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outubro 02, 2022

O 'cramulhão' da novela Pantanal.


Quem acompanha as novelas de Benedito Rui Barbosa, autor original da Pantanal, sabe que vez ou outra ele aborda assuntos ligados ao folclore brasileiro, com ênfase, principalmente, no homem do campo com seus 'causos', geralmente histórias de arrepiar: mulas sem cabeça, cobras que comem gente, fantasmas que abrem porteiras e assustam cavalos e cavaleiros e, como não podia deixar de ser, ele, o capeta.

/Desde criança, aprendemos que Deus e o diabo (capeta, demônio, 'coisa ruim' e, na versão do autor, cramulhão) são os representantes do bem e do mal. Ao mesmo tempo que somos ensinados a respeitar o primeiro e a temer o segundo. Ir para o céu após a existência terrestre  é, sem sombra de dúvida, o maior desejo de qualquer pessoa, ao mesmo tempo que todos evitam desesperadamente ser condenado a gramar no inferno.

No entanto, como bem dizem, o mal  (diabo) é sedutor. Não falta quem, na tentativa de fugir das dificuldades da vida, deseje fazer um  pacto com o 'cramulhão' que, em troca de ser adorado como um verdadeiro deus, promete fortuna e facilidades sem fim.  

Como na novela, na vida real, não são raros os casos daqueles que, cansados de seguir na seara do bem (que exige ter, acima de tudo, paciência) tentam seguir o caminho trilhado por Trindade, em busca de dinheiro, fama e poder. Não estou aqui para fazer a cabeça de ninguém, somos seres livres e aptos a fazer nossas escolhas (particularmente, hoje, 02/10/22, é um dia de fazer escolhas), mas para lembrar que uma vida de facilidades que nos cheguem através de pactos e encantamentos, além de ter seu alto preço, não dura para sempre.

Assistir à novela (excelente, por sinal) e nos encantar com seus personagens e histórias é uma coisa, tentar copiar outra. Pacto com forças ocultas, tenham elas que nome for, é atraso de vida, e as consequências costumam ser graves. Não se pode esquecer que o diabo dá e tira com a mesma mão.

Bom domingo.

Voto consciente, sem pactos.

Esperança e fé.

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