A vida inteira, de uma forma ou de outra, passamos tentando nos livrar dos grandes tropeços que possamos encontrar pelo caminho, seguindo a ideia de que tiramos de letra os pequenos incidentes. Em muitos casos isso se constitui eficaz. Afinal de contas, devemos dar às coisas o peso que elas têm, não é mesmo?
Só que, em muitos casos, não é bem assim que acontece. As pessoas, em geral, se mostram muito fortes diante dos grandes percalços da vida e desabam quando têm que enfrentar problemas corriqueiros.
São capazes de enfrentar uma doença grave, a perda de uma pessoa querida, uma derrota, mas não suporta um "não". Ou seja, quando encontramos uma grande pedra no nosso caminho decidimos contorná-la, escalá-la ou mesmo dinamitá-la para seguir em frente, no entanto, podemos ficar paralisados ao tropeçar num simples grão de areia.
Sei que esse assunto parece fora de propósito. Porém, tenho percebido, através da minha experiência pessoal e de pessoas próximas, o quanto isso é comum e merece atenção. Não raro, ao encontrar alguém vivendo algum problema, tomo conhecimento de que o "problema" não é tão grave quanto a pessoa crê.
Trata-se, muitas vezes, de um desses "grãos de areia" que, apesar de pequenos, acabam virando grandes entraves em nossas vidas e fazem mais estragos que os chamados grandes problemas. Aprendemos desde cedo a sermos fortes e "ser forte", nesse caso, significa vencer grandes barreiras, enfrentar grandes tempestades e tormentas
Há quem chame isso de "fazer tempestade com copo d'água". É possível que seja verdade. Um copo d'água não acostuma ser o bastante nem mesmo para matar a cede. Por outro lado, basta fazer uma pequena pesquisa para chegar a conclusão de que a maioria das pessoas que conhecemos (você mesmo, inclusive) sai muito melhor quando enfrenta os grandes problemas do que os pequenos.
Isso me faz concluir que é preciso estar preparado para perder o jogo quando somos o jogador ou quando, simplesmente, estamos na torcida.
Bom domingo!