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abril 22, 2010

Chico Xavier, o filme.

Finalmente, ontem, fui com  minha irmã, a Eloisa, ver o filme sobre a vida do médium mineiro Chico Xavier. Confesso que, apesar de que já tinha ouvido muitos comentários elogiosos sobre o filme, estava um tanto apreensivo. Pensei que ia ver um filme "cinema de lágrimas" onde você é estimulado a verter lágrimas da primeira à ultima cena, sem muita preocupação com a coerência, principalmente neste tipo de filme. Além, é claro, por se tratar, não só de uma figura controversa, pois Chico Xavier jamais foi uma  pessoa comprendida em sua totalidade - uns amam, outros desprezam, outros talvez até odeiem -  e ainda tem a questão espírita, outro assunto que sempre dá pano para manga. Porém, fui surpreendido com um filme, que se não é perfeito, também não compromete a figura  do grande médium e mestre. Ao usar a entrevista que Chico deu ao programa Pinga Fogo, da tv Tupi, o filme coloca todas as questões e dúvidas que o espiritismo desperta em todos, sem parecer preconceituoso ou mesmo fazer proselitismo. Com  isso, o filme é justo com Chico Xavier e também o é com o espíritismo e pode ser visto por qualquer um, espírita ou não. Chega até a fazer um carinho na igreja católica ao mostrar os dois padres; o primeiro que, apesar de não ter capacidade de entender os fenônemos vividos pelo menino e depois jovem Chico, também não o execrava e o segungo, um ferrenho opositor de Chico e do espiritismo. Mostrando o que ocorre na verdade; no fundo a igreja se divide sobre o assunto. Quanto aos atores, todos estão muito bem. Destaque para o trio que interpreta Chico nas tr|ês fases de sua vida. Também não se pode esquecer de nomes como Pedro Paulo Rangel, Luís Melo, Giula Gam, Carla Daniel, dentre outros. A direção do Daniel Filho é segura e sabia exatamente o que queria e a imagem é digna de um grande filme. Enfim, se você não viu, corra aos cinemas.  Veja um grande filme "brasileiro", é preciso destacar, e de quebra receba uma aula de vida.

Em tempo, apenas um senão: em nenhum momento do filme ouvi o nome de André Luís, espírito que ditou inúmeras obras a Chico, dentre elas o famoso "Nosso Lar".  Sei que o Emmanuel era o seu guia espíritual, mas André Luís também foi muito importante para o Chico e para a difusão do espiritismo. Precisava ser, pelo menos, citado.

abril 20, 2010

Você consegue se fazer ouvir?

Sei que a pergunta aí de cima pode parecer estranha, mas se você acha isso, creio que vai mudar de ideia. Ela surgiu depois que analisei as muitas vezes em que tentei colocar alguma coisa de possoal numa conversa e me senti frustrado. A conversa ia muita animada entre mim e um amigo (ou amiga), ela (ou ele) falando tudo sobre sua vida, seus sonhos, suas decepções, alegrias, tristezas, ganhos e perdas e tudo o mais e bastava que eu começasse a falar de algum projeto, ideia ou plano e pronto, o amigo(ou amiga) logo dizia estar com pressa ou simplesmente diagnosticava que o meu problema era muito pequeno diante do dele (ou dela) ou que eu estava reclamando de "barriga cheia". Saí, muitas vezes, desse tipo de encontro ou conversa, convencido de que era verdade: sim, eu era um grande egoista ou mesmo um simples reclamão: problema mesmo tinha o meu amigo(ou amiga). Porém, ao analisar, como disse acima, chequei a conclusão que talvez não seja bem assim. conclui que o egoista não sou eu e sim o meu amigo (ou amiga) que muito mais preocupado (a) com os seus próprios problemas não me dá chance de nem sequer de começar a falar. Faço parte, espero que você não faça, daquele grupo de pessoas que só fazem ouvir, jamais podem falar: os famosos "orelhas". Ouço tudo, dou meu parecer, e volto para casa remoendo os meus problemas. Decidi mudar. Não acho justo. Afinal, amizade é troca, não é? Posso ouvir, mas também quero falar, dar a minha opinião, questionar, falar bobagem, como todo mundo. Vou passar a fugir desse tipo de pessoa. Abaixo aos sugadores, egoistas!

