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fevereiro 05, 2016

Ode à alegria.

Resultado de imagem para imagem de carnavalO carnaval é o momento em que se celebra a alegria na sua expressão mais literal. Durante quatro dias as pessoas esquecem todos  os seus males, os seus problemas e vão para as ruas festejar. Não importa a falta de dinheiro, o desemprego, o coração partido, a saúde que não anda muito boa e, em muitos casos, até a fé professada ao longo do ano. Tudo isso é deixado de lado. A vida se transforma em pura celebração.

Nada melhor, não é mesmo? Afinal de contas, a vida é tão dura, nos é cobrado tanto que é bastante oportuno esse período de relaxamento para que se possa extravasar um pouco aquela alegria que fica quase sempre reprimida diante de tantas responsabilidades que  nos é imposta.  

Portanto, é hora de vestir a fantasia seja ela qual for e sair sambando na avenida, rua, praça, salão ou onde quer que você esteja. E vale tudo: criticar o governo e os políticos, vestir-se de homem ou de mulher, colegial, policial, bombeiro, médico, pintar a cara ou ir de cara lavada mesmo. O importante é não perder o bonde da alegria que, como os quatro dias, passa muito rápido.

Só não se pode esquecer de que como tudo a alegria também embriaga e faz-nos perder o controle de nossas ações. É aí que mora o perigo. Depois, tem a quarta-feira que chega para nos lembrar que nada é eterno, muito menos a folia. Acaso deixou-se embriagar pela alegria e passou dos limites, tem que encarar. Agora, sem a fantasia.

Por isso é preciso, mais que nunca, juízo. Pule, brinque, aproveite o máximo que puder, mas com bom senso e responsabilidade. Não somente com você, mas com todos aqueles que estão à sua volta.


Feliz carnaval.

janeiro 31, 2016

Humildade em tempos de ostentação.

Quase todas as religiões, acredito, pregam a humildade como forma de proximidade com o divino. Devemos ser humildade em tudo o que fazemos, na forma que vivemos, nos relacionamos com os outros e, principalmente, quando nos dirigimos ao ser superior. Acho que vem daí o fato de, dentro dos templos, nos inclinarmos e ajoelharmos para fazer as nossas orações Forma exterior, é verdade, mas que prova o quanto nos consideramos menores diante da grandeza de Deus.  

Essa prática religiosa ou estilo de vida está em franca decadência em nossos dias. Foi-se o tempo em que as pessoas admiravam alguém por sua humildade, simplicidade e até por sua capacidade de se colocar no lugar do outro sobretudo nos momentos de infortúnio e dor. 

Nesses nossos tempos, uma pessoa que age dessa maneira é considerada fraca e fora de moda. Vivemos em tempo de ostentação. Você vale pelo que aparenta ser ou ter. Não importa que você crie um personagem completamente falso para apresentar para as pessoas e que na, digamos, vida real seja uma pessoa completamente diferente.

Mais que ser e ter, vivemos tempos do parecer. Não importa que você não seja rico, tenha uma bela casa, dinheiro no banco. O que conta é que você está sempre nos lugares da moda, vestindo as melhores roupas, usando os melhores perfumes, saindo de dentro dos melhores carros ao lado daqueles que igualmente aparentem tudo isso.

Ah!, não se esquece de registrar tudo isso em seffies, fotos e vídeos para postar em todas as redes sociais que existem. Afinal de contas, todo esse circo não teria nenhuma serventia se as pessoas (seus seguidores e não seguidores também) não tomarem conhecimento. 

Tem igreja que se diz cristã pregando isso com o rótulo de igreja da prosperidade. Vá lá que não exista nada de mais em querer prosperar. Estamos no mundo para melhorar tanto espiritual quanto economicamente. Porém, acho que o nome disso é ostentação, falta de humildade, exibicionismo.

Infelizmente, chegamos a esse ponto. Tempos em que os humildades já não têm o reino do céu. Pelo menos, esse "céu" aqui da terra.

Bom domingo.

janeiro 17, 2016

Otimismo insistente.

Resultado de imagem para imagem de otimismo insistenteOutro dia, assistindo a uma entrevista de um atleta que levou alguns anos até conseguir subir ao lugar mais alto do pódio, ouvi uma expressão que me fez pensar.  Durante a entrevista, o entrevistador fez muita questão de lembrar ao entrevistado o tempo que ele tinha demorado para finalmente conseguir atingir o seu objetivo. A certa altura da entrevista, ele tascou a pergunta:

- Enquanto você esteve tentando e não conseguiu, alguma vez você pensou em desistir?

