O menino acordou acreditando que seria apenas mais um dia. Quando se olhou no espelho descobriu que o tempo tinha passado. Não um, dois dias, uma semana,, mas anos, décadas haviam passado.. Aliás, ele descobriu que nem era mais menino, pois tinha crescido e já contava com alguns cabelos brancos e algumas rugas.
A primeira sensação que ele teve foi pensar que o espelho talvez estivesse engando ou empoeirado. Não podia ter passado tanto tempo sem que percebesse, sem que sentisse as transformações. Principalmente porque, por dentro, ele se sentisse o mesmo menino de antes, com os mesmos sonhos, a mesma esperança de algum dia conquistar o mundo.
Foi, então, que ele, depois de fazer uma espécie de ajuste de contas com o passado, se deu conta de que os sonhos de menino perderam a validade e não cabiam mais no homem em que se transformara. Naquele momento, dominado por um grande sentimento de derrota, ele chorou, chorou muito. Afinal de contas, seus sonhos foram vãos e mesmo os que se realizaram perderam a importância, o sentido.
Pronto para se deixar arrastar pelo desânimo, pela dor e amargura de ter sonhado tanto e realizado tão pouco, ele se sentiu invadido por uma forte sensação de que precisava resistir, lutar, manter acesa a chama da esperança. Não somente ao menino era permitido sonhar, o homem de cabelos grisalhos também. Com esse pensamento na cabeça, o menino seguiu em frente
Uma semana abençoada.
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