O dono da fazenda.

Um  homem tinha o costume de passear pelos campos em busca de contato com a natureza, ou seja, o ar puro, os animais, as árvores, a água limpa e cristalina dos riachos, as flores e plantas silvestres. A caminhada, quase sempre sem destino certo, podia durar horas. Muitas vezes, ele se perdia e pernoitava no meio do mato.

Um dia, durante uma dessas caminhadas, ele avistou a sede de uma grande fazenda e, diferentemente das outras vezes, seduzido pelas luzes, decidiu se aproximar. Afinal de contas, estava andando fazia um bom par de horas e o cansaço já se fazia notar. A ideia de uma parada para descanso pareceu apropriada..

Ao chegar perto da casa, ele percebeu que estava acontecendo uma festa, um churrasco, para ser mais exato, uma vez que o cheiro da carne, a fumaça que vinha da churrasqueira, o vozerio e o som de viola e sanfonas não deixavam dúvida. Não demorou para que, levado pela fome de caminhante desprevenido, ele aceitasse um pedacinho de carne para forrar o estômago e um gole de chope para molhar a garganta. 

A partir daí, o caminhante solitário se enturmou com os convidados da festa e, em pouco tempo, se sentiu um deles, mesmo tendo consciência que não passava de um penetra. "Essa fartura toda, ninguém vai notar a minha presença", ele pensou. De repente, uma mão tocou-lhe o ombro. Era um dos empregados da fazenda; viera avisar que o patrão desejava lhe falar. 

Enquanto era conduzido pelo empregado, o caminhante acreditou que fosse engano, pois não conhecia ninguém, chegara ali por acaso. O dono da fazenda, assim que o avistou, saudou educadamente. Em seguida, o convidou a sentar. A atitude fez com que o homem se sentisse relaxado e esquecesse qualquer temor. Após algum tempo de conversa amistosa, o anfitrião levou-o até a parte alta da casa e apontou a vastidão de terras à sua frente.

- Está vendo todas essas terras? - ele perguntou.

-Sim. - respondeu o caminhante.

- É tudo meu. 

O caminhante sentiu vontade de dizer o quão admirado estava, mas não teve tempo; o fazendeiro retomou a palavra:

- Aqui só entra quem eu convido.

Dando a conversa por encerrada, ele ordenou aos empregados que retirassem o caminhante de suas terras.

Boa tarde!

Esperança e fé.

Hoje é o dia, a hora é essa.

 

Muitas vezes, sem perceber, adiamos decisões  importantes e necessárias com medo que deem certo. Mesmo sentindo forte necessidade de mudar o rumo de nossa vida, permanecemos seguindo na mesma direção, cometendo os mesmos erros, agindo como se fossemos inexperientes, ou meros marinheiros de primeira viagem'.

O tempo não dá trégua, ele passa velozmente. Quando acordamos descobrimos que perdemos o bonde da história. Ai, nossa luta passa a ser outra recuperar o tempo perdido, o que, convenhamos, infelizmente não é possível.

O que podemos fazer, de verdade, é deixar o medo de lado, se encher de coragem, e tratar de agir. É isso mesmo. Levanta, deixa de lado os temores, as duvidas infundadas e siga em frente. Sempre haverá uma trilha, uma vereda, basta seguir em em frente.

No começo, tudo pode parecer difícil ou até impossível, mas é apenas aquele velho monstro do temor tentando nos manter acorrentado ao marasmo e à falta de ação e aos velhos medos. 

Aja! Desfaça os antigos laços e nós que te mantem preso. O dia e hoje, a hora é agora.

Bom domingo e uma semana de grandes realizações.

Esperança e fé.

A fronteira entre a negação e a aceitaçao.

 

A mudança dos costumes, somada aos avanços da medicina, tem levado as pessoas a externarem com mais facilidade suas insatisfações de forma, muitas vezes, radical. Há queira mudar o formato do nariz, do rosto, modelar o corpo a seu bel prazer (incluindo a conhecida transição de gênero), livrar-se dos quilinhos a mais, das rugas e as marcas trazidas pela idade e tudo mais que possa (ou não) imaginar.

Acima de qualquer coisa, esses avanços são conquistas que vieram para melhorar a vida de todo mundo e todos temos motivos para comemorar, principalmente no que diz respeito a saúde,  setor em que garante não apenas a longevidade, mas também uma vida mais saudável.

Por outro lado, se pensarmos no real sentido da vida nos deparamos com algumas questões que nos levam a meditar sobre a verdadeira razão de virmos a esse mundo e se, por acaso, não estamos nos desvirtuando do propósito maior da vida que é o nosso crescimento através da superação dos problemas?

