A imagem de uma porta aberta que oferecia pleno acesso à realização de todos os meus sonhos povoava a minha imaginação. Nessa visão, eu atravessava a porta imaginaria e via surgir um caminho reto, sem obstáculos. Depois, outra porta, muito maior que a primeira, me convidava a atravessá-la para conhecer as belezas que existiam logo adiante.
Pode dizer que era apenas o sonho de uma criança ingênua que não tivera a sorte de nascer num lar abastado e tentava fugir das asperezas da vida se refugiando num mundo irreal. O sonhador, porém, já não era tão criança assim. O sonho, nesse caso, era uma tábua de salvação, uma forma de não se deixar abater pelos obstáculos e atropelos do dia a dia.
A vida, como os rios, não corre serenamente em direção ao grande mar das realizações. A viagem é cheio de pedras, curvas, muitas vezes é necessário se juntar aos 'afluentes' e, de certa forma, perder um pouco de sua essência. Tudo isso em nome do objetivo maior que é não perder de vista os objetivos.
Descobri, durante a caminhada, que a porta aberta lá do início me convidando para ultrapassá-la era, na verdade, os dias da infância avisando que ficaram para trás, pois a porta, uma vez ultrapassada, não oferece o caminho de volta.
Bom domingo e excelente semana.
Esperança e fé.
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