Ninguém tem dúvida de que conviver é um verbo de difícil conjugação. Não por apresentar anomalias que levem o falante a ficar sem saber se está falando certo ou errado. Não é isso. Conjugar o verbo, no caso, significa o dia a dia junto com outra (ou outras) pessoa. Passar com essa pessoa grande parte de seu dia ou mesmo encontrá-la apenas algumas, mas obrigatórias, horas.
Creio que já me fiz entender. Não estou falando daqueles relacionamentos que escolhemos, daquelas pessoas com as quais estamos por que queremos. Falo daquelas convivência, digamos, forçadas. Seja em casa, no trabalho, no transporte, na igreja, não importa. Essas pessoas surgem nos lugares mais inopinados e quando vemos estamos convivendo com alguém desagradável e que sua simples presença nos suscita sentimentos com os quais não estamos acostumados a ter.
Quando isto ocorre em lugares que podemos frequentar ou não e que deixar de fazê-lo não nos trará grandes problemas, é aparentemente fácil de resolver. Paramos de ir àquele lugar ou mesmo mudamos nossos horários, dias o que for para evitar que ocorram encontros com a dita pessoa. Afinal, todos os lugares são franqueados a todo mundo. Vivemos num mundo livre e todos têm direito de ir e vir, não é mesmo?
Só que tem casos em que a coisa não é tão simples assim. Já pensou, apenas para dar um exemplo, que você se matricula num curso que sempre sonhou em fazer e de repente se depara com um professor(a) com quem você não simpatizou-se por mais que tenha se esforçado? Chato, não é? Você esperou a vida toda e quando achou que era a hora certa de realizar o seu sonho se depara com alguém que parece estar disposto(a) a destruí-lo.
Com certeza, não é fácil encarar uma situação dessas. Dá vontade de jogar por terra toda a sua educação e partir logo para a ignorância, abandonar o seu sonho, esperar por outra oportunidade ou fingir que não está acontecendo nada e continuar firme. Bem, cada um tem a sua reação e ninguém tem dúvida de que a melhor saída sempre é o diálogo, mas todos sabemos que em alguns casos é quase impossível. Muitas vezes quando se tenta conversar é que a coisa toma proporções inesperadas, tornando o convívio muito mais difícil.
O jeito é manter a calma e analisar bem a situação. Se não for mesmo possível "conquistar" aquela pessoa e acabar com o clima ruim, o importante é lembrar que ninguém tem poder de destruir os nossos sonhos, planos, desejos. Devemos sempre manter acesa nossa fé em nosso potêncial e capacidade. Ao mesmo tempo, ninguém é obrigado a gostar de nós e nos tratar com simpatia. Porém, uma coisa é certa: todos devem ser tratados com respeito e consideração, independente de qualquer coisa.
Belo texto ! O seu último parágrafo explana bem o posicionamento correto diante de pessoas como você descreve.
ResponderExcluirAbraços