Embora a vida esteja longe de ser um romance água com açúcar, uma novela romântica ou qualquer coisa que o valha, tem muita gente por aí que faz questão de viver num mundo de faz de conta, Nesse mundo, sempre bastante particular, elas escolhem seus papéis buscando, não apresentar um trabalho, digamos, artistico, mas nas vantagens que o papel pode oferecer.
Assim demonstram estar interessados em representar somente os "personagens" ricos, bonitos e que tenham bastante poder sobre aqueles que o cercam. Nada de interpretar os bonzinhos, bem intencionados que moram em cenários simples e até humildes, que aguentam os mandos e desmandos dos vilões mesmo, é claro, com a promessa de felicidade eterna no último capítulo. O que vale, de verdade, é passar os duzentos capítulos sempre muito bem vestidos, alimentados, morando em cenários maravilhosos e tendo todas as suas vontades (geralmente, torpes) atendidas.
Se a ficção precisa desse arcabouço (já um tanto surrado) para poder manter a audiência presa à história, a vida "real" bem que podia dispensar esses tipos ou simplesmente dar um espaço menor para eles. Uma vez que não há o problema da audiência como na ficção onde os "atores" escolhem o papel mesmo sabendo de seu fim inexorável.
Porém, do lado de cá tem muita gente vivendo como meros vilões de folhetim, sem se importarem com as consequências. Como os chamados vilões eles se lançam em arriscadas operações apenas com o fito de enganar, roubar, maltratar, espoliar, trapacear, tirar o sossego daqueles que nada lhes fizeram e tudo o mais que possa mentes tão doentes. O noticiário confirma todos os dias. Quadrilhas e mais quadrilhas que se juntam com o único objetivo de colocar a mão naquilo que não lhes pertencem, indiferentes ao fato de que mais cedo ou mais tarde serão desbaratadas e que todo o sonho de vida fácil poderá levá-los ao fundo de uma cadeia.
Isso me faz pensar que, na verdade, a nossa sociedade seque o mesmo arcabouço maniqueísta da ficção, onde os personagens malvados fazem nais sucesso junto ao público. Afinal de contas, a punição, quando chega, é lá no último capítulo.
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