger de nós mesmos, até porque terroristas não brotam da terra.
Que Deus nos ajude.
novembro 08, 2015
Atraso
Parece que a humanidade está mesmo fadada a dar alguns passos para frente e retroceder mais à frente. Prova disso são as guerras que se repetem jogando por terra qualquer possibilidade de o mundo viver em paz.
Falamos muito em avanços tecnológicos, melhoria de vida, progresso e tentamos nos convencer de que hoje vivemos melhor que no passado. Somos convencido de nossa modernidade e que bárbaros eram os povos antigos. Eles, sim, eram capazes de atos selvagens, dizimavam espécies para lhes tomar as terras, subjugavam, escravizavam..
No entanto, o que vemos no Brasil e mundo afora desmente tudo isso. As hordas de refugiados que chegam à Europa e a maneira que são recebidas é sinal de que evoluímos muito pouco. Não somos capazes de garantir que um cidadão possa viver em seu próprio país em segurança.
No Brasil, assistimos à desfaçatez de políticos que se elegem com único propósito de roubar ( não existe outra palavra) os cofres do governo pouco importando com o povo. O que vale é fazer conchavos e conseguir a maior soma de dinheiro possível. Dinheiro esse que sai daqui e vai rechear contas em bancos no exterior. E todos posam de paladinos da moralidade, pais do povo, benfeitores da nação.
Quando é que vamos entender que caminhamos de volta para o passado? Estamos voltando aos tempos em que não havia leis claras e quem chegava na frente "bebia água limpa" e quando ia embora contaminava o poço para que ninguém mais pudesse usá-lo.
Sinto, mas é isso que estamos vivendo. Não bastasse, temos a internet, esse invento maravilhoso, sendo usado para que pessoas, sob o manto do anonimato, mostrem o quão irascíveis são, o quão abjetos conseguem ser ao se posicionar como pedófilos, racistas, homófobos, fomentadores de guerras e tudo de ruim que se possa imaginar.
Para piorar (desculpem-me o azedume), temos que aguentar políticos legislando que tipo de família devemos ter, que religião devemos seguir e que as mulheres não podem decidir o que fazer com seus corpos e querendo (via lobby)) armar a população. Decididamente, precisamos dar alguns passos à frente, pois o que vivemos é, sem dúvida, questão de atraso moral, intelectual e espiritual.
Bom domingo.
novembro 01, 2015
Obrigado por tudo.
Há quase um consenso em se acreditar que finados é uma data triste, dia de de dor, saudade e sofrimento. Muitos dizem reviver nesse dia todo o processo doloroso que envolveu a partida do ente querido deste mundo e, por isso, evitam as visitas ao cemitério, as lembranças ou qualquer coisa que lembre o assunto.
Por outro lado, há aqueles que fazem questão de enfeitar as sepulturas com flores, acendem velas, Diante das túmulos rezam, choram, fazem pedidos e até batem papo com o morto. É como se a pessoa estivesse morando naquele lugar. Afinal, é assim que a maioria de nós é educada.
Nossa noção de que o espírito continua sua jornada após a morte do corpo é muito vaga. A morte ainda é vista como o fim inexorável. Sendo assim, o cemitério é a nossa última morada. Bem, se assim fosse, o que seria dos insepultos, aqueles que, infelizmente, não recebem um enterro, digamos, cristão? É difícil acreditar que até na hora da morte seríamos candidatos a viver excluídos.
Independente de qualquer visão, o que quero falar é da homenagem que devermos fazer aos nossos antepassados ou as pessoas que partiram antes de nós. Mais que orações, lágrimas ou lamentações devermos agradecê-las por tudo o que elas fizeram por nós enquanto estiveram nesse mundo mesmo que não saibamos exatamente em quê elas nos ajudaram ou se ajudaram.
O agradeciment6o aos nosso familiares mortos é a melhor maneira que temos de lembrar deles. Agradeça aos país, aos avós, os tios, os irmãos, os primos e, por extensão, aos amigos, colegas, professores, patrões, ao padre, pastor, os governantes e a todos, conhecidos ou não, que já não vivem neste lado.
Nem a lembrança chorosa, nem o esquecimento. Apenas agradeça. Nós só estamos aqui porque alguém nos precedeu e abriu o caminho para nós.
Finados é dia de agradecer: Obrigado por tudo.
Bom domingo.
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