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julho 14, 2012

O preconceito religioso.

     Mesmo com todos os avanços obtidos pela humanidade, ainda padecemos de muitas ignorâncias que fazem parecer que vivemos na mais completa escuridão por mais que se tente dizer o contrário. E essa falta de luz se nota claramente quando o assunto em questão é religião. Nesse momento, perdemos completamente nossa capacidade de lidar com as diferenças e muitos são capazes de julgar o outro partindo do credo que ele professa. É como se a religião colocasse uma espécie de selo na pessoa: se é judeu é assim, se é católico é assado, os evangélicos fazem isso, os espíritas fazem aquilo.
     Não existe um meio termo. Para a maioria, a  religião seguida fala pelo fiel, define seu modo de ser, suas atitudes. Se é uma pessoa aberta ou um retrógrado, até mesmo se é uma pessoa boa em quem se pode confiar ou se é uma pessoa má e, portanto, que deve ser evitada.
     Por mais que isso esteja enraizado em nossa sociedade, não passa de puro preconceito. Julga-se a pessoa e julga também a sua religião. Os judeus carregam o estigma de ser um povo aferrado às tradições, os muçulmanos são vistos como violentos e fundamentalistas, os católicos como povo que professa uma fé que não vive, os evangélicos como aqueles que julgam os únicos que receberão a salvação, os espíritas  como deturpadores dos ensinamentos de Cristo, e os seguidores do candomblé, talvez os que sofram mais com os prejulgamentos, são tidos como feiticeiros e adoradores do diabo. E por aí vai. Sem deixar de lembrar dos budistas, testemunhas de Jeová  e tantas outras denominações que, como as outras citadas, não escapam de serem taxadas disso ou daquilo.
     Uns mais, outros menos, todos acreditam que sua religião é que é a verdadeira, a única que tem ligação direta com o Criador e, nesse caso, a única em que os fiéis terão direito a estar ao lado Dele depois da morte ou mesmo após o fim dos tempos. como muitos acreditam.
     Não é difícil perceber que não há a menor boa vontade de um religioso para com o outro. Não obstante, é possível ver adeptos  (principalmente, os seus líderes) de uma religião detonando os seguidores de outra partindo do princípio de que todos estão no caminho errado e somente eles no caminho certo. E que traz isso, senão ódio e intolerância? Se um líder religioso usa do microfone para incitar os fiéis contra as outras religiões, não creio estar buscando outra coisa.
    Antes, deveriam todos pregar a paz, o amor e a união, com todos respeitando todos. Todos vivemos neste mundo, cheio de incertezas, buscando encontrar um caminho que nos leve a uma vida plena e cheia da graça do contato com o Divino. Todos queremos, acredito, fazer parte de algo maior, algo que seja para nós o ponto de apoio, que retome a ligação que em algum momento perdemos ou que apenas deixamos que ficasse um pouco mais frouxa.
   É verdade que muitos conseguirão e muitos não, mais isso não significa que não haverão outras tentativas, que se tenha novas chances de acertar o caminho. Antes, porém, talvez a gente ainda erre muito, mas que vamos acertar o passo a qualquer momento, isso é certo. Estejamos nós onde estivermos, nessa ou naquela religião. O importante é que o nosso coração se abra para que entre nele algo tão grande que fará com que não vejamos mais diferenças, que possamos acolher todos, sejam eles judeus, católicos, muçulmanos, evangélicos, espíritas, indús, budistas, umbandistas, candomblecistas, testemunhas de Jeová, xamanistas...

Paz para todos.
https://www.youtube.com/watch?v=_uesrXsThVw

julho 11, 2012

"A visita"

