Culturalmente, ainda não conseguimos ver a morte (falência do corpo) como um fato natural. Mesmo sabendo que ela vem de qualquer jeito para todo o ser vivente. A cada vez que ela chega para algum conhecido ou parente temos sempre a mesma reação:
- Que pena!
Familiares e amigos se debulhavam em lágrimas e todos vivem momentos de desalento e dor. Parece que o mundo acabou. Reagimos assim sempre, embora saibamos que o mundo vai continuar seguindo sem aquela pessoa ou pessoas, apesar de toda a dor que essa "separação" nos causa.
Por isso, talvez cause estranheza a entrevista que a atriz Nicete Bruno, viúva do ator Paulo Goulart, e os seu filhos deram logo após o seu falecimento. Espíritas confessos, eles agiram da maneira que todos nós devíamos reagir. A morte é apenas uma separação, uma viagem. Nada tem de tão trágico e desesperador.
Triste é ver um ente querido sofrer e querer mantê-lo vivo só para evitar a dor da separação. Pensar assim é egoísmo. Devemos deixar ir em paz aqueles cuja a hora de partir chegou. Não podemos aumentar o sofrimento daquele que parte entrando em desespero. Nada há de obrigatório nem de bonito em manifestações desesperadas.
Dessa maneira, o exemplo da família Goulart é muito importante. Que todos nós assim agíssemos nas nossas despedidas. Haveria menos lamentação e ranger de dentes e mais serenidade e respeito pelos que partem para as outra moradas da casa do Pai..
Os feitos daquele que parte, no caso o talento e a pessoa de Paulo Goulart, esses, como seu próprio filho disse, ficam para sempre em nossos corações.
Só nos resta, não fazer festa, nossa cultura não é assim, mas agradecer pela vida daquele parte. E Paulo Goulart deve estar feliz de ter cumprido a sua a contento.
A vida continua.
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