março 27, 2010

Autoindulgência

Oi, gente! Estou um pouco sumido, né? Não foi por falta de assunto. Afinal, nesse nosso mundo louco, as coisas não param de acontecer. Hoje quero falar sobre indulgência, que é a capacidade de perdoar. Mais precisamente quero falar da autoindulgência, essa capacidade que temos para perdoar os nossos próprios erros e falhas. Até aí, creio, nada demais. Penso que temos mesmo que perdoar os nossos próprios erros sempre que isso significar uma retomada de caminho, um repensar na vida, nas nossas atitudes:  "erramos sim, mas estamos dispostos a aprender com o erro e nos emendar." Porém, não é isso o que acontece na maioria das vezes. Estamos sempre prontos a perdoar os nossos erros, mas quanto aos erros dos outros... Bem, com os outros agimos como verdadeiros juízes, sempre prontos a imputar a pena máxima aos nossos pobres julgados. Ai de quem tenha a infelicidade errar perto de nós. E se o erro for cometido contra nós? Aí, não tem jeito mesmo. Vamos logo para os tribunais querendo ver o erro ser punido. Não precisa ser uma falta muito grave. Basta um encontrão no meio da rua, um bom dia não respondido, um pedido não atendido, um atraso, enfim, qualquer coisa. Somos implacáveis. Carrascos mesmo. Já quanto a nós mesmos, queremos sempre ter a compreensão de todos, a ajuda de todos, o amor e solidariedade do mundo inteiro. Somos verdadeiramente autoindulgentes. Nada mais justo. Até porque aquele tempo de bater a mão contra o peito e afirmar "minha culpa, minha máxima culpa" já passou. A própria igreja católica já não estimula muito essa visão de eternos culpados, eternos condenados ao fogo do inferno. Na verdade precisamos ser amados, perdoados, compreendidos, ajudados. Só que o contrário é mais justo ainda. Na medida que pedimos perdão, temos também que perdoar. A lei é a mesma para todos. Então, que tal em vez de só perdoarmos a nós mesmos, perdoar os outros da mesma forma? A autoindulgência é, muitas vezes, um tipo de egoísmo: aqueles que querem tudo de bom para si e nada para os outros. Que tal pensarmos no assunto? Boa sorte!

fevereiro 27, 2010

Você agrega ou desagrega?

Toda vez que passamos a fazer parte de alguma coisa, que nos juntamos a algum grupo, quase sempre encontramos um ambiente  já formado onde cada um já tem uma função ou desempenha um papel. Nossa tendência é nos aproximar e tentar fazer parte dando a nossa contribuição para somar. Isso é o ideal: chegamos com nossa contribuição fazendo com que aquilo que já funcionava bem, ou precisava de alguma ajuda, passe a funcionar melhor ainda. Só que, muitas vezes, não é isso o que acontece. A pessoa chega e provoca uma revolução que pode ser boa ou ruim. Quando boa, tudo bem. Todos agradecem e a vida segue seu curso. Mas quando é ruim, temos um grande problema pela frente. Aquilo que funcionava passa a não mais funcionar, pessoas que trabalhavam coesas e unidas passam a demonstrar uma certa apatia passando a apresentar desinteresse pela causa. É isso que está acontecendo numa organização da qual faço parte. A presença de uma pessoa com um perfil bastante desagregador está provocando um total desistímulo nas pessoas, fazendo com que o ambiente e o trabalho sofra considerável abalo. Portanto, amigos, o que tenho a comentar é que precisamos ter cuidado quando oferecemos a nossa ajuda seja aonde for. A pessoa em questão chegou a uma estrutura já formada tentando mudar tudo o que vinha sendo feito acreditando que tudo que estava errado. Como resultado só consguiu desagragação, desânimo e desunião. É lamentável. Por isso, é preciso pensar bem, não é mesmo? Afinal de contas, o que queremos? Agregar ou desagregar? A decisão é de cada um.

fevereiro 06, 2010

Muito ajuda, quem não atrapalha.