     Há alguns anos, quando perdi a minha mãe, recebi a visita de uma ex-professora que viera me consolar pela irreparável perda que eu havia sofrido. Jovem de mais para entender aquilo que estava acontecendo, fui desfiando um rosário de reclamações no ouvido da professora que ouviu pacientimente os meus queixumes. Senti como se tivesse me desabafando, botando para fora todas as dores de um coração magoado por "terem" lhe arrancado a mãe daquela maneira tão brusca.
     Faço aqui um parenteses para falar do quanto a morte é definitiva e repentina, principalmente nos casos em que ela chega sem o conhecido (nem por isso bem-vindo) aviso da doença e quem está ao lado vai meio que se preparando para o ato final. No caso de minha mãe foi de forma repentina: um ataque cardíaco. Por isso, talvez, a minha atitude de incompreensão diante da mudança de situação. De uma hora para outra eu tinha mãe e logo em seguida era um órfão.
     Voltando à visita da professora, depois de me ouvir ela falaria o que eu nunca iria esquecer:
- Tudo bem, acredito que você , seu pai e todos os seus irmãos estejam realmente sofrendo com a morte de sua mãe, mas vamos pensar uma coisa: por que você sente tanto a falta dela? Por que ela fazia a  comida, lavava a roupa, cuidava da casa, de você e seus irmãos? Isso qualquer um pode fazer. Não precisa ser sua mãe.
     Creio que a professora  tinha a melhor das intenções. Talvez ela quisesse diminuir a minha dor, mas a "visita" terminou ali.  Um certo constrangimento passou a dar o tom. Para dizer a verdade, cheguei a ficar chocado. Achei mesmo ter sido vítima de uma grosseria sem limite e, como já disse acima, para nunca mais esquecer. Na minha cabeça uma coisa era certa: eu tinha acabado de perder a minha mãe e me achava com todo o direito de estar triste e chateado.
     Porém, o tempo passou. Essa história ficou lá para traz, eu me espiritualizei um pouco mais e passei a ver as coisas por um outro prisma. É claro que ainda não cheguei a compreender a fala da professora, contudo, aprendi que as pessoas têm um tempo certo para ficar aqui na terra e que quando chega a hora não há desculpa. Seja mãe, pai, filho, irmão, amigo, conhecido ou desconhecido a partida, a separação, ausência é certa.
     Por isso, toda vez que vejo pessoas reclamando a perda de seus ententes queridos ( principalmente, aqueles que morrem em acidentes aérios e tragédias ) e, com isso, cobrando altas indenizações baseado na importância que essas pessoas tinham para elas financeira e afetivamente, acabo me perguntando se elas receberam a "visita" da ex-professora para questioná-los. Fico imaginando que a dita professora perguntaria para elas:
- Por que você queria essa pessoa viva?  Ela só servia para pagar as suas contas, fazer-lhe companhia, levar você para a escola, para passear, para cuidar de você?
     Ela terminaria a conversa dizendo, como disse para mim, que temos que dar o direito às pessoas de morrerem, de partirem. Que ninguém vêm ao mundo apenas para garantir a nossa sobrevivência, para nos dar vida boa.
     Provavelmente, ela ficaria chocada, por exemplo, ao ouvir um pai dizendo que sente falta do filho porque ele era quem o levava ao médico todos os meses e que depois do acidente aério que o matou, ele espera todos os dias que ele apareça para levá-lo a consulta e se que nega a ir sem o filho. Coisas da vida que a nossa racionalidade tende a classificar como absurdas.
     O tempo me mostrou que cada pessoa trabalha suas perdas de maneira diferente, própria. Uns vão sentir a falta do provedor, outros da companhia, do afeto, do cuidado, da mão sempre estendida, da palavra amiga, outros da simples presença. Uma coisa é certa: seja o motivo que for, todos queremos nossos entes queridos eternamente do nosso lado. Vivos e de carne e osso. E falem o que quiser falar.

julho 05, 2012

Onde anda a sinceridade?

