Não tenho dúvida de que a intenção de criar um feriado para comemorar o dia da consciência negra foi boa. O negro entrou pela porta dos fundos neste país e muitos ainda acham que ele deve continuar nos "fundos" escondido. A sala, a parte da frente, é dos brancos. Os negros que se contentem com as sobras como foi durante séculos.
Essa triste e injusta realidade ensaia passos tímidos de mudança. Porém, ao contrário de vermos mudanças realmente significativas apresentam-nos um feriado. Como eu já disse, não acho a ideia das piores. Afinal de contas, não deixa de ser um tributo.
No entanto, esse feriado não traz uma conscientização do papel do negro na sociedade brasileira. Basta olhar para o número de negro deputados, ministros ou secretários de governo que temos no congresso, nas novelas ( esse espelho da nossa sociedade, onde o negro é sempre o subalterno e vive nos "fundos") para se ter uma noção de que as coisas não andaram muito.
Esse feriado me faz lembrar o "19 de abril", o dia do índio, que sempre foi a prova de que os indígenas tornaram-se um povo quase estrangeiro na sua própria terra. Como os negros, eles não precisam de um dia. Precisamos, sim, de um país que seja de todos, que nenhum povo precise sentir-se estranho em sua terra natal.
A melhor comemoração seria dar oportunidades iguais a todos. Trabalho para todos, comida para todos, escola para todos, moradia para todos, ruas livres para que todos possam ir e vir sem problemas.
Vivendo assim, não teríamos necessidade de ter um dia para cada povo ou raça. Todos nos sentíramos irmãos nascidos na mesma pátria. Infelizmente, a realidade nos mostra outra coisa. 20 de novembro acaba sendo apenas mais um feriado. Quase ninguém está preocupado com o herói negro Zumbi dos Palmares ou com a consciência do valor do negro.
Bom descanso.
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