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agosto 02, 2022

Eu não era o único.

 

Há cerca de seis anos descobri que estava renal crônico. A descoberta foi devastadora para mim, pois veio acompanhada da sensação de que a minha vida tinha chegado ao fim. De repente, tive de abrir mão de todos os planos que tinha para o futuro, no âmbito profissional e no pessoal. e me vi privado de fazer atividades, mas que me davam muito prazer, como tomar um simples copo de água.

Não sei se você sabe do que é ser 'renal cônico', porque eu não sabia até receber esse diagnóstico. Vamos lá. Uma pessoa é considerada renal crônica quando os rins (os dois) param de funcionar sem nenhuma possibilidade de retomar suas funções. A partir daí,  a pessoas passa a depender de uma máquina de diálise para sobreviver.

Posso dizer, sem correr risco de ser considerado exagerado, que  desse momento em diante praticamente não se vive mais de forma normal. As sessões de hemodiálise, geralmente três por semana, com duração de quatro horas cada) passam a ser a grande prioridade e uma sessão perdida na semana pode complicar ainda mais o quadro.

E mais: adeus viagens, compromissos, comidinhas preferidas, bebidas e, o principal, adeus a vaidade, a liberdade de ir e vir despreocupadamente. Além disso, é recomendado que o renal sempre tenha alguém do lado, meio que uma babá, em caso de 'passar mal'. Sem esquecer que não deve marcar compromisso para depois da hemodiálise, porque nunca se sabe como você vai sair da sessão, pois muitos saem da clínica diretamente para o hospital.

No meio de tudo isso, me deu um estalo: descobri que eu não era o único, que muitas outras pessoas passavam pelo mesmo problema e, tomando certos cuidados, um renal crônico pode levar a vida sem grandes atropelos. Outra grande descoberta foi que havia uma luz no fim do túnel, mas falo disso no próximo post.


Boa noite!


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