     Virou moeda corrente nos nossos dias a ideia de que não vale a pena ser sincero, que sinceridade é falta de educação, que nunca, nem sob tortura, devemos usar dela nos nossos relacionamentos sociais.  Assim, acreditam, podemos ficar bem com todo mundo e manter as  amizades, interesses profissionais e até mesmo os relacionamentos amorosos.
     Sei que está longe de ser algo ruim querer evitar de sair por aí jogando verdades na cara de mundo e ficar criando constrangimentos a cada palavra ou frase proferida. Nosso objetivo, sobretudo em sociedade, é manter bons relacionamentos, amizades duradouras e ser benquisto, não é? Quem não quer se dar bem com todos e ser aquela pessoa "fofinha" que todos querem ter por perto? E claro que todo mundo. Até eu.
     Mas será que vale mesmo estar sempre, ou quase sempre, sendo falso e dizendo exatamente o contrário daquilo que estamos pensando apenas para ficar "bem na foto"? Não estaremos nós sendo falsos e hipócritas em tempo integral e abrindo mão de levar uma vida baseada na verdade e na sinceridade? Qual o motivo real de optarmos por tantas mentiras bem intencionadas que não levam a nada mais  que relações frias, vazias de sentimentos autênticos?
     Talvez essas perguntas não tenham respostas imediatas e nem tão cedo possamos respondê-las. Porém, convido a que reflitam sobre o tema e vejam quantas vezes optamos por assumir uma postura um tanto dissimulada apenas para gerar controvérsias ou magoar a pessoa com que estamos convivendo. Acabamos, muitas vezes, concordando com quem estamos falando apenas para dar por encerrada a conversa e não ter que expor nossos pontos de vista conflitantes.
      Em nome da "boa convivência" guardamos para nós nossas opiniões e damos a resposta que achamos que a pessoa queria ouvir, falamos apenas aquilo que pode agrada. Afinal, não é de bom tom ficar criando polemicas por aí, não é? Reza a lenda que: "em boca calada não entra mosca". E assim seguimos a vida. "Todo mundo tem telhado de vidro", diz outro ditado.
      O que fica disso tudo são relacioamentos sem verdade. Acostumamos a ouvir e a falar meias verdades e qualquer coisa contrária a isso representa conflito, guerra. Estamos perdendo a capacidade de ouvir opiniões diferentes das nossas, pois só queremos saber daqueles que dizem "amém" a tudo o que apresentamos. Com isso, nascem os grupos, as faxões, as gangs. Quem pensa diferente é inimigo, quem não concorda deve ser evitado ou deletado de nosso grupo de relacionamento.
      E assim segue a vida nesses tempos de relacionamentos virtuais. Ops! Será que fui sincero de mais?

junho 30, 2012

O papel das religiões.

     É praticamente de consenso geral que as pessoas têm necessidade de ter alguma crença para poder viver neste mundo tão conturbado em que vivemos. Difícil pensar como é possível alguém viver sem acreditar em alguma coisa. Dá-se a impressão de que essa pessoa viva num eterno vazio, pois é preciso crer que esse nosso mundo foi criado por uma inteligência maior e que por conseguinte também criou a nos seres humanos e tudo mais que há.
     É isso que nos ensinam, .não é mesmo? Aprendemos desde cedo até os detalhes de como Deus criou o mundo. Basta ler a Bíblia, mais precisamente o livro da Gênese, para saber de tudo isso. Só que enttre o Criador e nós existem as religiões, ou até mesmo para ser preciso, existem as igrejas. A elas cabem o papel de conduzir a fé do povo e tornar, digamos, mais fácil a ligação entre as pessoas e Deus.
     Há quem ache isso discutível, que não temos necessidade de frequentar uma igreja ou religião para manter esse contato. Podemos, acreditam muitos, manter estreito relacionamento com Ele sem nos ligarmos a nenhum tipo de confraria. Sempre achei que isso fosse um certo escapismo de quem não acredita, uma forma de se justificar por não professar publicamente, ou  mesmo interiormente, nenhum credo e não correr o risco de ter pregado em si a pecha de ateu, agnóstico.
     Porém, o tempo foi passando, fui adiquirindo mais experiência de vida e tenho pensando muito nesse assunto. Quem segue algum de tipo de religião, seja ela qual for, deve estar entendendo o que estou querendo dizer com mais facilidade, até porque os que não seguem nenhuma já devem saber isso de cor e salteado.
     Tenho estado muito assustado com o relacionamento que as igrejas têm proposto entre elas (as igrejas), Deus e nós (os seguidores). Tenho percebido que est[ao todos um tanto quanto perdidos, sem saber muito do que falam e porque falam. Qualquer coisa se fala em proibição, em condenação, isso pode, aquilo não pode. Sempre baseiam tudo em explicações frouxas tanto para o que pode tanto para o que não pode. Não há muito coerência e sim um pragmatismo extremado: se o Papa ou alguma outra autoridade da igreja ou seita diz que pode, pode. Se por outro lado disse que não pode, não pode. Não se descute,cumpre-se. É assim na igreja católica, nas evangélicas, no espiritismo, no Candomblé onde quer que existam as conhecidas "autoridades".
     Não que eu seja contras essas autoridades, apenas acho que no caso das igrejas cristãs estamos cada vez mais distantes dos verdadeiros ensinamentos propostos pelo cristianismo. Todos sabemos que é bastante complexo entender exatamente o papel que as religiões desempenham na vida das pessoas, mas um papel nós sabemos que elas têm que é o de ligar o homem ao Pai e isso não pode ser feito baseado em regras estapafurdias e ritos vazios onde quem segue é considerado bom e quem não segue não merece salvação.

junho 23, 2012

Conviver: verbo difícil de conjugar.