 Durante toda a minha vida sempre estive, de uma forma ou de outra, envolvido em trabalhos sociais ou, para ser mais exato, trabalhos voluntários. Todos sabemos que trabalho voluntário é aquele tipo de trabalho pelo qual não se recebe dinheiro. O voluntário muitas vezes não tem horário certo, nem obrigação de comparecer todos os dias. O trabalho voluntário, geralmente, é feito naqueles momentos que nos sobram e que queremos dedicar à alguém ou à alguma coisa. Nada mais altruísta do que dedicar nosso tempo àqueles que precisam de ajuda, não é mesmo? Os voluntários são sempre muito bem vindos. Só que muita gente confunde as coisas e acabam atrapalhando ao invés de ajudar. Não tenho aqui a intenção de criticar ninguém. Muito pelo contrãrio. O que acontece é que algumas pessoas levadas (quero acreditar) pelo bom coração e vontade de ajudar, se apresentam para o trabalho voluntário esquecendo-se de que o fato  do trabalho ser voluntário  não o faz menos importante. Muitos se comprometem e não levam a sério o compromisso assumido: faltam, chegam atrasado ou fazem corpo mole quando o "serviço" não condiz com sua formação. Muitos "doutores" no dia-a-dia continuam "doutores" quando se oferecem para trabalho voluntário, mesmo sabendo antecipadamente  que é um trabalho simples e humilde. Portanto, é preciso que antes de se oferecer para qualquer trabalho voluntário estejamos muito certos do que se trata esse trabalho, qual é a sua disponibilidade, vontade de ajudar, capacidade de entender o outro, respeito, amor ao próximo. Caso você não esteja certo disso, não se ofereça. Use o seu tempo para outra coisa. Nos trabalhos voluntários dos quais eu participo eu vejo o quanto esse tipo de atitude atrapalha. As pessoas não comparecem, quando comparecem estão apressadas ou então pensam que indo uma única vez todos os problemas do mundo estão resolvidos; já fez a sua parte. Não é bem assim. Trabalho voluntário é todo dia. Precisa comprometimento, disponibilidade, constância, disposição física, espiritual, moral, inteléctual, capacidade de ver no outro o seu irmão. E lembre-se: a única diferença entre o trabalho voluntário e o trabalho remunerado é o dinheiro. No mais, o comprementimento é o mesmo. Tem que vestir a camisa. Do contrário a frase certa é: muito ajuda, quem não atrapalha.

janeiro 24, 2010

Novela de Duca Rachid e Thelma Guedes aborda vida dos moradores de rua.

Já faz algum tempo que a novela Cama de Gato (Rede Globo), da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes, está no ar. Não estou aqui para fazer uma crítica da novela que, diga-se de passagem, me surpreendeu. Ao contrário de muitas novelas do horário, principalmente nos últimos tempos, emboladas, sem uma cara de novelas das seis, com tramas confusas e de pouco interesse do telelespectador, a novela é leve e parte de uma trama que inicialmente poderia parecer um tanto confusa, mas cujo desenvolvimento provou tratar-se de uma trama simples, de apelo fácil e recheada de personagens que lembram pessoas que a gente conhece. O que é ótimo, pois o povo quer é apenas se ver retratado no vídeo, nada mais que isso. E nisso, a dupla está batendo um bolão. Confesso que tenho me emocionado com a novela. Porém, o que eu queria mesmo é falar sobre um dado da trama: a abordagem sobre os moradores de rua. O personagem Gustavo, vivido pelo ator Marcos Palmeira, após ser vítima de uma brincadeira (?) bem intencionada do amigo acaba tendo que lutar ferozmente pela vida e vai parar no meio da rua vivendo algum tempo como mendigo.  A trama é bastante oportuna, pois revela a fragilidade da nossa posição na sociedade; de uma hora para outra podemos perder nosso chão e ir literalmente para o "olho da rua". Basta que se perca o emprego, o fim de um casamento, um conflito familiar para o "mundo cair". Ao fazer esse tipo de abordagem as autoras tocam numa ferida exposta de nossa sociedade: os moradores de rua. As ruas da cidade estão repletas de pedintes, pessoas que após (ou não) algum revés da vida passam a ter a rua como casa. Falo disso porque vivi essa situação quando cheguei no Rio de Janeiro, onde amarguei dois anos entre desempregado ou sobrevivendo de subempregos. Fatos que retrato no meu livro "No olho da rua". Espero que depois de termos um protagonista de novela como um  ex-morador de rua, as pessoas passem a olhar com outros olhos seus "irmãos de rua". São pessoas que precisam de ajuda, de uma mão estendida, como na novela o Gustavo teve a mão da Rose (Camila Pitanga). É lógico que temos que guardar as diferenças entre realidade e ficção, mas vale como exemplo. Fica aqui o agradecimento às autoras, os atores e toda a equipe da novela. Sucesso para todos.

Em tempo: os autores, corajosamente, têm, vez ou outra, feito abordagens desse tipo. Vale lembrar o personagem Raul ( Alexandre Borges) na novela Caminhos das Indias, de Glória Peres. Após aplicar um golpe na própria família , o personagem perde tudo e volta para o Brasil, indo viver como catador de lixo nos arredores da Lapa, área central do Rio de Janeiro. Belo trabalho do ator e de Glória Peres.