Há estudiosos do fenômeno da reencarnação, incluindo aí espíritos comunicantes, que nos ensinam que nossa vinda ao mundo não é imposta, ou seja, jamais alguém seria obrigado a encarnar numa família, raça ou sexo sem que com isso concordasse e estivesse preparado para isso. Vimos (retornamos) a esse mundo na condição que escolhemos pela nossa livre 

É claro que não estamos livres de arrepender das decisões que tomamos e, dessa forma, desejar mudanças, mas sempre devemos lembrar que a escolha foi nossa; o sexo, a raça, cor, tamanho, família e até mesmo os desafios que por ventura deparamos pelo caminho. Sem esquecer que nosso maior desafio é aprender a lidar com as nossas limitações, medos e paixões.

Esperança e fé.

A parede.

Acredita-se que em algum lugar existe uma parede e que tudo que nela bate volta na exata direção de onde partiu. Você pode dizer que não passa de uma variação da conhecida (embora quase nunca levada devidamente a sério) lei do retorno, aquela que nos lembra que tudo o que fazemos de bom ou ruim volta para nós na mesma medida.

A figura da parede serve para nos dar a real dimensão de algo (uma bola, por exemplo) batendo contra uma superfície dura e, em seguida, retornando para às mãos do emissário (nós) com a mesma velocidade que foi impulsionado. Por isso, precisamos estar sempre conscientes do tipo de lançamento que estamos fazendo na direção da 'parede' para não levar uma 'bolada' na cara.

Como diz aquele ditado, 'depois é chorar na cama que é lugar quente', não é mesmo? Nunca é demais lembrar que nada nos acontece por acaso, o que sai de nós, volta para nós e não tem chororô. O amor, a amizade e o respeito que devotamos às coisas e às pessoas voltam para nós da mesma forma que o ódio, a raiva e o rancor.

Toda vez que agir lembre que a 'parede' está em algum lugar do mundo pronta para rebater nossos desejos, pensamentos e sentimentos sejam eles quais forem e de que natureza forem.

Bom domingo e excelente semana para todos.

Esperança e fé.

Ei, você está aí?

De algum tempo para cá, a vida migrou do real para o virtual e parece disposta a não mais fazer o caminho de volta ao antigo curso. Queiramos ou não, a internet se tornou o espaço onde tudo é permitido, inclusive levar ao pé da letra a expressão popular: 'minha vida é um livro aberto'.

Tornar a própria vida um livro aberto, como bem sabemos, tem prós e contras. Ganha-se muito dinheiro, mas o preço exigido é a total perda da privacidade. A partir do momento em que o  'livro é aberto' não se tem mais controle da própria vida. Até porque, as criaturas da internet não vivem, mas compartilham o tempo todo. 

Os denominados seguidores não apenas seguem o 'influencer' através de seus posts, na verdade, eles passam a fazer parte dele. Por isso, sentem-se no direito a dar opinião em tudo, a julgar e condenar, muitas vezes de forma cruel e impiedosa. 

Nesse caso, o influencer se vê obrigado a estar o tempo todo agradando o seguidor, pois, caso venha a desagradar, corre o risco de receber a penalidade máxima que é o temido 'unfollow', ou seja, deixar de ser um seguidor.

E num mundo em que as pessoas são medidas pelo número de seguidores que têm, não é difícil imaginar que perder seguidores seja o maior temor que qualquer pessoa enfrenta. Dessa forma, todos são capazes de qualquer coisa para não ficar falando sozinho nas redes ou ser condenado ao anonimato,

Um final de semana em boa companhia para todos.

Sorte e azar são dois de uma mesma moeda.

É comum as pessoas guiarem suas vidas de acordo com os fatores sorte e azar; usam as cores que trazem sorte, os números da sorte, escolhem o dia de tomar decisões importantes de olho na conjunção dos astros, visando atrair as melhores vibrações e energias, enfim, tudo que possa afastar o azar do caminho.

Para a nossa cultura, dar azar na vida é, sobretudo, não conseguir ganhar muito dinheiro e, dessa forma, ficar condenado a viver uma vida sem luxo e mordomia, o que, traduzindo, significa ser privado daquilo que é considerado pela maioria as boas coisas da vida.

Essa visão de mundo nos faz fechar os olhos para o outro lado da questão. Gozar de todas as facilidades que o dinheiro, ou a sorte, trazem pode nos impedir cumprir a missão que viemos realizar nessa existência. Não estou dizendo com isso que ter sorte é algo ruim e que o azar seja bom. Não é nada disso. 

Sorte é, em muitos casos, resultado do merecimento alcançado em nossas muitas existências. Como sabemos, a encarnação que vivemos no momento não é a primeira. Já passamos pela terra muitas vezes e as vitórias e derrotas de uma vida nos acompanham nas vidas seguintes, o que, convenhamos, é muito justo. 

Por isso, não devemos ficar enciumados da sorte dos outros, nem zangados com o azar que por ventura venhamos a enfrentar. Pelo contrário, precisamos nos conscientizar de que cada obstáculo vencido é um passo que damos rumo às coisas boas que vida tem para nos oferecer, que pode não ser dinheiro ou facilidades, mas crescimento espiritual.