O atleta, que não vem ao caso mencionar o nome, respondeu que não. Ele nunca pensou em desistir. A cada derrota, ele buscava forças para continuar tentando. O repórter quis saber de que forma e ele respondeu:

- Apesar das derrotas, sempre tem um otimismo insistente dentro da gente que nos impulsiona a continuar tentando.

Acho que esse "otimismo insistente" não acontece somente com esse atleta que acabou "chegando lá", no fundo todos nós somos acometidos desse otimismo. É a nossa insistência em continuar tentando que um dia acaba nos levando ao lugar mais alto do pódio, mesmo que não seja para levantar o troféu de campeão esportivo.

Na vida, mesmo que não tenhamos consciência disso, estamos sempre renovando as nossas esperanças, estamos sempre buscando uma razão para continuar na luta, para continuar na corrida, no páreo. E todos sabemos que sempre vale à pena insistir ainda que os ventos estejam soprando contra, ainda que as chances de sucesso sejam mínimas. O importante é manter a caminhada, o passo curto ou largo, firme ou vacilante. 

Se não fosse esse "otimismo insistente" muitos de nós nem levantaríamos da cama todos os dias. Precisamos dele. É ele que nos leva ao pódio, seja qual for a nossa modalidade nas olimpíadas da nossa vida.

Bom domingo.

janeiro 10, 2016

Quem morre vira anjo?

Resultado de imagem para imagens de santos e anjosNão sei bem se esse é o melhor assunto para começar o ano, mas eu escuto tanto se falar de pessoas que morreram e se transformaram em estrelinhas cintilantes ou que estão céu olhando pelos seus entes queridos que ficaram na terra que achei pertinente falar sobre isso neste primeiro post do ano de 2016.

Em primeiro lugar, desejo que todos, independente de como tenha sido seu 2015, tenha em 2016 o melhor ano de suas vidas. Sabe aquela coisa "muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender" é por aí mesmo. Sejamos todos felizes. Sempre acreditando que felicidade também é estado de espírito, decisão pessoal e uma questão de atitude diante da vida.  Não se vende pacotes de felicidade por aí, ela nasce espontânea dentro de nós.

Mas voltemos, felizes,  ao nosso assunto: quem morre vira santo, anjo da guarda, estrelinha que pisca para nós lá céu e mais não sei o quê? A resposta é não. Ninguém que acaba de sair desse mundo, seja em que circunstância for, tem condições de imediatamente transformar-se num ser de luz e passar a tomar conta de quem quer que seja. 

Aquela ideia de que a pessoa acaba de morrer num trágico acidente e em seguida está nos mandando mensagem de conforto ou mesmo está "olhando por nós lá de cima" é, no mínimo, uma enganação. O transe da morte é muito parecido com o do nascimento. Muitos levam dias para perceber que estão num estágio diferente, principalmente aqueles que morrem de doenças graves.

Para aqueles cuja morte se dá de forma brusca há, a princípio, a negação ou uma confusão mental muito grande. Uma pessoa nesse estado não tem condições de ajudar a ninguém, pois, na verdade, quem está precisando de ajuda é ela. Portanto, ao invés de ficarmos tratando nossos mortos como nossos "empregadinhos" do além, o ideal é sempre lhes endereçar muito oração e luz para que eles compreendam o mais rápido possível a saída de um mundo e a chegada no outro.

É claro que as pessoas têm esse tipo de postura como forma de alento num momento de dor extrema. Quem não se sente melhor acreditando que seu pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã, amigo, colega virou um anjo ou uma estrela que agora brilha no céu? Isso alivia o peito. Pensar assim é reconfortante. Só não se pode confundir as coisas.  Isso só acontece com espíritos muito evoluídos e esses nós sabemos que, infelizmente, ainda são passar pela terra.  A gente pode contar nos dedos e eles sempre deixam uma marca por onde passam.

Por isso, reze pelo seu ente querido que morreu e evite de fazer-lhe pedidos e ver nele(a) um santo (a) que passou a fazer milagres simplesmente porque teve encerrada a sua jornada pela terra.

Bom domingo




dezembro 27, 2015

Balanço do ano.

Resultado de imagem para imagem de balanço do anoOs meios de comunicação não se cansam de alardear o quanto o ano de 2015 está sendo um ano ruim. Na visão deles, o ano deveria ser apagado do calendário e esquecido definitivamente. Muitos vão além e pedem o final do ano já. Se pudessem, e ainda bem que não podem, abreviariam os dias que faltam e decretavam iniciado o ano de 2016.

