Pesquisar este blog

dezembro 10, 2011

Segura na mão de Deus.

     Um dia desses, estava atravessando a avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, absorto em meus pensamentos, quando ao meu lado uma mulher, que depois identifiquei como uma possível moradora de rua, fez menção de que ia atirar-se na frente de um cara e na última hora, recuou. Sai imediatamente de minha letargia e tive tempo de ouví-la dizendo:
- Não sei porque não morro. Quero morrer.
     Não sei se você passou por uma situação dessas, mas acredito dá para imaginar que eu fiquei totalmente sem ação. Primeiro, porque poderia ter entendido mal o que a mulher falou e segundo, porque a gente nunca está preparado para ouvir esse tipo de coisa. Ainda mais no meio de uma rua movimentada. debaixo de um sol escaldante, não é?
     O  sinal abriu, eu atravessei a rua e perdi a mulher de vista. Porém, aquela situação não saiu do meu pensamento: ou muito eu estava enganado, ou aquela mulher realmente esteve em vias de cometer suicídio na minha frente?  O pensamento me causou uma certa inquietação e me levou a refletir sobre o assunto: o que leva uma pessoa a tal extremo? Existe mesmo esse momento em que o peso da vida se torna tão insuportável que a única solução é dar cabo de si? Que desespero é esse?
   Difícil responder a essas e à todas as questões que vão surgindo aos borbotões. Por vezes nos sentimos muito frágeis diante das vicitudes da vida e parece que não vamos conseguir suportar tanta dor, tanto desamparo. Daí a ideia de fim surge como forma de atenuar ou acabar com os problemas.
     É aí que mora o perigo, pois jamais a morte vai colocar fim nos nossos problemas. Porque, querendo ou não, a morte não põe fim a coisa nenhuma. Todas as religiões, espiritualistas ou não, falam de uma vida após a morte. Todas falam que a alma vai para algum lugar. Esse lugar pode ser o céu, o inferno, o paraíso, enfim. Alguns falam em dormir até o juízo final, mas de fim absoluto nenhuma fala. Acredito que até os muito materialistas devem esperar algo para depois da morte.
     Portanto, dar fim à vida não resolve nada. Muito pelo contrário. É um ato puramente materialista, denota total falta de fé, de amor próprio, respeito à vida como dom que vem de Deus e pode piorar muito mais a situação daquele que pensava buscar solução para os seus problemas.
    Como aquela mulher, num momento de desespero e, muitas vezes, silenciosamente, muitos lançam mão desse expediente, quando na verdade tudo o que se precisa é colocar sua vida nas mãos de Deus. Para os que não acreditam numa força criadora, vale usar o pensamento positivo e acreditar que no momento seguinte tudo pode mudar. Sobretudo, precisamos ter paciência e resignação. Como dizem por aí: "viver não é fácil".

Nenhum comentário:

Postar um comentário