Tudo o que nos acontece de 'bom ou ruim' contribui para o nosso engrandecimento tanto pessoal quanto espiritual. Nada vem para o nosso caminho por acaso.

Bom domingo e uma excelente semana para todos.

Esperança e fé.

7 de setembro: o Brasil que queremos ter.

 Há duzentos anos, o Brasil dava o seu grito de independência. Grito que esteve preso na garganta dos brasileiros durante muito tempo. A história que nos vem sendo contada desde então não dá muitos detalhes desse momento, pois, além de os meios de comunicação da época serem precários, fomos convencidos de que tudo se dera por acaso e sem nenhum planejamento, fazendo perpetuar a ideia de que somos um povo que espera que as coisas nos venham de cima, do céu ou do governo.

Felizmente, pesquisadores têm se debruçado sobre o assunto e nos informam que houve luta pela liberdade por todo o país e que não fomos libertados de Portugal num ato de generosidade de um único homem e sim como resultado do esforço de muitos brasileiros que sonhavam com um país livre. 

Isso prova que somos um povo que luta pelos seus interesses e que queremos um país não apenas livre, mas que acolha a todos, onde cada um possa viver segundo suas crenças, sejam elas políticas, religiosas ou quaisquer outras. Ninguém pode nos dizer o que devemos fazer, crer ou pensar. Somos livres.

Este 7 de setembro, mais do que nunca, é dia de lembrar disso. Afinal de contas, estão querendo coibir nossos direitos, induzir nossas escolhas e, de forma preconceituosa e autoritária, impedir que escolhemos nossas expressões de fé e mesmo nossa forma de amar.

Viva a liberdade, todas as liberdades.

Que tristeza é essa?

Geralmente, quando alguém nos pergunta por que estamos tristes, afirmamos de pés juntos que tudo não passa de 'coisa' da cabeça de quem pergunta e que não faz nenhum sentido: como estaríamos triste se somos pessoas alegres e felizes?

Infelizmente, a pessoa (ou pessoas) que fez a pergunta não está vendo 'coisa' nem queria apenas nos aborrecer. Quando estamos tristes, o nosso semblante diz isso claramente, não adianta negar. O melhor é aceitar que estamos tristes mesmo, pois enfrentar os nossos problemas é sempre a melhor saída.

A justificativa para ter esse tipo de atitude é que, além de ser mais inteligente da nossa parte, quando enfrentamos os problemas que estão nos aterrorizando, eles costumam diminuir de tamanho e deixam de nos ameaçar.

Outra questão é que às vezes nosso exterior passa tristeza mesmo quando nosso interior está alegre. Há pessoas que têm semblantes naturalmente tristes da mesma forma que algumas pessoas nos passam alegria ( na verdade, extroversão) embora por dentro estejam sangrando.

Se aparecer alguma tristeza em seu caminho, tente enfrentá-la com o belo sorriso de quem confia que tudo é passageiro, até mesmo os piores problemas.

Uma semana alegre para todos.

Insatisfação ou preconceito de si mesmo?

A expressão popular "Nem Deus agradou a todo mundo" extrapola seu real significado quando a analisamos sob a ótica de nossas insatisfações pessoais, pois não é raro alguém expressar  descontentamento com aquilo que 'recebeu de Deus' ao nascer, principalmente em relação ao corpo. Há quem não esteja satisfeito com a cor dos cabelos, a altura ou mesmo  o sexo.

Não tem nada de mal nisso. Afinal de contas, o que seria da humanidade se não fossem nossas eternas insatisfações, não é? Provavelmente, viveríamos num atraso muito maior do que vivemos. No entanto, é preciso levar em conta que nem sempre mudar aquilo que não gostamos em nós é o melhor caminho para resolver os problemas,  Muitas vezes, nos leva a mudar por mudar, sem levar em conta que podemos aprender a nos aceitar como somos.

Parece contrassenso falar isso, mas tenho a impressão de que quando buscamos nos aceitar como nascemos (ou somos) descobrimos que estava errado, apenas estávamos nos vendo por uma ótica diferente, talvez com os olhos dos outros e não com o nosso. A partir do momento em que procuramos nos aceitar e entender tudo fica ais fácil, a vida fica mais leve e flui melhor. Outro ponto a levar em consideração é que as insatisfações, em muitos casos, são momentâneas, transitórias.

Confesso que já desejei mudar muita coisa em mim; não gostava dos meus cabelos, da cor da minha pele, do meu tamanho, do formato do meu nariz, da cor dos meus olhos, enfim, quase nada em mim me agradava. Com o passar do tempo, comecei a me olhar de outra maneira e acabei descobrindo que não tinha nada de errado com meu cabelo, com a cor da minha pele, cabelo nem com todo o resto. 

Mude a forma como se olha e descobrirá que não tem nada de errado, nem fora do lugar.

Bom final de semana.