Ninguém tem dúvida que no ano que ora chega ao fim as coisas não andaram nada fáceis. Ao mesmo tempo, também não se duvida de que 2015 foi um ano como outro qualquer. Durante o seu curso muitos nasceram, casaram, conheceram aquela pessoa que deu um novo sentido para as suas vidas, conseguiram comprar uma casa ou apartamento, compraram um carro zero, a moto dos sonhos, um sapato, um vestido, mesmo com o dólar nas alturas fizeram aquela viagem há muito sonhada...

Por outro lado, muitos morreram, separaram-se, descobriram que aquela pessoa que parecia feita sob medida não era bem assim, a saúde não andou bem, as finanças derraparam, os empregos andaram a perigo, muitos passaram a fazer parte das estatísticas de desempregado, as viagens tiveram que ser adiadas, as compras do carro e da casa também.

Se pararmos para pensar, aconteceu tudo que acontece em todos os anos. Então, por que acreditar que 2015 foi um ano pior que os outros? Os jornalistas, políticos e toda espécie que anda sob a terra e  pensa que a única coisa que interessa é a situação da economia, talvez o ano que termina não tenha sido mesmo muito bom.

No entanto, nós, pobres mortais, não guiamos nossas vidas apenas pela economia o que vai contar mesmo são as nossas realizações pessoais, as alegrias e tristezas que vivemos neste ano. É o resultado de tudo isso que vai contar no frigir dos ovos. Como todos os anos, 2015 deixará lembranças boas e tristes, realizações e frustrações que não teriam pesos diferentes se a economia estivesse às mil maravilhosas e dinheiro estivessem dando em árvores.

Talvez essa visão dos jornalista, políticos e economistas seja explicada pela máxima de que dinheiro traz felicidade. Nesse caso, fica justificado o grande número de roubalheiras descobertas durante o ano. Só não se pode dizer que dinheiro traga felicidade mesmo na cadeia, não é? 

Apesar de tudo, e como em qualquer outro ano, todos estaremos na torcida para que o ano novo seja muito bom. Afinal, é isso que se espera de um ano novo independente do que tenha sido o ano anterior.


Bom domingo.


dezembro 24, 2015

Festa da solidariedade .

Resultado de imagem para imagem de solidariedadeInfelizmente, não é difícil concluir que a solidariedade anda em falta nos últimos tempos. Parece distante o tempo em que as pessoas se sentiam irmãs de infortúnio umas das outras e tentavam demonstrar isso através de gestos e atitudes de compaixão.

Ao ver alguém caído, oferecia-se a mão, ao ver alguém com fome, dava-se um prato de comida, ao depararmos com alguém com frio, arrumava-se um cobertor ou algo que pudesse minorar os efeitos do inverno. Agora, a onda é rir de quem caiu, mandar o faminto procurar um trabalho, ao friorento conta-se a fábula "da cigarra e da formiga".

Ninguém quer mais saber dos problemas dos outros. O pensamento que impera é aquele que diz: "eu estou bem lutei por isso, lute também e também estará bem". Não se pode tirar a razão de quem pensa assim, mas estamos falando de solidariedade, o sentimento que faz com que esqueçamos todos os motivos que levam uma pessoa a estar caída, com fome ou com frio e nos coloquemos à sua disposição para fazer o que podermos para ajudá-la.

É claro que existem pessoas que são mais sensíveis que outras ao sofrimento alheio. Algumas se compadecem mais facilmente, outras se compadecem apenas em momentos de grandes tragédias. Isso talvez seja uma questão pessoal. O importante é que todos nos sintamos tocados pela dor do outro e nos coloquemos em seu lugar.

Ao cairmos, gostaríamos de ver uma mão estendida em nossa direção; ao sentirmos fome, seria uma bênção ter um prato de comida à nossa frente e ao sentirmos frio, o calor da oferta de um cobertor por mais simples que fosse.

Há um dito antigo que diz que "nunca sabemos o que vai acontecer amanhã". Quem pode duvidar disso?  Todas as tragédias que vêm acontecendo nos últimos tempos arrasando povos, às vezes um país inteiro, transformando pessoas que tinham vidas tranquilas em desabrigados à mercê da caridade alheia, nos mostra o quanto esse dito é verdadeiro.

Por isso, ser solidário é tão importante. E o natal é o momento ápice da solidariedade. É o tempo onde as pessoas se mostram mais tocadas pela dor do semelhante. E isso ocorre por que? Porque todos desejamos receber um presente, um carinho, uma visita, um telefonema... E isso nada mais é que solidariedade.

Nesse dia, amparamos o caído, alimentamos o faminto e aquecemos aquele que sente frio.  E o grande presente é um sorriso nos lábios e na alma.

Feliz natal!