     Ninguém tem dúvida de que conviver é um verbo de difícil conjugação. Não por apresentar anomalias que levem o falante a ficar sem saber se está falando certo ou errado. Não é isso. Conjugar o verbo, no caso, significa o dia a dia junto com outra (ou outras) pessoa. Passar com essa pessoa grande parte de seu dia ou mesmo encontrá-la apenas algumas, mas obrigatórias, horas.
     Creio que já me fiz entender. Não estou falando daqueles relacionamentos que escolhemos, daquelas pessoas com as quais estamos por que queremos. Falo daquelas convivência, digamos, forçadas. Seja em casa, no trabalho, no transporte, na igreja, não importa. Essas pessoas surgem nos lugares mais inopinados e quando vemos estamos convivendo com alguém desagradável e que sua simples presença nos suscita sentimentos com os quais não estamos acostumados a ter.
     Quando isto ocorre em lugares que podemos frequentar ou não e que deixar de fazê-lo não nos trará grandes problemas, é aparentemente fácil de resolver. Paramos de ir àquele lugar ou mesmo mudamos nossos horários, dias o que for para evitar que ocorram encontros com a dita pessoa. Afinal, todos os lugares são franqueados a todo mundo. Vivemos num mundo livre e todos têm direito de ir e vir, não é mesmo?
     Só que tem casos em que a coisa não é tão simples assim. Já pensou, apenas para dar um exemplo, que você se matricula  num curso que sempre sonhou em fazer e de repente se depara com um professor(a) com quem você não simpatizou-se por mais que tenha se esforçado? Chato, não é? Você esperou a vida toda e quando achou que era a hora certa de realizar o seu sonho se depara com alguém que parece estar disposto(a) a destruí-lo.
     Com certeza, não é fácil encarar uma situação dessas. Dá vontade de jogar por terra toda a sua educação e partir logo para a ignorância, abandonar o seu sonho, esperar por outra oportunidade ou fingir que não está acontecendo nada e continuar firme. Bem, cada um tem a sua reação e ninguém tem dúvida de que a melhor saída sempre é o diálogo, mas todos sabemos que em alguns casos é quase impossível. Muitas vezes quando se tenta conversar é que a coisa toma proporções inesperadas, tornando o convívio muito mais difícil.
     O jeito é manter a calma e analisar bem a situação. Se não for mesmo possível "conquistar" aquela pessoa e acabar com o clima ruim, o importante é lembrar que ninguém tem poder de destruir os nossos sonhos, planos, desejos. Devemos sempre manter acesa nossa fé em nosso potêncial e capacidade. Ao mesmo tempo, ninguém é obrigado a gostar de nós e nos tratar com simpatia. Porém, uma coisa é certa: todos devem ser tratados com respeito e consideração, independente de qualquer coisa.

junho 19, 2012

Por trás de sorrisos e afagos.

     A arte teatral tem como marca duas máscaras: uma triste representando o drama e outra alegre representando a comédia. Aparentemente tudo parece muito fácil, não é? Mas não é bem assim. Essa foi uma forma encontrada de, digamos, simplificar as coisas. Afinal de contas, não nos dividimos apenas entre alegres e tristes. A gama de máscaras é muito  maior. Somos bem mais complexos e capazes de assumir as mais diferentes feições, algumas deles que nem nós mesmos podemos identificar a olho nu.
     Sei que você deve estar se perguntando: "Mas onde, diabos, ele quer chegar com esse papo? Calma. Eu explico: Além de ser ator e saber da infinidade de máscaras existentes, eu andei convivendo com pessoas que embora jurem por Deus que não são atores e que jamais pensaram em exercer essa profissão milenar, sabem como ninguém usar da grande gama de possibilidades oferecidas pela arte de representar. São os craques da arte da dissimulação.
     Na sua frente dizem maravilhas e se mostram capazes de qualquer coisa para lhe ajudar, agradar ou seja lá o que for.. Só que quando chega na hora.... Bem quando chega na famosa hora "h" a coisa  desanda. Tudo o que foi dito inicialmente é imediatamente esquecido e as dificuldades que antes nem poderiam ser imaginadas passam a linha de frente e tudo, mas tudo mesmo, passa a ser impecílio. E não pense você que são "coisas de outro mundo", nada disso, são bobagens como: "eu até tinha de dito que estava tudo certo, mas a minha gatinha, sim, a gatinha amanheceu doentinha e eu não tenho  com quem deixá-la".
     Pera lá, mas ninguém tinha falado, em momento nenhum, que existia uma "gatinha" no meio da historia. Muito menos uma gatinha doente. Aí, vem aquele pensamento: "Esse (a) cara tá tentando furar com você e resolveu usar a mais descabida das desculpas. Não dá outra: aquele compromisso importante que você tinha com aquela pessoa vai furar e você é trocado por uma gatinha doente.  Mada contra animais,  doentes ou não. Sei que você, apaixonado(a) por gatinhos (aquele animalzinho de quatro patas tão simpático), deve estar me achando um monstro, mas espero que você nunca tenha enfrentado a situação de ter uma compromisso furado em cima da hora.
     Nessa hora, dá uma vontade de partir para o pau e dizer um monte de verdades que a figura bem estava merecendo, mas sabe o que eu fiz? Nada. Aceitei a desculpa e parti para tentar resolver o problema de outra maneira. Claro que fiz me valer das tais máscaras. Nessas horas elas valem mais do que quando a gente está em cima de um palco. Até porque quebrar o pau no palco pode valer prêmio, mas  vida real você passa mesmo é por louco e mal educado e outra coisas mais. E a vida segue.

junho 15, 2012

Mãos.

     As mãos sempre foram uma parte do corpo que estiveram em destaque. Através delas muitos gestos se efetivam, muitas intensões são passadas, acima de tudo elas falam. Desde simplesmente estendê-las na direção de alguém em sentido de ajuda e apoio, mas também podem ser as mãos de batem, maltratam, ou seja, elas estão presentes nas situações mais diversas.
    Quem vai dizer que não é bom quando se está "caído" vislumbrá-las estendidas oferecendo aquela tão necessária ajuda? Muitos estão, nesse momento, à espera de que alguém faça esse gesto concreto em sua direção. Por falta dele muitos, incapazes de levantar por si mesmos pelos mais diferentes motivos, permanecerão estendidos no chão até que elas cheguem bondosas e salvadoras.
    Todos nós, vez ou outra, precisamos de uma "mãozinha", um "empurrãozinho" seja dos amigos, parentes, de conhecidos ou desconhecidos e dela: da sorte. A mãozinha da sorte é sempre esperada por todos. Ninguém é bobo de dispensar essa "mão" tão sonhada, desejada, mentalizada.
     Tem também a mão amiga, o trabalho a quatro mãos e algumas expressões bastante usadas no nosso dia a dia como: "me da uma mãozinha aqui". Trocando em miúdos, a mão está sempre presente em nossas vidas. Lembra  dos casais apaixonados andando de mãos dadas, a criança que é levada pela mão a dar os seus primeiros passos antes de ser capaz de andar por conta própria?
     Tudo isso coloca as mãos como símbolo máximo de ligação entre os seres humanos. Não é à toa que sempre que queremos nos unir num pensamento único alguém logo sugere que todos deem-se aos mãos.  Ou mesmo quando alguém pede que segure a sua mão num momento difícil que se está enfrentando. Assim se efetiva a união necessária em momentos cruciais da vida. As mãos dadas como símbolo de força. Através delas passamos energia, damos conforto, calor humano.
     Infelizmente, esse mesmo simbolo de amor e união também é usado para maltratar e destruir. Essas mesmas mãos podem bater, prender, matar. A decisão é de cada um. Por isso, temos liberdade de escolha, liberdade de ação.
    Que as mãos sejam apenas motivo de alegria e mensageiras de bons e construtivos gestos de paz, amor, compreensão, tolerância, respeito, solidariedade. Que sejam mãos que plantam, que semeiam, que irrigam solos secos e estéreis transformando-os em solos férteis onde tudo de bom se dá em abundância.